A Inovação, na MRV, está direcionada a duas frentes: melhorar a experiência do cliente e ampliar a produtividade. A companhia pesquisa e desenvolve novos materiais e processos com base na replicação das melhores práticas identificadas nos canteiros de obras. A ideia também é automatizar procedimentos, sempre que possível, para redução de custos, ganho de tempo e oferta de produtos qualificados e sustentáveis.
Exemplo, nesse sentido, são os lançamentos, em 2017, das linhas Eco, Bio e Premium, que agregaram soluções inéditas no setor imobiliário. Tendo a sustentabilidade como essência, os residenciais inovam no tipo de acabamento dos imóveis, em soluções tecnológicas e inteligentes e em conectividade nos espaços comuns, preparados para receber Wi-Fi e dotados de tomadas com entrada USB, sistema de segurança e geração de energia fotovoltaica. O design também é diferenciado, com cores modernas nas fachadas e guaritas com acabamento em granito ecológico.
A preocupação se estende ainda à redução do consumo de recursos naturais por parte dos futuros moradores. Os empreendimentos são dotados de descargas com caixa acoplada e sistema dual flush, que chegam a proporcionar economia de 17 litros por acionamento; caixas para reaproveitamento de água da chuva, que pode ser utilizada nas descargas do salão de festas e portaria ou na irrigação de jardins; lâmpadas LED, mais econômicas; redutor de vazão de água; bicicletários; locais apropriados para a coleta seletiva de resíduos; e sensores de presença, que asseguram economia de energia, entre outras alternativas.
Em 2017, 30% de todos os projetos da MRV foram lançados com energia fotovoltaica. A meta da companhia é que, em cinco anos, 100% dos imóveis sejam dotados da solução. Para destacar seus investimentos nesse sentido, a empresa lançou no ano a campanha MRV: Nosso Recado, um vídeo exibido na TV fechada e nas mídias sociais que mostra o foco em energia limpa, infinita e abundante em todo o país. A campanha posiciona a construtora como a primeira da América Latina a investir em energia solar fotovoltaica em larga escala.
A crença nessa solução está expressa na instalação da árvore de energia solar fotovoltaica – a segunda do país – na entrada da sede da empresa, em Belo Horizonte. Semelhante a uma palmeira, a árvore é capaz de recarregar celulares e disponibiliza sinal de Wi-Fi gratuito ao público por meio de uma técnica que capta a radiação solar e a transforma em eletricidade.
Para desenvolver seus negócios de forma que proporcione a melhor experiência ao cliente, a MRV empreende uma série de pesquisas de percepção e considera as megatendências apontadas em comitês dos quais participa e em viagens nacionais e internacionais para a troca de experiências. Assim, o fato de a maioria dos clientes ser jovem a incentiva a investir em conectividade, a maior longevidade dos brasileiros a leva a estudar soluções específicas, como a instalação de corrimões nos banheiros, o uso de recursos sustentáveis busca assegurar mais qualidade às futuras gerações e assim por diante. O propósito não é fazer um produto para o cliente, mas sim o produto que ele deseja, o que é outro diferencial perseguido pela empresa.
A MRV busca adotar projetos inovadores também na fase de planejamento e programação das obras. Um deles é o Building Information Modeling – BIM (em português: Modelagem da Informação da Construção), que deve estar totalmente instalado até o fim de 2019. Trata-se de um software que trabalha com projetos em 3D, mais próximos do original do que os desenhados usualmente, em 2D, e permite compatibilizar todas as necessidades das obras – elétrica, estrutural, hidráulica, etc. – e detectar eventuais problemas ainda na fase virtual.
Outra vantagem do sistema é aproximar o planejamento e o controle ao orçamento, tornando-o mais ágil e permitindo a otimização de recursos, o que resulta em mais eficiência e obras mais assertivas. Os primeiros projetos 100% BIM serão elaborados em 2018 com base na informatização de toda a parte de planejamento e controle, além de outros processos e entrega das chaves – cujas fases de vistoria e agendamento serão feitas por tablet.
Além de Comitê de Inovação corporativo, a MRV mantém instâncias regionais para o mesmo fim, como na Bahia, e também no âmbito do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), em parceria com outras empresas. Assim, procura estar na vanguarda de seu setor, identificando novas soluções, inclusive no exterior, a serem agregadas.
O método construtivo parede de concreto é um exemplo. Adotado mais intensamente nos últimos anos, estava contemplado em 69% das obras – os demais 31% seguiam em alvenaria estrutural no fim de 2017 e deve encerrar o ano de 2018 com 86% delas. Além de gerar menos resíduos, o sistema agiliza a construção e reduz a mobilização de mão de obra: em 2007, eram necessários 11 profissionais para construir um apartamento/mês, número que caiu, em 2017, para seis (pelo método alvenaria) e para três (método “parede de concreto”). Isso possibilita à empresa investir em um time mais especializado e dirimir os riscos relacionados à manutenção de grande contingente de pessoas nos canteiros de obras, inclusive alojadas. Tanto que a intenção é chegar a um Índice de Produtividade (IP) de 2,5 no método construtivo “parede de concreto”. O indicador demonstra quantas pessoas são necessárias para produzir uma unidade, ou seja, quanto menor, melhor o resultado. Em relação ao custo da metodologia, depois do investimento inicial em formas, da organização da logística adequada e do treinamento de mão de obra, é até mais competitivo do que o formato tradicional.
O ano de 2017 foi marcado pelo crescimento contínuo dos lançamentos e das vendas, que alcançaram, respectivamente, R$ 5,6 bilhões e R$ 6,1 bilhões. Os resultados refletem a capacidade da companhia de executar sua estratégia.
Como consequência, o lucro líquido alcançou R$ 653 milhões, 17,3% superior ao de 2016. No quarto trimestre do ano, a empresa atingiu o maior nível do Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) dos últimos três anos, impulsionado pelo aumento da receita, melhora da margem bruta e diluição das despesas de SG&A. Chegou ao quinto ano consecutivo de geração de caixa, mantendo o investimento em terrenos e baixo nível de endividamento.
O volume, a qualidade e a dispersão do land bank proporcionam maior vantagem competitiva à companhia, que, em 2017, ampliou sua presença em capitais e regiões metropolitanas onde está concentrada a maior parte da demanda habitacional e pouca oferta. O crescimento do investimento em land bank foi acompanhado do aumento nos lançamentos e vendas.
O processo de legalização desse portfólio continua avançando e aumentando o potencial de lançamentos.
Conforme previsto, a MRV atingiu valores anualizados de vendas e lançamentos no patamar de 50 mil unidades, tendo sido capaz de ampliar as operações de forma eficiente, com margem bruta crescente, diluição das despesas de SG&A, investimentos em terrenos, tecnologia e dimensionamento do back office, mantendo a geração de caixa e o baixo nível de endividamento.
O ano foi encerrado com margem bruta de 33,9%, aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao período anterior. O desempenho dos projetos está em patamar adequado e com baixa discrepância entre si, o que contribuirá para a manutenção das margens.
Foi ainda mantida a maior eficiência nas despesas de SG&A o que contribuiu para a diluição. O aumento nominal das despesas comerciais foi reflexo do maior volume de vendas e pagamento de comissões, enquanto o aumento das despesas de SG&A traduz o ajuste de provisão da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) decorrente do alcance de metas.
O aumento de 40% do Ebitda, por sua vez, decorre da evolução do resultado operacional da companhia, com elevação de margem bruta, maior nível de receita e controle das despesas de SG&A.
Ao fim de 2017, o endividamento da MRV era de R$ 3.472 milhões, totalmente denominados em reais, indexados principalmente na variação do Certificado de Depósito Interbancário e da taxa referencial. A empresa busca ativamente o alongamento do perfil da dívida e, oportunamente, poderá fazer emissões com prazos mais longos e custos adequados.
Indicadores financeiros (R$ milhões) |
4T17 | 3T17 | 4T16 | Var. 4T17 x 3T16 |
Var. 4T17 x 4T16 |
2017 | 2016 | Var. 2017 x 2016 |
Receita operacional líquida | 1.350 | 1.212 | 1.046 | 11,4% ↑ | 29,1% ↑ | 4.669 | 4.167 | 12,0% ↑ |
Resultado financeiro alocado à receita líquida | 22 | 33 | 21 | 32,9% ↓ | 6,7% ↑ | 91 | 82 | 10,7% ↑ |
Receita operacional líquida total | 1.372 | 1.245 | 1.067 | 10,2% ↑ | 28,7% ↑ | 4.760 | 4.249 | 12,0% ↑ |
Custo financeiro alocado ao CVM | 55 | 45 | 35 | 21,7% ↑ | 58,3% ↑ | 176 | 140 | 25,4% ↑ |
Lucro bruto | 462 | 424 | 357 | 8,9% ↑ | 29,6% ↑ | 1.612 | 1.393 | 15,7% ↑ |
Margem bruta (%) | 33,7 | 34,1 | 33,4 | 0,4 p.p. ↓ | 0,2 p.p. ↑ | 33,9 | 32,8 | 1,1 p.p. ↑ |
Despesas comerciais | (144) | (139) | (133) | 3,6% ↑ | 8,3% ↑ | (550) | (499) | 10,3% ↑ |
Despesas comerciais/ROL (%) | 10,5 | 11,2 | 12,5 | 0,7 p.p. ↓ | 2,0 p.p. ↓ | 11,6 | 11,7 | 0,2 p.p. ↓ |
Despesas comerciais/Vendas contratadas (%) | 8,3 | 9,0 | 10,3 | 0,7 p.p. ↓ | 2,0 p.p. ↓ | 9,1 | 9,5 | 0,4 p.p. ↓ |
Despesas gerais e administrativas | (85) | (82) | (69) | 4,4% ↑ | 23,0% ↑ | (320) | (287) | 11,2% ↑ |
Despesas G&A/ROL (%) | 6,2 | 6,6 | 6,5 | 0,3 p.p. ↓ | 0,3 p.p. ↓ | 6,7 | 6,8 | 0,0 p.p ↓ |
Despesas G&A/vendas contratadas (%) | 4,9 | 5,3 | 5,4 | 0,4 p.p. ↓ | 0,4 p.p. ↓ | 5,3 | 5,5 | 0,2 p.p. ↓ |
Equivalência patrimonial | (3) | (12) | (16) | 78,7% ↓ | 84,6% ↓ | (33) | (63) | 47,9% ↓ |
Ebitda | 269 | 273 | 160 | 1,3% ↓ | 68,2% ↑ | 892 | 637 | 40,0% ↑ |
Margem Ebitda (%) | 19,6 | 21,9 | 15,0 | 2,3 p.p. ↓ | 4,6 p.p. ↑ | 18,7 | 15,0 | 3,7 p.p. ↑ |
Lucro líquido | 180 | 202 | 142 | 10,9% ↓ | 27,1% ↑ | 653 | 557 | 17,3% ↑ |
Margem líquida (%) | 13,1 | 16,2 | 13,3 | 3,1 p.p. ↓ | 0,2 p.p. ↓ | 13,7 | 13,1 | 0,6 p.p. ↑ |
Lucro por ação (R$) | 0,408 | 0,458 | 0,321 | 10,9% ↓ | 27,0% ↑ | 1,48 | 1,26 | 17,2% ↑ |
ROE (12 meses) | 12,2 | 11,7 | 11,1 | 0,6 p.p. ↑ | 1,1 p.p. ↑ | 12,2 | 11,1 | 1,1 p.p. ↑ |
ROE (anualizado) | 13,0 | 14,9 | 10,9 | 1,9 p.p. ↓ | 2,1 p.p. ↑ | 13,0 | 10,9 | 2,1 p.p. ↑ |
Receita bruta de vendas a apropriar | 2.416 | 2.177 | 2.059 | 11,0% ↑ | 17,3% ↑ | 2.416 | 2.059 | 17,3% ↑ |
(-) Custo de unidades vendidas a apropriar |
(1.395) | (1.252) | (1.225) | 11,4% ↑ | 13,9% ↑ | (1.395) | (1.225) | 13,9% ↑ |
Resultado a apropriar | 1.021 | 925 | 834 | 10,4% ↑ | 22,4% ↑ | 1.021 | 834 | 22,4% ↑ |
Margem do resultado a apropriar (%) | 42,3 | 42,5 | 40,5 | 0,2 p.p. ↓ | 1,7 p.p. ↑ | 42,3 | 40,5 | 1,7 p.p. ↑ |
Geração de caixa | 38 | 116 | 147 | 67,5% ↓ | 74,4% ↓ | 327 | 511 | 36,0% ↓ |
Dívida líquida (caixa líquido) | 378 | 353 | 293 | 7,0% ↑ | 29,2% ↑ | 378 | 293 | 29,2% ↑ |
Dívida líquida/PL total | 6,5 | 6,1 | 5,4 | 0,4 p.p. ↑ | 1,1 p.p. ↑ | 6,5 | 5,4 | 1,1 p.p. ↑ |
Dívida líquida/Ebitda 12 meses | 0,42x | 0,45x | 0,46x | 6,1% ↓ | 8,3% ↓ | 0,42x | 0,46x | 8,3% ↓ |
201-1 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) | Consolidado (R$ milhares) | |
2016 | 2017 | |
Reapresentado | - | |
Receitas | 4.389.427 | 4.916.558 |
Insumos adquiridos de terceiros* | (2.668.043) | (2.986.604) |
Valor adicionado bruto | 1.721.384 | 1.929.954 |
Depreciação e amortização | (41.577) | (49.186) |
Valor adicionado líquido e produzido | 1.679.807 | 1.880.768 |
Valor adicionado recebido em transferência | ||
Resultado de equivalência patrimonial (a) | (63.407) | (33.049) |
Receitas financeiras | 285.445 | 292.053 |
Valor adicionado a distribuir | 1.901.845 | 2.139.772 |
Distribuição do valor adicionado (DVA) | 2016 | 2017 |
Pessoal | 613.486 | 621.531 |
Impostos, taxas e contribuições | 383.626 | 408.037 |
Remuneração de capitais de terceiros | 330.329 | 410.180 |
Remuneração de capitais próprios | 574.404 | 700.024 |
Valor adicionado distribuído | 1.901.845 | 2.139.772 |
Vários recursos adotados pela MRV beneficiam diretamente os moradores de seus residenciais, de acordo com o conceito de moradias sustentáveis. É o caso da energia solar fotovoltaica – já instalada em 17 mil unidades – e do IPTU Verde, em que a empresa busca, por meio de parcerias com prefeituras, isenção de parte do tributo de seus clientes como compensação.
Tratativas nesse sentido foram feitas em 22 cidades, nas quais os empreendimentos devem respeitar uma legislação municipal, que varia de acordo com o município, mas tem como princípio fatores em comum, por exemplo, gestão sustentável das águas, eficiência e alternativas energéticas, projeto sustentável, diminuição das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), entre outros. O benefício deve ser renovado anualmente, e o valor do desconto varia de acordo com o cumprimento dos requisitos solicitados. Em Curitiba (PR), ele já vigora no Parque Challet, cujos moradores têm desconto de 50% no valor do imposto em virtude da manutenção, pela empresa, de uma área de bosque preservado.
Outra iniciativa que a companhia pretende estender aos seus residenciais é a instalação de árvores de energia fotovoltaica para o carregamento de celulares. A próxima árvore está prevista para ser instalada na praça do Reserva Paulista, empreendimento localizado em Pirituba.
Os vizinhos das obras e dos municípios onde a empresa está presente também são favorecidos pelas ações da MRV, que, em 2017, investiu mais de R$ 223 milhões em projetos de urbanização, dos quais cerca de 62 milhões em serviços de infraestrutura e pavimentação de ruas. Exemplos são o Complexo Cachoeira, em Betim, onde foram aplicados R$ 9,6 milhões na construção de pontes e ruas; a construção viária da Urbanização dos Cantos II, em Campinas, que demandou R$ 6,2 milhões; e a pavimentação de vias na Urbanização Reserva Real, em Ribeirão Preto, que envolveu R$ 5,4 milhões.
A MRV também investe em redes de água, esgoto e drenagem (foram mais de R$ 61,8 milhões em 2017, 55% das obras concentradas no Estado de São Paulo) e em unidades escolares e creches, cujas execuções somaram no ano R$ 6,9 milhões. Confira o balanço dos investimentos nas tabelas a seguir: 203-1
Investimento por Estado | Valores contabilizados (R$) |
São Paulo | 107.673.419 |
Minas Gerais | 32.816.810 |
Rio de Janeiro | 23.903.468 |
Bahia | 12.808.809 |
Paraná | 12.397.100 |
Rio Grande do Sul | 7.231.313 |
Mato Grosso | 4.594.855 |
Goiás | 3.976.470 |
Santa Catarina | 3.529.910 |
Espírito Santo | 3.499.063 |
Ceará | 3.198.899 |
Pernambuco | 2.442.106 |
Maranhão | 1.661.815 |
Mato Grosso do Sul | 1.324.553 |
Rio Grande do Norte | 751.517 |
Alagoas | 531.034 |
Piauí | 373.949 |
Paraíba | 358.016 |
Sergipe | 287.554 |
Total | 223.360.660 |
Ainda no ano, em parceria com o Seconci-Rio, a MRV desenvolveu o projeto Solare Vizinho do Bem com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das comunidades vizinhas do empreendimento Reserva Solare, que está sendo construído em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Depois de iniciado o processo de comunicação com os moradores da região, foram promovidos oficinas de inclusão digital, o projeto Muro Limpo, treinamentos para a formação de pintores profissionais e campanhas socioeducativas, além da instalação de biblioteca.
Alinhada ao seu compromisso de proximidade com os clientes, a MRV também oferece o benefício Indicação Premiada, em que, a cada indicação de novo comprador feita por um cliente, este recebe um crédito no valor de até R$ 1.000,00 no cartão Sodexo.
As obras são obrigatoriamente precedidas de investimento no bairro voluntário, por parte da MRV, em infraestruturas viárias, paisagismo e saneamento. O setor responsável por essas ações é o Comercial.
Há verba destinada à aplicação de ações sustentáveis na vizinhança em todas as obras. Programada no âmbito da PEP Sustentabilidade, ela é utilizada em projetos como Dia da Dengue, campanha de vacinação, Semana do Meio Ambiente, plantio de árvores e limpeza de praias. Também é mantido canal de comunicação com a comunidade e os vizinhos, divulgado no relatório de sustentabilidade e nas redes sociais: a comunidade@mrv.com.br // sustentabilidade@mrv.com.br // canal confidencial.
Demonstração do compromisso da MRV com a redução das emissões de GEE foi a conquista da classificação A- do Carbon Disclosure Program (CDP) pelo desempenho e pela transparência em relação às mudanças climáticas. A empresa foi a única de seu setor a receber essa pontuação, juntamente com outras sete brasileiras, entre 4,5 mil inscritas. Teve ainda um case sobre capacitação e gestão na cadeia de pequenos fornecedores por meio do programa Uniethos, apresentado na Conferência Ethos 360, realizada no Rio de Janeiro, e exibiu painel no evento da entidade em São Paulo sobre o projeto de energia fotovoltaica em seus empreendimentos.
Para estreitar os laços com a academia, a companhia otimizou a ação Portas Abertas, em que os estudantes participam de visitas orientadas às obras para conhecerem não apenas os processos produtivos, mas também o foco em sustentabilidade, que abrange meio ambiente, inovação, gestão de resíduos, mudanças climáticas e selos de sustentabilidade contemplados pela empresa.
Em 2017, a ação promoveu o plantio de 181.366 árvores, o que significa 66 mil (ou 58%) acima da meta prevista para o período, que era de 115 mil. Desde 2010, 1 milhão de árvores já foram plantadas pela companhia, um total de 550 mil toneladas de CO2 removidas da atmosfera, que equivale a:
Também passou a adotar a Climas, plataforma de gestão de indicadores ambientais, como GEE, resíduos, água e energia. A ideia é usar a tecnologia para controlar a gestão da ecoeficiência, já que a ferramenta facilita a governança de dados, possibilita automatizar os cálculos e fornecer informações estratégicas para a atuação alinhada à sustentabilidade.
Apesar de adotar, em suas obras, alguns materiais provenientes de reciclagem, como o granito ecológico, a MRV tem como foco o reúso. Mantém parcerias com seis entidades de reciclagens em diversos municípios para destinar adequadamente os materiais que não podem mais ser utilizados. É o caso da Coorlas, no Rio Grande do Sul, que, com apenas quatro meses de parceria, resultou na redução de 40% no custo com caçambas e destinação, no Loteamento Alameda dos Cristais.
Todos os canteiros são dotados de baias para a armazenagem dos resíduos e em alguns deles existem bags para facilitar o transporte do material até as cooperativas parceiras.
Além disso, a companhia se empenha para comprometer seus grandes fornecedores com a prática da logística reversa. Como fruto desse trabalho, já fechou contrato, que vigora nacionalmente, com empresas fornecedoras de tonners. Em alguns municípios, como São Paulo, a prática também é feita com resíduos de blocos – que retornam à produção – e pallets de madeira em bom estado, reutilizados para o transporte de material.
Já o projeto Rede de Negócios Sustentáveis, lançado como piloto no ano anterior para possibilitar a oferta em plataforma on-line do material resultante das obras, foi substituído em 2017 por acordos com fornecedores de caçambas para que eles próprios comprem os materiais reutilizáveis ou recicláveis, como papelão, por exemplo, a um preço inferior ao de mercado. Nesse sistema, a empresa deixa de arcar com o custo do recolhimento e ainda recebe pelo material descartado. O fornecedor, por sua vez, é beneficiado na medida em que paga menos pelo material e o revende, posteriormente, pelo valor de mercado.
Natureza | Descrição | Unidade de medida | Quantidade |
Não renovável | Areia | Metro cúbico | 283.160,22 |
Não renovável | Argamassa | Quilo | 26.703.863,97 |
Não renovável | Azulejo cerâmico | Metro quadrado | 933.852,34 |
Não renovável | Bloco de concreto | Unidade | 29.949.906,18 |
Não renovável | Cimento | Tonelada | 30.785,06 |
Não renovável | Concreto usinado | Metro cúbico | 758.674,70 |
Não renovável | Louça sanitária | Unidade | 162.555,72 |
Não renovável | Pedra britada | Tonelada | 478.031,64 |
Não renovável | Piso cerâmico | Metro quadrado | 992.798,36 |
Não renovável | Quadros medidores | Unidade | 24.502,57 |
Não renovável | Telha de fibrocimento | Quilo | 4.938.513,67 |
Não renovável | Textura | Quilo | 8.256.113,01 |
Não renovável | Tubo, aduela e anel pré-moldado de concreto | Metro | 70.357,14 |
Não renovável | Tubo/conexão PVC esgoto normal | Unidade | 3.390.466,78 |
Renovável | Cabo elétrico | Metro | 16.933.776,97 |
Renovável | Janela de alumínio | Unidade | 175.775,25 |
Renovável | Piso laminado | Metro quadrado | 453.004,65 |
Renovável | Porta pronta | Unidade | 184.341,90 |
Renovável | Vergalhão/tela de aço | Quilo | 20.372.907,66 |
O método construtivo “parede de concreto”, ampliado em 2017 para cerca de 50% dos empreendimentos, impactou forte e positivamente a geração de resíduos – aspecto monitorado há mais de três anos pela companhia. Só em 2018 será possível segregar a dimensão desse impacto em relação às medidas que já vêm sendo adotadas no mesmo sentido.
306-2 – Peso total de resíduos, discriminado por tipo e método de disposição | ||||
2015 | 2016 | 2017 | Tipo de resíduos | |
Reutilização | - | - | 614 m³ | Entulho limpo (concreto e cimento), solo madeira, metal, papel e plástico |
Reciclagem | - | - | 93.562 m³ | |
Aterro | - | 372.020 m³ | 251.300 m³ | |
Outros (especificar) | 0 | 11.009 m³ | Logística reversa | |
Volume total | 345.994 m³ |
Peso de resíduos perigosos por método de disposição |
||||
|
2015 |
2016 |
2017 |
Tipo de resíduos |
Aterro |
|
|
4.450 m³ |
Aterro industrial |
Peso total |
|
4.450 m³ |
|
|
A MRV gera pequena quantidade de resíduos Classe D (perigosos), informados no Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), em andamento em cada obra, que inclui estimativa da geração de resíduos no início do trabalho.
O consumo de água é um dos aspectos que integram o Programa Austeridade, controlado diretamente pela Presidência, cujo indicador considera o custo contábil, excluindo-se taxas e impostos, dividido pelo número de unidades produzidas. Em 2017, o resultado atingiu 362,11, superior em 27% aos 292,03 obtidos no ano anterior, ou seja, contrário à meta de redução de 2% do valor do consumo por unidade. Como o índice de produção se manteve no mesmo patamar, na comparação, a explicação recai sobre os reajustes tarifários aplicados por várias concessionárias do país. A partir de 2018, a companhia já deverá ter sistematizado o cálculo consumido de água por volume. CRE-2
Já o volume de água retirado por fonte totalizou, no ano, 23.709.028 m3, superior em 19,8% na comparação com o ano anterior, em razão de terem sido contabilizadas somente em 2017 as informações de caminhões-pipa e água reutilizada.
Volume total de água retirado por fonte (m3 ) 303-1 | ||
2016 | 2017 | |
Águas superficiais, incluindo as de charcos, rios, lagos e oceanos | 9.595.140 | 10.562.619 |
Águas de chuva coletadas diariamente e armazenadas pela empresa* | - | 742.698 |
Suprimento de água municipal ou outros serviços públicos ou privados de fornecimento de água | 10.189.573 | 12.403.711 |
Total | 19.784.713 | 23.709.028 |
Assim como o consumo de água, o de energia elétrica é calculado pelo custo, que, no ano, foi reduzido em 7% (de R$ 7,8 milhões em 2016 para R$ 7,3 milhões), com meta de 2%, por conta de geradores próprios instalados em grande parte das obras em razão da morosidade das concessionárias em abrir negociação para a comercialização do insumo em agrupamentos regionais (macros). A meta para 2018 é reduzir em 2% o valor não apenas com a continuidade da instalação de geradores nas localidades em que os custos são mais significativos, mas também por meio de acordos com as maiores concessionárias de energia com as quais a companhia trabalha, no âmbito do Projeto de Geração Distribuída, ainda em fase de estruturação. 302-1
A meta de reduzir em 1% as emissões de GEE no ano, na comparação com 2016, não foi atingida justamente pelo fato de a companhia ter adotado em algumas obras geradores de energia, que são movidos a diesel – o que impacta diretamente as emissões do escopo 1.
O controle das emissões se dá por meio de software específico, integrado automaticamente todos os meses ao sistema de gestão informatizado da MRV. O processo possibilitou melhoria do fluxo das informações e da contabilização de unidades construídas e auxiliou na redução de erros, o que impactou na base de dados e no resultado em relação à meta.
Além disso, gestores e profissionais de várias áreas, como a Comercial, utilizam ticket card no abastecimento de seus veículos e, no ano, com base em análise comparativa de qualidade, o cartão priorizou a utilização de maior percentual de gasolina, cujo preço foi mais elevado. A empresa já vem promovendo estudo para substituir o combustível por biodiesel ou etanol, porém isso envolve trabalho complexo de levantamento de custos em diferentes regiões do país, o que pode dificultar a mudança já em 2018.
305-1 – Emissões diretas de Gases do Efeito Estufa – Escopo 1 | ||
Emissões brutas diretas (Escopo 1) em toneladas métricas de CO2 equivalente | ||
Emissões brutas diretas (Escopo 1) | 2016 | 2017 |
CO2 | 7.898,86 | 17.118,38 |
CH4 | 4.672,63 | 4.542,30 |
N2O | 343,08 | 2.719,12 |
HFCs | 1.882,27 | |
Total | 14.796,85 | 24.379,81 |
305-2 – Emissões diretas de Gases do Efeito Estufa – Escopo 2 | ||
Emissões brutas diretas (Escopo 2) em toneladas métricas de CO2 equivalente | ||
Emissões brutas diretas (Escopo 2) | 2016 | 2017 |
CO2 | 3.252,26 | 2.556,78 |
Total | 3.252,26 | 2.556,78 |
305-3 – Outras emissões indiretas de Gases do Efeito Estufa – Escopo 3 | ||
Emissões brutas indiretas (Escopo 1) em toneladas métricas de CO2 equivalente | ||
Outras emissões brutas de emissões de Gases do Efeito Estufa em toneladas métricas de CO2 equivalente (Escopo 3) | 2016 | 2017 |
CO2 | 180.963,19 | 206.272,20 |
CH4 | 332,96 | 0,26 |
N2O | 1,20 | 11,04 |
Total | 181.297,35 | 206.283,51 |
305-5 – Redução de emissões de Gases do Efeito Estufa | ||||
Metas de redução de emissões em tCO2 | Valor total 2016 | Meta de redução para 2017 (%) | Valor total em 2017 | Meta de redução para 2018 (%) |
Escopo 1 | 14.796,94 | 1 | 24.379,81 | 1 |
Escopo 2 | 3.252,26 | 2 | 2.556,78 | 2 |
Escopo 3 | 181.297,36 | Não há | 206.283,51 | Não há |