O Inventário de Emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) consiste na mensuração e na publicação das emissões de GEE do Banco do Brasil (BB). O Inventário tem como base a metodologia do Programa GHG Protocol, adaptada ao contexto brasileiro pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), da Fundação Getulio Vargas (FGV), com apoio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do World Resources Institute (WRI), do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e de 27 empresas fundadoras, entre elas, o BB.

Realizamos e publicamos nosso Inventário desde 2008 no site www.registropublicodeemissoes.com.br. O atual Inventário é referente ao ano-base de 2018. A gestão de emissões é realizada em consonância com nossa Política Geral e a Política de Responsabilidade Socioambiental, pela qual reforçamos nossa atuação, que considera os interesses dos públicos de relacionamento na promoção de iniciativas voltadas à redução de riscos e ao aproveitamento de oportunidades relacionadas às questões socioambientais, inclusive às mudanças climáticas.

O Inventário segue o princípio de melhoria contínua de nosso Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e vem avançando durante os últimos anos. Para garantir sua confiabilidade, contratamos empresa especializada em auditorias ambientais para realizar a verificação externa do Inventário, conforme especificações da NBR ISO 14064:3-2007 e da metodologia GHG Protocol. Os dados básicos para o cálculo das emissões de GEE do Inventário são prioritariamente obtidos em nossos sistemas, especialmente nos aplicativos de controle de despesas administrativas e administração de recursos humanos, e solicitados diretamente às áreas responsáveis.

Ressalta-se que somos membros-fundadores da iniciativa Empresas pelo Clima (EPC) e do Programa Brasileiro GHG Protocol, ambos destinados à reflexão e à proposição de ações de combate às mudanças climáticas. Também integramos a Câmara Temática de Mudanças do Clima (CT Clima), iniciativa coordenada pelo CEBDS com o intuito de auxiliar as empresas na adoção de estratégias de aproveitamento de oportunidades e minimização de riscos e restrições às emissões de GEE.

Metodologia e Resultados

Nosso Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa segue a abordagem de Controle Operacional e representa nossas mais de 5 mil dependências em todo o País, inclusive agências de varejo, atacado e governo, unidades regionais e unidades estratégicas. Contabiliza as emissões de GEE em três escopos, com suas fontes definidas conforme segue:

  • No Escopo 1 são contabilizadas as toneladas de CO2 equivalentes (tCO2e) emitidas em nossas atividades diretas de consumo de combustível (combustão móvel – veículos de frota, combustão estacionária –, combustível de geradores de energia elétrica) e emissões fugitivas (gases refrigerantes e de extintores de incêndio);
  • No Escopo 2 são contabilizadas as toneladas de CO2 equivalentes (tCO2e) que emitimos no consumo de energia elétrica. Utilizamos em nossas dependências a energia elétrica adquirida pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), que fornece energia elétrica de diferentes fontes, oriundas desde hidrelétricas a termelétricas (não renovável), situação que interfere significativamente no fator de conversão para carbono equivalente anualmente; e
  • No Escopo 3 são contabilizadas as toneladas de CO2 equivalentes (tCO2e) que emitimos em transporte e distribuição – upstream (transporte compartilhado de malotes e numerário), resíduos sólidos da operação (papel adquirido), efluentes gerados na operação (consumo de água), viagens a negócios (viagens aéreas e terrestres), transporte e distribuição – downstream (transportes diversos) e deslocamento de funcionários (casa-trabalho).

Escopo

Fonte de Emissão

2018 (1)

2017

2016

Escopo 1

 

22.347 tCO2e

11.784 tCO2e

10.832 tCO2e

Combustão Móvel (veículos de frota própria)

3.296 tCO2e

3.693 tCO2e

3.939 tCO2e

Álcool – 579 mil litros

Álcool – 420 mil litros

Álcool – 525 mil litros

Gasolina – 1,8 milhões de litros

Gasolina – 2,1 milhões de litros

Gasolina – 2,2 milhões de litros

Diesel – 78 mil litros

Diesel – 61 mil litros

Diesel – 62 mil litros

Combustão Estacionária (gerador de energia elétrica)

674,45 tCO2e

857,7 tCO2e

975 tCO2e

Diesel – 281 mil litros

Diesel – 351 mil litros

Diesel – 398 mil litros

Emissões Fugitivas (gases refrigerantes e de extintores de incêndio)

18.376 tCO2e

7.232 tCO2e

5.919 tCO2e

Biogênico

1.686 tCO2e

1.554 tCO2e

1.764 tCO2e

Escopo 2

Compra de Energia Elétrica

43.721 tCO2e

55.562 tCO2e

57.559 tCO2e

598 milhões de kWh

609 milhões de kWh

704 milhões de kWh

Escopo 3

 

66.314 tCO2e

71.841 tCO2e

85.240 tCO2e

Transporte e Distribuição (upstream)

TCM – 19,8 milhões de km

TCM – 25,7 milhões de km

TCM – 29 milhões de km

Transporte Numerário – Diesel – 12,4 milhões de litros

Transporte Numerário – Diesel – 15,8 milhões de litros

Transporte Numerário – Diesel – 17 milhões de litros

Resíduos Sólidos da Operação

Papel Consumido – 4.847 toneladas

Papel Consumido – 3.061 toneladas

Papel Consumido – 6.082 toneladas

Efluentes Gerados na Operação

1,3 milhão de m³

1,4 milhão m³

1,5 milhão m³

Viagens a Negócios

5.618 tCO2e

6.369 tCO2e

6.938 tCO2e

80.093 trechos aéreos (2)

52.484 Bilhetes Aéreos

38.504 Bilhetes Aéreos

Transporte Terrestre – 12,5 milhões de km

Transporte Terrestre – 12,6

milhões de km

Transporte Terrestre – 12,6

milhões de km

Transporte e Distribuição (downstream)

Diesel – 149 mil litros

Diesel – 206 mil litros

Diesel – 142 mil litros

Deslocamento de Funcionários (casa-trabalho)

6,6 milhões de km

4,6

milhões de km

3,3 milhões de km

Biogênico

5.711 tCO2e

5.852 tCO2e

5.379 tCO2e

(1) Os dados do Inventário de Emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) 2018 foram verificados pela empresa Green Domus Desenvolvimento Sustentável Ltda.
(2) O aumento se refere à mudança na metodologia de apuração, que passou a considerar as conexões (trechos) existentes no bilhete aéreo.

Calculamos dois Indicadores de Intensidade Carbônica, que são expressos por meio do quociente do total de emissões de GEE (escopos 1 e 2) pela receita bruta e pelo número de funcionários, conforme quadros a seguir.

Intensidade Carbônica do BB – Receita

2018

2017

2016

Emissões GEE (Escopo 1 e 2) (tCO2e)

66.068 tCO2e

67.345 tCO2e

68.391 tCO2e

Receita Bruta (R$ mil)

161.092.555

168.380.273

184.321.282

Intensidade Carbônica (tCO2e/R$ mil)

0,00041

0,00039

0,00037

Intensidade Carbônica do BB – Funcionários

2018

2017

2016

Emissões GEE (Escopo 1 e 2) (tCO2e)

66.068 tCO2e

67.345 tCO2e

68.391 tCO2e

Número de Funcionários

96.889 (1)

99.161 (1)

100.659 (2)

Intensidade Carbônica (tCO2e/funcionário)

0,682

0,67915

0,67943

(1) Foi considerado apenas o número de funcionários por contrato de trabalho CLT.
(2) Foram considerados os números de funcionários por contrato de trabalho CLT (100.622) e de funcionários estatutários (37).

Conforme metodologia GHG, para efeitos de cálculos de emissões consideramos os gases conforme tabela a seguir:

Gases Incluídos nos Cálculos de Emissões GEE

CO2

CH4

N2O

HFCs

PFCs

SF6

NF3

As fontes de fatores GWP utilizadas no Inventário têm como base as indicadas na metodologia GHG Protocol. Nossas metas diretas sobre impactos em mudanças climáticas são expressas indiretamente pelo controle de despesas dos gastos com combustíveis (fontes de emissões do Escopo 1), além da existência de meta específica para o consumo de energia (fonte de emissão do Escopo 2) no Índice Pegada Ecológica (IPE), que avalia todas as nossas dependências.

Análise

Com as ações de nosso SGA, ao comparar nossas emissões diretas de GEE (Escopos 1 e 2) em 2018 com o ano anterior, constata-se a redução de 1,9%, de 67.346 tCO2e para 66.068 tCO2e. Além da redução das emissões diretas, em 2018 houve redução também de 7,69% das emissões do Escopo 3, de 71.841 tCO2e em 2017 para 66.314 tCO2e em 2018.

Escopo 1

De forma global, as emissões do Escopo 1 aumentaram em 89,64% em razão da alteração das informações dos tipos de equipamentos de ar-condicionado e do cálculo do volume de gás refrigerante instalado, além da inclusão das emissões dos extintores de incêndio, o que fez com que as toneladas de carbono equivalente aumentassem 154,07% em 2018, passando de 7.233 tCO2e em 2017 para 18.376 tCO2e.

Em contrapartida, reduzimos o consumo de combustíveis, o que representou uma redução de emissões em 12,75%, o que fez com que aquelas vinculadas às combustões móvel e estacionária passassem de 4.551 tCO2e em 2017 para 3.970 tCO2e em 2018. No último ano, o consumo de diesel nos geradores de energia elétrica reduziu em 19,9%; nos combustíveis para uso na frota própria de veículos, houve redução total de 4,8%.

A redução das emissões no consumo de combustível foi obtida, entre outras formas, pelo estabelecimento de cláusulas nos contratos com fornecedores da nossa frota de veículos, que exigem modelos ecoeficientes, com motores flex, que permitem o uso do etanol, menos poluente e oriundo de fonte renovável. Ademais, estamos permanentemente revisando nosso modelo de transporte para que gere menos custos e impactos ambientais. Um exemplo é a utilização de táxi acionado por aplicativo: além de permitir o compartilhamento do transporte por até quatro funcionários, o que ocasiona redução de uso de veículos automotores, o mecanismo ainda conta com sistema de relatório dos impactos ambientais das corridas realizadas e informa o número de árvores a serem plantadas para compensação do impacto, bem como o custo financeiro dessa compensação.

Escopo 2

As emissões do Escopo 2 corresponderam a 43.721 tCO2e em 2018, redução de 21,31% em comparação com 2017 (55.562 tCO2e). Nosso consumo de energia elétrica, por sua vez, foi reduzido em 1,81%, caindo de 609.074 MWh em 2017 para 598.393 MWh em 2018.

Tal redução deve-se às ações que integram o Programa de Racionalização do Consumo de Energia Elétrica (Procen), como iniciativas de conscientização interna e da adequação de períodos de funcionamento de sistemas de iluminação e ar-condicionado.

Também estipulamos ao longo do ano as seguintes medidas para alcançarmos maior eficiência energética:

  • Observar rigorosamente os horários de acionamento e desligamento dos aparelhos de ar-condicionado, tendo em vista que esse sistema é responsável por 60% do nosso consumo de energia;
  • Ajustar o sistema de ar-condicionado em 23 °C para atender às normas brasileiras vigentes;
  • Substituir a iluminação de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LED;
  • Verificar periodicamente o funcionamento dos timers dos sistemas de iluminação e ar-condicionado do autoatendimento;
  • Desligar impressoras, estabilizadores, computadores e monitores após o encerramento do expediente;
  • Apagar as luzes de ambientes que não estejam sendo ocupados e dos locais com boa iluminação natural;
  • Acionar apenas o sistema de ventilação dos aparelhos de ar-condicionado em dias frios; e
  • Realizar ações de comunicação por meio dos canais internos do BB para racionalização de energia, bem como campanhas para Uso Responsável de Energia e para eliminar a cobrança de multas nas faturas de energia elétrica (Campanha Multa Zero).

Escopo 3

Além da redução das emissões diretas, em 2018 houve redução de 7,69% das emissões do Escopo 3, de 71.841 tCO2e em 2017 para 66.314 tCO2e em 2018.

Essa diminuição deveu-se notadamente aos itens de transporte e distribuição – upstream (-25,20%), que abrangem o transporte compartilhado de malote (-46,30%) e o transporte de numerário (-22,82%); viagens a negócios (-11,79%); e transporte e distribuição – downstream (-28,77%).

Ressalta-se que o esforço de racionalização de viagens aéreas é um desafio constante para nós. Estimulamos o uso das nossas 670 salas de áudio e videoconferência distribuídas em dependências de todas as unidades da Federação e no exterior.