RELATÓRIO ANUAL DE SUSTENTABILIDADE2016
G4-DMA Biodiversidade|G4-DMA Efluentes e resíduos|G4-DMA Produtos e serviços|G4-DMA Conformidade ambiental|G4-DMA Geral|G4-EN12|G4-EN26|G4-EN27

A Aegea atua em conformidade com as legislações ambientais e adota rígidos padrões de qualidade a fim de mitigar os impactos diretos e indiretos de sua operação. O principal cuidado é ampliar a infraestrutura de saneamento sem prejudicar a biodiversidade e provocar mudanças negativas nos processos ecológicos das regiões.

Semestralmente – ou de acordo com demanda de órgãos ambientais – são realizadas análises à montante e à jusante do ponto de lançamento de efluentes nos corpos hídricos. Nessas análises são monitorados todos os parâmetros exigidos na resolução CONAMA n° 35710 e o impacto dos lançamentos nos corpos d’água a fim de assegurar que as características primárias (como classe do rio, espécies e habitat) não sejam prejudicadas. Anualmente também são enviados, aos órgãos ambientais e principais interessados, relatórios de monitoramento do efluente tratado de todas as unidades e dos seus respectivos pontos de lançamento.

O impacto ambiental relacionado às atividades da Aegea também pode ser considerado positivo devido à destinação adequada do esgoto in natura e às iniciativas de treinamento ambiental e à adoção de tecnologias para tratamento e disposição de resíduos. Nesse sentido, destacam-se a recuperação ambiental da Laguna Araruama desde o início das operações da Prolagos (veja “Capital manufaturado”) e os mais de 35 milhões de litros de esgoto que deixaram de ser lançados no Rio Piracicaba (SP) após atuação da Águas do Mirante, além da diminuição do risco de contaminação de lençóis freáticos pela perfuração de poços em mananciais subterrâneos, entre outros fatores.

Em Campo Grande (MS), a Águas Guariroba trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, a Agência Nacional de Águas (ANA), pesquisadores e produtores rurais no Programa Manancial Vivo, que visa aumentar a cobertura vegetal da região e recuperar as matas ciliares. Desde 2008, quando a iniciativa foi criada, já foram plantadas e cultivadas cerca de 300 mil árvores.

10. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento.
Tamanhos dos corpos d’água e habitats afetados por descarte de água G4-EN26
Unidade Nomes dos corpos d’água e habitats
afetados por descartes de água
Tamanho do corpo
d’água e
habitat (km2)
Barras do Garça (MT)* Rio Araguaia 5,67
Rio Garças (Córrego Fundo) 11,73
Campo Verde (MT)* Rio São Lourenço 11,38
Rio das Motes 8,47
Cláudia (MT)* Ribeirão Leda 28,67
Diamantino (MT)* Rio Diamantino 5,56
Córrego do Ouro 10,81
Confresa (MT)* Córrego Gameleira 10,42
Guarantã do Norte (MT)* Afluente do Rio Braço Sul 10,68
Pedra Preta (MT)* Rio Jurigue 3,13
Peixoto de Azevedo (MT)* Rio Peixoto 6,20
Porto Espiridião (MT)* Rio Aguapeí 1,48
Primavera do Leste (MT)* Córrego Traíras 12,94
Sorriso (MT)* Córrego Gonçalves 63,56
Afluente do Rio Lira 6,55
Rio Lira 6,55
Rio Teles Pires 4,36
Águas Guariroba Córrego Bandeira 6,10
Córrego Imbirussú 58,00
Águas de Holambra Ribeirão Cachoeira 1,90
Águas de Matão Rio São Lourenço -
Águas do Mirante Rio Piracicaba 12,50
Ribeirão Tijuco Preto -
Ribeirão Anhumas -
Ribeirão Piracicamirim -
Prolagos Laguna Araruama 61,00
Rio Una 12,00
Canal da Marina 21,00
Serra Ambiental Canal dos Escravos 1,00
Ilha do Lameirão 8,91
Lagoa Jacuném 1,30
Lagoa Maringá 2,06
Córrego Barro Branco 6,20
Córrego Irema 1,10
Ribeirão Brejo Grande 11,00
Rio Jacaraípe 36,71
Córrego Laranjeiras 13,00
Córrego Manguinhos 1,60
Rio Reis Magos -
Afluente Dr. Robson 0,59
Córrego Garanhões 1,40
* Municípios atendidos pela Nascentes do Xingu.

No consolidado da Companhia, foram investidos R$ 4.121.112,00 em programas socioambientais em 2016. G4-EN31

Extensão da mitigação de impactos ambientais de produtos e serviços G4-EN27
Tema Impacto Iniciativas
Uso de materiais Impacto no solo devido ao uso de produtos químicos nos laboratórios e nas estações de tratamento. Controle e gestão dos produtos químicos: análise de risco, qualificação de fornecedores, descarte apropriado, exigência de fornecimento e disponibilização das Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQs) nos locais de uso dos produtos químicos.
Uso da água Relacionado à captação superficial e subterrânea de água para uso nas operações e para fornecimento. Programas de redução de perdas; participações em comitês de bacias locais; projetos de compensação florestal; uso racional de água subterrânea; e Programa Manancial Vivo.
Emissões Emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) direta (consumo de combustíveis fósseis na operação e processos de tratamento de esgoto) e indireta (consumo de energia, transporte de funcionários, consumo de papéis, etc.). Monitoramento das emissões de GEE; medidas e investimentos relacionados à redução no consumo energético e de insumos; e opção de utilização de combustíveis renováveis na frota.
Efluentes Risco de contaminação do solo e de corpos hídricos com o lançamento de efluente bruto ou tratado. Investimento em novas tecnologias de controle (modelagem hidráulica, georreferenciamento, cadastramento, etc.) e manutenção de ativos a fim de mitigar problemas na operação; e monitoramento e análises periódicas da qualidade dos corpos receptores e dos parâmetros do efluente tratado.
Resíduos Risco de contaminação do solo e de corpos hídricos pelos resíduos gerados na operação (lodo biológico, areia, resíduos grosseiros), resíduos de construção civil (obras), resíduos perigosos (embalagens de produtos químicos, tintas, solventes, etc.) e processos administrativos. Investimento em tecnologias para a secagem e destinação adequada do lodo das ETAs e ETEs; Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, incluindo os resíduos das obras civis; e contratação de empresas licenciadas para a destinação adequada dos resíduos sólidos, incluindo os perigosos.
Poluição sonora Possível exposição de colaboradores a ruídos de máquinas e equipamentos nas obras civis e operações das unidades. Controle e acompanhamento do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), incluindo mapeamento dos ruídos e uso de protetores auriculares adequados para cada função.

Água

G4-DMA Água

No exercício, a Companhia produziu aproximadamente 217 milhões de metros cúbicos de água para as suas operações. O volume – originário de águas superficiais (rios, lagos e lagoas) e subterrâneas (lençóis freáticos e poços artesianos) – foi captado em conformidade com a legislação, outorga uso de recursos hídricos e de maneira a não lesionar as fontes hídricas. G4-EN8

Total de água retirada por fonte (m3) G4-EN8
  Águas superficiais1 Águas subterrâneas2 Total
  2016 2015 2014 2016 2015 2014 2016 2015 2014
Prolagos 37.375.874 37.053.368 35.515.384 - - - 37.375.874 37.053.368 35.515.384
Águas Guariroba 43.917.400 41.925.095 48.123.936 40.386.519 41.002.534 39.388.464 84.303.919 82.927.629 87.512.400
Nascentes do Xingu3 24.462.982 16.290.083 6.963 28.843.153 37.444.723 16.929 53.306.135 53.734.806 23.892
Águas de Timon 172.800 - - 18.643.365 18.963.648 - 18.816.165 18.963.648 -
Águas de Matão - - - 9.488.974 9.132.301 5.160.000 9.488.974 9.132.301 5.160.000
Águas de São Francisco do Sul 5.474.602 4.634.2605 - - - - 5.474.602 4.632.260 -
Águas de São Francisco - - - 4.012.144 5.032.657 4.660 4.012.144 5.032.657 4.660
Águas de Holambra4 1.565.078 - - 89.166 - - 1.654.244 - -
1. Áreas úmidas, rios, lagos e oceanos.
2. Lençóis freáticos e poços artesianos.
3. Desde 2015, a operação em Barra do Garças (MT) está incorporada a Nascentes do Xingu.
4. Concessão conquistada no fim de 2015.
5. Número revisto e corrigido para esta edição do relatório.


Em 2016, foram tratados 98.358.466 milhões de metro cúbicos de esgoto. A Águas de Mirante é responsável por 36% desse volume, seguida por Águas Guariroba (30%), Prolagos (18%) e Serra Ambiental (10%). As unidades mantêm rígidos padrões para a remoção da carga orgânica – acima do que é estipulado pela legislação ambiental – e, na maioria dos casos, a eficiência está acima de 80%, o que confirma a qualidade do tratamento dos efluentes da Companhia.

Índices de eficiência na remoção da carga orgânica (DBO) nas ETEs e nas unidades da Empresa

Descarte total de água, discriminado por qualidade e destinação1 G4-EN22
  2016 2015
Volume
descartado
(m3/ano de
esgoto tratado)
Destinação Qualidade da água – Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) – % Volume
descartado
(m3/ano de
esgoto tratado)
Destinação Qualidade da água – Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) – %
Prolagos 17.364.740 Laguna Araruama, Córrego Malhada (afluente do Rio Una) e Canal da Marina 80 16.822.832 Laguna Araruama, Córrego Malhada (afluente do Rio Una) e Canal da Marina 75
Águas Guariroba 29.952.568 Rio Anhanduí
e Córrego Imbirussu
75 29.163.369 Rio Anhanduí
e Córrego Imbirussu
72
Águas do Mirante 35.494.290 Rio Piracicaba, Ribeirão Tijuca Preta, Ribeirão Anhumas e Ribeirão Piracicamirim 90 37.986.825 Rio Piracicaba, Ribeirão Tijuca Preta, Ribeirão Anhumas e Ribeirão Piracicamirim 88
Águas de Matão 126.275 Rio São Lourenço do Turvo 91 120.778 Rio São Lourenço do Turvo 82
Águas de Holambra3 538.783 Ribeirão Cachoeira 70 - - -
Barra do Garças (MT)3 1.837.550 Rio Araguaia e Córrego Fundo 67 - - -
Campo Verde (MT)2 428.283 Rio das Motes 72 245.222 Rio das Motes 72
Cláudia (MT)2 228.809 Ribeirão Leda 64 164.908 Ribeirão Leda 67
Guarantã do Norte (MT)2 167.428 Afluente do Rio Braço Sul 75 65.596 Afluente do Rio Braço Sul 84
Pedra Preta (MT)2 72.646 Córrego Águas Claras 69 39.435 Córrego Águas Claras 62
Porto Esperidião (MT)2 72.917 Rio Aguapeí 83 12.974 Rio Aguapeí -
Primavera do Leste (MT)2 2.022.696 Córrego Traíras 82 1.365.525 Córrego Traíras 74
Sorriso (MT)2 706.082 Córrego Gonçalves e Afluente do Rio Lira 70 621.486 Córrego Gonçalves e Afluente do Rio Lira 82
Serra Ambiental3 9.322.672 Canal dos Escravos, Ilha do Lameirão, Lagoa Jacuném, Lagoa Maringá, Córrego Barro Branco, Córrego Irema, Ribeirão Brejo Grande, Rio Jacareípe, Córrego Jacaré, Córrego Laranjeiras, Córrego Manguinhos, Rio Rei dos Magos, Afluente do Rio Dr. Robson e Córrego Garanhões 81 - - -
1. Não há Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) nas demais unidades.
2. Municípios atendidos pela Nascentes do Xingu.
3. Unidades iniciaram operação de tratamento de esgoto em 2016.


Em algumas regiões, a Aegea também reutiliza água das chuvas e das lavagens dos filtros das ETAs. Em Armação de Búzios (RJ), São Pedro da Almeida e Iguaba Grande (RJ), a Prolagos ainda retira – em parceria com as prefeituras – tanques de água em ETEs secundárias e terciárias. Dessa forma, o recurso que seria descartado é novamente tratado e contribui para o abastecimento da população. No total, o volume de água reciclada representa 34% do que foi consumido no exercício. G4-EN10


Volume total de água reciclada e reutilizada (m3) G4-EN10
  2016 2015
Águas Guariroba 832.200 409.750
Águas do Mirante 262.800 262.800
Prolagos 14.440 26.280
Águas de São Francisco do Sul 41.472 41.472
Barra do Garças (MT)1 131.170 65.700
Poconé (MT)1 16.256 6.844
Porto Esperidião (MT)1 6.746 8.213
Primavera do Leste (MT)1 84.238 33.763
Serra Ambiental2 9.300 -
Total 1.398.622 854.822

Energia

G4-DMA Energia

O consumo de energia consolidado da Companhia em 2016 foi de 224.908,95 mWh, 11,2% maior em relação ao ano anterior. Esse aumento acompanha os índices de tratamento: o volume de água tratada e distribuída pela Empresa em 2016 ficou 15,7% acima do consolidado no mesmo período em 2015. O volume de esgoto coletado e tratado também aumentou em aproximadamente 12% em relação ao ano anterior, considerando as obras de ampliação e novas concessões adquiridas.

A média do consumo de energia para o tratamento de esgoto é de 0,35 kWh/m³, inferior ao consumo energético para o tratamento de água – que é de aproximadamente 0,60 kWh/m³. Essa diferença está relacionada a fatores como declividade dos terrenos, quantidade de estações elevatórias e metodologia de tratamento, entre outros.

A Aegea investe em tecnologias com vistas à eficiência e à consequente redução do consumo de energia elétrica nos processos operacionais

Consumo de energia (mWh) G4-EN3
  2016 2015
Águas Guariroba 88.134.770 81.622.556
Prolagos 44.083.250 44.737.255
Águas do Mirante 16.582.960 16.353.139
Nascentes do Xingu 33.911.380 32.252.982
Águas de Matão 10.472.730 10.124.645
Águas de São Francisco 2.169.000 2.827.908
Águas de São Francisco do Sul 2.651.990 2.780.360
Águas de Timon 10.522.080 9.099.631
Águas de Holambra* 1.115.000 -
Águas de Camboriú* 171.000 -
Águas de Penha* 5.298.980 -
Águas de Meriti* 9.795.800 -
Total 224.908.950 199.798.476
* Concessões conquistadas em 2015 com dados consolidados a partir de 2016.

Destaca-se ainda o consumo evitado de 3,7 GWh, reflexo de investimentos em eficiência (veja “Capital intelectual”).

Redução do consumo de energia G4-EN6
  2016 2015
Consumo evitado (kWh) Redução do consumo (%) Consumo evitado (kWh) Redução do consumo (%)
Águas Guariroba1 0 0,0 1.734.988 2,1
Prolagos 654.005 1,46 15.200 0,0
Águas do Mirante 0 0,0 591.328 3,6
Nascentes do Xingu 0 0,0 831.802 2,6
Águas de Matão 0 0,0 127.248 1,3
Águas de São Francisco2 658.908 23,30 0 0,0
Águas de São Francisco do Sul2 128.370 4,62 0 0,0
Águas de Timon2 0 0,0 0 0,0
Total     3.300.566 1,7
1. Em 2016, a concessionária investiu em ações de eficiência focadas na redução de custo, como a migração para o mercado livre e reenquadramento tarifário.
2. Não houve consumo evitado em 2015, pois essas concessionárias haviam iniciado operação naquele ano.
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