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Logo - Eternit Relatório Anual 2014
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GRI G4-DMA Desempenho econômico

A Eternit busca sempre entregar o melhor, seja em resultados, seja em produtos. Comunica-se com clareza com seus acionistas, colaboradores e sociedade em geral por entender que todos fazem parte desse ciclo de resultados e contribuem para o crescimento do País.

Conjuntura e Mercado

A atividade econômica brasileira no ano de 2014 foi marcada pelo fraco desempenho da economia, desaceleração dos investimentos, do mercado de crédito e do consumo, entre outros fatores. De acordo com esse cenário, as projeções sobre o desempenho da economia foram periodicamente revisadas, no que se refere à projeção do PIB, em comparação com 2013. O PIB em 2014 fechou em 0,1% e o PIB da construção civil deverá fechar em -5,4%, segundo relatório Focus do início de janeiro de 2015 e relatório de Inflação de março de 2015 do Banco Central (Bacen), respectivamente.

Em 2014, as vendas de materiais de construção no mercado doméstico, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), apresentaram queda de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, muito abaixo da previsão, no início de 2014, de crescimento de 4,5%. O mercado foi muito afetado pelo pessimismo com relação à economia, pela redução de dias úteis em função do evento da Copa do Mundo e feriados e pelo aumento nas importações.

Destaca-se também o segmento de varejo, que representa cerca de 50% das vendas de materiais de construção no País, de acordo com a Abramat. Variáveis como emprego, renda e crédito impactaram o setor. Em 2014, o setor de varejo encontrou dificuldade em obter empréstimos com os bancos, além do aumento da taxa de juros, ocasionados por um período de incertezas sobre o futuro da economia, que gera insegurança ao consumidor.

Comparativamente, o crescimento da receita bruta consolidada da Eternit1 de 3,2%, em 2014, foi bem superior ao do seu setor. A Companhia operou em capacidade máxima na mineração do crisotila e, na linha de produtos acabados, a produção de fibrocimento e telhas de concreto acompanhou a demanda do mercado durante o ano.

1 O crescimento da receita bruta consolidada da Eternit é comparando o período acumulado de janeiro a dezembro do ano vs o mesmo período acumulado do ano imediatamente anterior, já deflacionado pelo IGP-M.

PIB brasileiro x PIB da Construção Civil x Índice Abramat x Receita bruta consolidada da Eternit* (%)

PIB brasileiro x PIB da Construção Civil x Índice Abramat x Receita bruta consolidada da Eternit<sup>1</sup>

Desempenho operacional

Mineral crisotila

Em 2014, as vendas totalizaram 283,7 mil toneladas, praticamente estável (menor em 1,0%) frente ao ano de 2013. No mesmo período comparativo, o destaque ficou para o mercado externo, com crescimento de 9,1% decorrente da retomada gradual do mercado asiático que compensou, parcialmente, a retração de 8,5%, ocorrida no mercado interno, em função de menor consumo do mineral, principalmente na região Sul.

Fibrocimento

No acumulado do ano de 2014, as vendas de fibrocimento, incluindo soluções construtivas, atingiram 864,8 mil toneladas, 4,4% superior ao mesmo período do ano anterior, em função, principalmente, do reposicionamento dos estoques do varejo de material de construção decorrente de demanda reprimida após o alto número de feriados no primeiro semestre, além de ser sazonalmente um período de maiores demandas para a Companhia.

Telhas de concreto

Em 2014, o volume vendido foi de 4.686 mil metros quadrados (equivalente a 41.477 mil peças), 12,3% menor em relação a 2013, decorrente de menor demanda no segmento de coberturas de alto padrão, principalmente no segmento B2C (business-to-customer).

Vendas do mineral crisotila (mil t)


Vendas do mineral crisotila (mil t)

Vendas de fibrocimento (mil t)


Vendas de fibrocimento (mil t)

Vendas de telhas de concreto (mil m2)


Vendas de telhas de concreto (mil m<sup>2</sup>)


Desempenho econômico-financeiro

Receita líquida consolidada

Em 2014, a receita líquida consolidada atingiu R$ 978,2 milhões, 2,2% superior em relação ao mesmo período de 2013. Esse desempenho é resultado de maiores volumes vendidos de crisotila no mercado externo, além da valorização de 9,1% do dólar frente ao real (comparação entre PTAX médio do período). As vendas internas totalizaram R$ 803,4 milhões, praticamente estáveis (redução de 0,9%) frente a 2013, em função de menores volumes de venda do mineral crisotila e telhas de concreto, neutralizados, parcialmente, pelo aumento no volume do fibrocimento.

Receita líquida consolidada (R$ milhões)

Receita líquida consolidada (R$ Milhões)

Composição da receita líquida consolidada (%)

Composição da receita líquida consolidada (%)

* Metais sanitários, telhas metálicas, caixa d’água de polietileno, soluções construtivas entre outros.

Custos de mineração, produção e de produtos vendidos

Em 2014, o custo de produtos vendidos consolidado totalizou R$ 593,9 milhões, 3,1% superior ao valor registrado em 2013, decorrente da elevação nos custos de mineração e produção. Como consequência do aumento do custo dos produtos vendidos consolidados ser maior do que o aumento na receita líquida consolidada, em 2014, a margem bruta retraiu 1 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior, encerrando em 39%.

As principais variações dos custos de mineração e produção são apresentadas a seguir:

Mineração do crisotila | Aumento de 10% em função de maiores custos com mão de obra e serviços de terceiros, relacionados a mais movimentações de rochas (relação estéril-minério).

Fibrocimento | Acréscimo de 9% devido ao aumento no preço das materias-primas (principalmente de mineral crisotila e de celulose) e ao reajuste da energia elétrica.

Telhas de concreto | Aumento de 5% decorrente da elevação no preço das materias-primas (principalmente, cimento cinza e branco), do reajuste no preço da energia elétrica e do maior consumo de combustível e embalagens.

Mineral Crisotila (%)


Mineral Crisotila (%)
(*) Combustível, explosivos, acondicionamento e outros

Fibrocimento (%)


Fibrocimento (%)
(*) Cimento (45%), mineral crisotila (42%) e outros (13%)

Telhas de Concreto (%)


Telhas de Concreto (%)
(*) Cimento (54%), areia (29%) e outros (17%)

Despesas operacionais

As despesas operacionais totalizaram R$ 242,8 milhões, em 2014, 4,7% superior em relação a 2013, devido ao acréscimo das despesas administrativas, principalmente, em função de maiores gastos com despesas de implantação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção na cidade de Manaus (AM) e com a defesa da atividade do mineral crisotila. Na linha Outras (despesas) receitas operacionais, a variação foi decorrente de créditos previdenciários e extemporâneos de PIS e COFINS em exercícios anteriores.

Resultado da equivalência patrimonial

O resultado de equivalência patrimonial refere-se ao resultado proporcional da fábrica de louças sanitárias no Estado do Ceará, joint venture Companhia Sulamericana de Cerâmica. Em 2014, atingiu um valor negativo de R$ 13,7 milhões contra um resultado negativo de R$ 6,2 milhões, apresentado em 2013, por se tratar de um projeto greenfield.

Resultado financeiro líquido

Em 2014, o resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 2,3 milhões contra um resultado negativo de R$ 1,0 milhão de 2013, decorrente, principalmente, dos efeitos de variação cambial das operações financeiras do Grupo Eternit.


Fábrica Eternit - Goiânia (GO)
Fábrica Eternit - Goiânia (GO)



Ebitda ajustado

O Ebitda ajustado totalizou R$ 179,2 milhões, em 2014, apresentando redução de 2,8% com margem de 18%, retração de 1 ponto percentual em relação a 2013, decorrente principalmente do aumento do custo dos produtos vendidos e das despesas operacionais, conforme mencionado acima.

O cálculo do Ebitda está em linha com a instrução da Comissão de Valores Mobiliários n° 527, de 4 de outubro de 2012. Com o início das operações da CSC, o Ebitda consolidado contempla o seu resultado de acordo com o método da equivalência patrimonial.

O Ebitda ajustado é um indicador utilizado pela Administração da Companhia para analisar o desempenho econômico operacional do Grupo, calculado como sendo o lucro líquido do exercício; imposto de renda e contribuição social; resultado financeiro líquido; depreciação e amortização; e equivalência patrimonial. Devido à Companhia Sulamericana de Cerâmica ser uma joint venture, os seus dados não são consolidados.

Lucro líquido

A Eternit registrou lucro líquido de R$ 85,2 milhões, em 2014, 16,7% menor em relação a 2013. A margem líquida retraiu 2 pontos percentuais e encerrou o período em 9%, devido ao aumento do custo dos produtos vendidos e das despesas operacionais e ao resultado negativo de equivalência patrimonial.

Endividamento

A Companhia encerrou 2014 com uma dívida líquida de R$ 79,5 milhões. Nesse ano, a dívida bruta da Eternit e de suas controladas somava
R$ 127,9 milhões, principalmente em função (i) das Antecipações dos Contratos de Exportações (ACE) para capital de giro e (ii) de financiamentos para aquisição de máquinas e equipamentos.

O caixa e equivalentes de caixa mais aplicações financeiras de curto prazo totalizavam R$ 48,4 milhões, sendo que as aplicações financeiras são remuneradas com taxas médias de 102% da variação do CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

A Companhia não possui operações com derivativos de qualquer espécie que possam significar posições especulativas.

Ebitda ajustado (R$ milhões)
e Margem Ebitda ajustada (%)


Ebitda ajustado (R$ milhões) e Margem Ebitda ajustado (%)

Lucro líquido (R$ milhões)
e Margem líquida (%)


Lucro líquido (R$ milhões) e Margem líquida (%)

Investimentos

Em 2014, os investimentos somaram R$ 116,2 milhões, aumento de 24,2%, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, sendo (i) R$ 75,2 milhões relativos à instalação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção e (ii) R$ 41,0 milhões à manutenção e atualização do parque industrial do Grupo.

A previsão de investimentos para 2015 é cerca de R$ 39,8 milhões, sendo R$ 29,6 milhões para manutenção e atualização do parque industrial, R$ 4,6 milhões para a instalação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção na cidade de Manaus e R$ 5,6 milhões referentes a investimentos estratégicos.

R$ 116,2 milhões foram investidos em 2014 na manutenção do parque industrial da Companhia e na instalação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção

Investimentos
consolidados (R$ milhões)


Investimentos consolidados (R$ milhões)

Perspectivas

Para 2015, a estimativa do PIB é de -0,66% (relatório Focus de 6 de março de 2015), incorporando a perspectiva de recuperação moderada da economia interna e ressaltando que a intensificação desse processo depende, entre outros fatores, do fortalecimento da confiança de empresários e consumidores, assim como expansão moderada do mercado de crédito. Nesse cenário, a projeção para o PIB da construção civil é de -2,5% (até o terceiro trimestre de 2015), segundo o Bacen.

O déficit habitacional no Brasil, estimado em 5,8 milhões de lares (resultados preliminares 2012 - Fundação João Pinheiro), é composto por famílias que são oneradas excessivamente com aluguel e pela coabitação familiar que representam mais de 70% do déficit, seguidos da habitação precária e adensamento excessivo em domicílios alugados. Embora o programa Minha Casa Minha Vida tenha impulsionado a redução do déficit, segundo estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em 2014, a estimativa é que em 2024, com o crescimento da população, o País terá aproximadamente 16,4 milhões de novas famílias, sendo 10 milhões com renda familiar de até três salários mínimos. O estudo também destaca que a equalização do déficit habitacional demandará investimentos de aproximadamente R$ 760 bilhões em habitação popular ao longo de dez anos.

A geração de emprego, a melhora na distribuição de renda, o aumento dos financiamentos, dos investimentos em infraestrutura e das unidades habitacionais a serem construídas para o Minha Casa Minha Vida contribuirão para minimizar o problema das moradias, impactando positivamente os negócios da Companhia, pois haverá aumento da demanda por produtos de nosso portfólio destinados, principalmente, à construção autogerida.

A Abramat projeta um crescimento de 1,0% em 2015 em relação a 2014, o que dependerá da manutenção dos atuais incentivos do Governo ao setor da construção civil, manutenção do emprego e renda, expansão dos investimentos no programa Minha Casa Minha Vida, projetos de infraestrutura e melhoria do nível de atividade das construtoras, entre outros fatores.

Para 2015, a Anamaco espera um cenário mais positivo que o do ano anterior, apoiado no maior número de dias úteis e ajustes na economia sem que gere perda de emprego e renda, além da perspectiva do aumento de financiamentos ao consumidor de material de construção pelos bancos privados e dos financiamentos imobiliários.

A Administração considera importante levar em consideração o atual quadro da economia brasileira e os seguintes desafios para o País e setor na qual a Companhia está inserida: as condições de competitividade da indústria nacional frente aos gargalos de infraestrutura, aspectos tributários e valorização do câmbio, geração de empregos e distribuição de renda, políticas econômicas sustentáveis, além do aumento do nível de confiança dos empresários e consumidores.

A Companhia Sulamericana de Cerâmica (CSC) iniciou, em 2014, produções experimentais para testar seus equipamentos, obtendo cadência mínima esperada da produção inicial. Em 2015, a Administração espera aumentar os níveis de produção, em linha com a evolução do projeto greenfield.

O ano de 2015 será de consolidação dos investimentos já realizados durante os últimos anos, utilizando-se da força de sua marca e da capilaridade de sua rede de mais de 16 mil pontos de revenda. A Eternit está bem posicionada para atender a demanda de materiais de construção e, se mantida as condições de mercado, maximizará as oportunidades do setor, aumentando a capacidade de produção de fibrocimento, em linha com a estratégia do crescimento orgânico.

A Eternit, independentemente dos desafios citados, acredita na retomada do crescimento da economia brasileira e principalmente do setor em que atua.

Valor adicionado GRI G4-EC1

O valor adicionado do ano totalizou R$ 546,5 milhões, 2,8% maior em relação a 2013. Desse montante, foram destinados 35,0% aos colaboradores, 35,5% aos governos federal, estadual e municipal, na forma de impostos e contribuições. Para os acionistas foram destinados 15,6% do valor adicionado gerado e 13,9% para a remuneração de capital de terceiro.

Distribuição de Valor adicionado (%)


Distribuição de Valor adicionado (%)

Distribuição de Valor adicionado (R$ milhões)


Distribuição de Valor adicionado (R$ milhões)

Incentivos

As empresas do Grupo Eternit recebem incentivos fiscais do governo, por meio da Lei Rouanet e de programas, como Produzir, em Goiás, Desenvolve, na Bahia, Fundo do Idoso, entre outros. GRI G4-EC4

Ajuda financeira significativa do governo (R$ mil) 2014 2013 2012
Eternit + Precon  21.517  17.138  12.979
SAMA  5.466  6.243  2.565
Tégula  499  647  1.124
Total  27.482  24.028  16.668