A água passa por várias camadas de filtros onde os flocos menores, que não desceram no processo de decantação, vão sendo retidos. A água já está límpida, livre de partículas de impurezas, mas o processo de purificação ainda está incompleto.
RELATÓRIO ANUAL DE SUSTENTABILIDADE 2015
Desempenho operacional
Contexto setorial
De acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizado com base em dados oficiais sobre as obras do setor, a universalização de serviços de saneamento básico no Brasil será alcançada após 2050, mais de 20 anos depois do prazo previsto no Plano Nacional de Saneamento Básico (PlanSab).
O plano, que foi regulamentado em 2013 pelo Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, traz diretrizes de investimentos para que a meta estabelecida pelo governo federal seja alcançada: até 2033, a universalização do serviço de água (100%) e, dez anos depois, mais de 90% de domicílios com rede de esgoto.
O PlanSab prevê uma abordagem integrada dos serviços de saneamento básico em quatro frentes: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Para alcançar os resultados, desde 2004 as empresas privadas têm atuado no setor por meio de concessões, plenas ou parciais, ou parcerias público-privadas. Além disso, diversas iniciativas têm sido propostas pelo governo.
No entanto, mesmo com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007, que tinha como objetivo promover a execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética, o País avançou pouco. Segundo dados de 2014 do Instituto Trata Brasil, que avalia obras do setor, das 330 obras de saneamento relevantes do PAC monitoradas, só 26% das de esgoto e 33% das de água foram concluídas.
Além disso, de acordo com o estudo da CNI – com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) até 2013 –, entre 1996 e 2006, o Brasil passou de 40% para 48% o volume de residências com rede de esgoto, e, entre 2007 e 2013, esse indicador chegou a 58%.
Já em relação à rede de água, as habitações atendidas entre 1996 e 2006 passaram de 76% para 84%. O avanço nos sete anos seguintes (com a criação do PAC) foi de apenas um ponto percentual (85%).
Com base nesse estudo, os investimentos teriam de ser dobrados para cumprir a meta do PlanSab. Isso porque, no ritmo atual, as metas estabelecidas seriam alcançadas somente em 2043 (serviços de água) e 2053 (rede de esgoto). Em 2009, por exemplo, os gastos com saneamento chegaram a R$ 10 bilhões, mas estão no mesmo patamar desde então.
Domicílios com rede de esgoto (%)
Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa não foi realizada em 2000 e 2010.
Domicílios com abastecimento de água (%)
Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa não foi realizada em 2000 e 2010.
Gastos com saneamento (R$ bilhões)
Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI). Valores constantes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com informações do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS).
Um dos motivos para a falta de recursos é a dificuldade das empresas responsáveis pelo saneamento – a maioria estatal – de reduzir perdas. Conforme a CNI, 37% da água distribuída não é recebida, o que prejudica a captação de recursos para continuar investindo.
A burocracia na liberação de verba também é uma das causas do baixo desempenho do setor. Segundo o mesmo levantamento, a demora pode chegar a 22 meses entre a apresentação de um projeto de saneamento e a disponibilização de recursos.
O PlanSab tem como meta atingir a universalização do serviço de água, alcançando os 100%, até 2033
Brasil: baixa cobertura e tratamento de água e esgoto
O baixo nível de investimento das companhias públicas gerou um significativo déficit de cobertura e tratamento de água e esgoto.
Cobertura de água (% população)
Fonte: SNIS 2014.
Cobertura de esgoto (% população)
Fonte: SNIS 2014.
Índice de perdas na distribuição (% volume disponibilizado)
Fonte: SNIS 2014.
Tratamento de esgoto (% esgoto gerado)
Brasil: déficit em saneamento
Atendimento água
Apesar de o índice de atendimento urbano de água no País ser de 93%, apenas 59% é considerado atendimento adequado.
1. Atendimento precário: intermitência prolongada, racionamento, água fora dos padrões de potabilidade, uso de cisternas, falta de canalização interna, etc.
2. Atendimento precário: fossa rudimentar e coleta não seguida de tratamento.
Em 2015, a iniciativa privada passou a atender a 304 municípios, um aumento de 2,37%
Além de inviabilizar o cumprimento de metas nacionais, a falta de investimentos em saneamento resulta em prejuízos para o sistema de saúde, com a elevação do número de pessoas doentes, e para as empresas, com ausências ao trabalho e falta de infraestrutura para investimentos.
Abre-se, portanto, cada vez mais espaço no setor para a atuação de empresas privadas, que, por meio de concessões (plenas ou parciais) ou parcerias público-privadas, têm amparado o governo na melhoria desses déficits em saneamento.
Divisão das empresas no setor
Empresas
Total de municípios em 2014
Total de municípios em 2015
Estaduais
3.891
4.012
Municipais
890
890
Privadas
297
304
Fonte: Associação Brasileira das Concessionárias Privadas dos Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON) e Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe).
Marco regulatório
Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 | Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, previsto no art. 175 da Constituição Federal.
Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004 | Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública (governos federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal).
Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005 | Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos para União, estados, Distrito Federal e municípios.
Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 | Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Também define os direitos e as obrigações da União de estabelecer regulação e planejar políticas para o setor.
Plano Nacional de Saneamento Básico (PlanSab) | Previsto na Lei nº 11.445, consiste no planejamento com base na visão estratégica do saneamento básico no Brasil.
Desempenho consolidado da Companhia
A Aegea encerrou o exercício com operação em 43 municípios, nos quais atende diariamente a 1.365.526 economias de água e esgoto, o que representa aumento de 9,5% em relação ao ano anterior, quando o total era de 1.246.845 economias.
Esse crescimento reflete a aquisição de concessões dos serviços sanitários em São Francisco do Sul (SC), Timon (MA), Holambra (SP) e Camboriú (SC), controladas por empresas da Aegea, e em Paranatinga (MT), Pimenta Bueno (RO) e Rolim de Moura (RO), controladas pela holding Nascentes do Xingu (veja mais).
Crescimento da Aegea
Municípios atendidos
População servida (milhões)
1. Se for considerada a sazonalidade dos municípios atendidos pela Prolagos, a população servida pode chegar a 3,7 milhões de habitantes.
Número de economias atendidas (mil)
Com maior base de clientes, o volume faturado de água apresentou aumento 19,9% em relação ao ano anterior, enquanto o de esgoto registrou crescimento de 3,2%.
Volume faturado (mil m3)
2015
2014
Variação (%)
Água
129.683
108.205
19,8
Esgoto
74.197
71.904
3,2
Para manter o ritmo de crescimento e aproveitar oportunidades em 93% dos municípios brasileiros ainda atendidos por autarquias ou empresas estaduais (veja mais), a Companhia investe na constante busca por ganhos de eficiência operacional e economias de escala.
Destacam-se, nesse sentido, o trabalho do Núcleo de Eficiência e Tecnologia, que desenvolve o Sistema de Gestão e Controle de Perdas, e o Programa de Gestão de Perdas, que contempla ações integradas das áreas comercial, de engenharia e de responsabilidade social.
Como resultado, a Aegea apresentou 36,7 pontos percentuais no índice médio consolidado de perdas na distribuição, valor abaixo da média nacional (39%), que inclui perdas reais e aparentes. O desempenho só não foi mais significativo porque o índice de perdas das empresas entrantes geralmente é maior do que o das que já estão consolidadas. No entanto, à medida que o padrão de gestão da Companhia é aplicado a cada operação, o índice é reduzido, como pode ser observado em Desempenho das operações, que demonstra o desempenho operacional por operação. No ano, a concessionária Águas Guariroba, por exemplo, registrou um total de 17% de perdas na distribuição.
Em 2015, o aumento do custo da energia elétrica impactou o setor acima das projeções da Companhia devido a reajustes extraordinários na tarifa pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) (veja mais). Porém, observa-se redução de 0,72 para 0,64 na métrica consumo de kWh por metro cúbico de água produzida e esgoto tratado, mesmo ao incorporar as empresas entrantes.
Estrutura tarifária
Reajustes tarifários em 2015
Operação
Município
Reajuste (%)
Águas de Barra do Garças
Barra do Garças
9,3 (1T) e 19,40 (3T)
Águas de Santa Carmem
Santa Carmem
2,63
Águas de Nortelândia
Nortelândia
2 parcelas de 10%
Águas de Confresa
Confresa
6,58
Saneamento básico de Jangada
Jangada
7,02 (1T) e 21,06 (3T)
Águas de Poconé
Poconé
5,94 (1T) e 19,40 (2T)
Águas de Matão
Matão
7,85
Águas de Campo Verde
Campo Verde
4,24
Águas de Cláudia
Cláudia
5,71
Águas de São Francisco
Barcarena
5,32
Águas de Jauru
Jauru
11,18
Águas de Primavera do Leste
Primavera do Leste
6 parcelas de 2%
Águas Guariroba (Energia Elétrica)
Campo Grande
8,35
Águas Guariroba (Anual)
Campo Grande
10,36
Prolagos (Energia Elétrica)
Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio e Búzios
7,5
Prolagos (Anual)
Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio e Búzios
9,41
Águas de São Francisco do Sul
São Francisco do Sul
4,89
Águas de Diamantino
Diamantino
7,70
Águas de São José
São José
7,29
Reajustes extraordinários aprovados em 2015:
Prolagos: 15 de maio de 2015; revisão de 7,5%. Guariroba: 29 de maio de 2015; revisão de 8,35%.
A Aegea investe constantemente em ações que visam à busca por ganhos de eficiência operacional
Em 2015, a Aegea e suas controladas investiram R$ 339 milhões em obras de infraestrutura, que incluíram a implantação de estações de tratamento, extensões de rede de água e de esgoto e ampliação do sistema de transporte e tratamento de esgoto.
Entre os impactos positivos observados estão: redução da incidência de doenças relacionadas à falta de saneamento, diminuição dos gastos com saúde pública por parte do governo, aumento da arrecadação de impostos municipais, valoração dos imóveis atendidos pela rede de abastecimento e coletora e estímulo ao turismo.
Além disso, acontece o desenvolvimento local por meio da economia, já que a empresa atua diretamente na geração de empregos e dá preferência a fornecedores locais, sempre que possível.
A Aegea atende, diariamente, 3,5 milhões de pessoas, em 43 municípios. Para levar água a todos esses domicílios, a Empresa retirou mais de 218 milhões m3 de água, provenientes de fontes superficiais (como rios e lagos) e subterrâneas (como lençóis freáticos e poços artesianos).
A Empresa atua em conformidade com a legislação e as retiradas de água realizadas não afetam as fontes hídricas de maneira significativa. As captações são liberadas via outorga pelos órgãos ambientais, de acordo com a viabilidade e disponibilidade para garantir que a Empresa atenderá às resoluções e normativas ambientais dos órgãos responsáveis.
Total de água retirada por fonte (m3/ano) GRI G4-EC7
Prolagos
Guariroba
Xingu
2014
2015
2014
2015
2014
2015
Águas superficiais,
incluindo áreas úmidas,
rios, lagos e oceanos
35.515.384
37.053.368
48.123.936
41.925.095
6.963
16.290.083
Águas subterrâneas
0
0
39.388.464
41.002.534
16.929
37.444.723
Volume total
de água retirada
35.515.384
37.053.368
87.512.400
82.927.629
23.892
53.734.806
Timon
Matão
São Francisco
do Sul
São Francisco
2014
2015
2014
2015
2014
2015
2014
2015
Águas superficiais,
incluindo áreas úmidas,
rios, lagos e oceanos
0
0
0
0
4.810.664
-
-
Águas subterrâneas
18.963.648
5.160.000
9.132.301
0
0
4.660
5.032.657
Volume total
de água retirada
18.963.648
5.160.000
9.132.301
0
4.810.664
4.660
5.032.657
Com foco em um processo mais sustentável, a Aegea reutiliza a água que seria descartada nas Estações de Tratamento de Água (ETAs)
Durante o ano de 2015, algumas unidades registraram um grande aumento no valor total de águas superficiais, subterrâneas e no volume total de água retirada. O montante pode explicado pelo aumento no número de economias e na quantidade de unidades.
Descarte total de água em 2015, discriminado por qualidade e destinação GRI G4-EN22
Unidade
Volume total de descarte de água
Destinação
Qualidade da água – eficiência média
Método de tratamento
Água reutilizada
DBO %
Prolagos
16.822.832 m3/ano
de esgoto tratado
1.383.563 m3/ano Laguna Hipersalina
3.765.894 m3/ano Laguna Hipersalina
6.435.173 m3/ano Laguna Hipersalina
2.619.122 m3/ano
Rio Una
2.619.081 m3/ano Canal Da Marina
75
Vários sistemas
de tratamento,
conforme exigência
legal dos padrões
de lançamento
26.280 m3/ano
Guariroba
29.163.369 m3/ano
de esgoto tratado
Rio
72
UASB, ICEAS
409.750 m3/ano
Mirante
37.986.825 m3/ano
de esgoto tratado
Rio
88
As principais ETEs: lodos ativados por aeração prolongada
262.800 m3/ano
Matão
120.778 m3/ano
de esgoto tratado
Rio São
Lourenço do Turvo
82
Lodos ativados por aeração prolongada
0
Campo Verde (Xingu)
245.222 m3/ano
de esgoto tratado
Rio
72
UASB, seguido por lodo ativado e filtro
0
Cláudia
(Xingu)
164.908 m3/ano
de esgoto tratado
Ribeirão Leda
67
-
0
Diamantino
(Xingu)
31.483 m3/ano
de esgoto tratado
Rio Caju
79
Lagoa facultativa
0
Guarantã
(Xingu)
65.596 m3/ano
de esgoto tratado
Córrego
84
Lodos ativados
0
Pedra Preta
(Xingu)
39.435 m3/ano
de esgoto tratado
Córrego
Águas Claras
62
Fossa filtro
0
Porto Esperidião (Xingu)
12.974 m3/ano
de esgoto tratado
Rio
Lagoa facultativa seguida por lagoa
de maturação
0
Primavera
do Leste
(Xingu)
1.365.525 m3/ano
de esgoto tratado
Rio
74
Sistema australiano de lagoas de estabilização
Lagoa anaeróbia, seguida por facultativa
e três de maturação
0
Sorriso (Xingu)
621.486 m3/ano
de esgoto tratado
Rio
82
Lodo Ativado, reator UASB, filtro de gás
0
As demais unidades não possuem ETE.
Água reutilizada
De modo a garantir a utilização sustentável dos recursos naturais e reduzir as perdas ao longo dos processos, a Aegea reutiliza a água da lavagem de filtros nas Estações de Tratamento de Água (ETAs). Ela é armazenada em tanques, o que possibilita ainda a captação e utilização de água de chuva. Dessa forma, o recurso, que seria descartado, contribui com o abastecimento da cidade.
Além disso, as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) secundárias de Armação de Búzios e terciárias de São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande atuam em parceria com as prefeituras locais para a retirada de tanques de água, retornando-os ao tratamento. Com essas ações, no ano, foram reutilizados 854.822 m3, cerca de 0,5%. GRI G4-EN10
Volume total de água reciclada e reutilizada GRI G4-EN10
Em 2015, a Empresa registrou aumento significativo nos gastos com energia – ao todo, 86,4% – devido ao reajuste na tarifa feito pela Aneel. Apesar disso, o consumo evitado atingiu um total de 3 milhões de kWh, contra 199.798 kWh consumidos. GRI G4-EN3 | G4-EN6
A Aegea se preocupa em preservar o meio ambiente e manter o ecossistema em pleno funcionamento; por isso, o tratamento de água é realizado em todas as unidades, em conformidade com as legislações ambientais federais, estaduais e municipais, seguindo padrões de qualidade.
Descrição de impactos diretos e indiretos decorrentes das atividades da Aegea GRI G4-EN12
AÇÕES
Impactos
Diretos
Indiretos
Implantação de Sistema de Esgotamento Sanitário
Melhora dos índices de qualidade dos cursos d'água
Melhora dos parâmetros
de qualidade do recurso
hídrico, podendo aumentar o número de espécies
Diminuição significativa de agentes patogênicos do efluente
Com a melhora da qualidade do recurso hídrico, pode ocorrer a restauração de processos ecológicos no ecossistema aquático e nos ecossistemas associados
Intervenções em áreas de preservação permanente para implantação do emissário final e conversão de habitat natural para implantação das estruturas necessárias para coleta, transporte e tratamento de esgoto
Ocupação de aterros
para deposição de lodo proveniente da ETE. Na unidade Guariroba esse lodo está sendo utilizado para recuperação de áreas degradadas
Implantação de Sistema de Abastecimento de Água
Melhora na qualidade da
água fornecida à população, diminuindo o índice de doenças com origem na veiculação hídrica
Intervenções em áreas de preservação permanente e conversão de habitat natural para implantação de estruturas necessárias para captação, tratamento e distribuição de água
Ocupação de aterros
para a deposição de lodo proveniente da ETA
impactos positivos
impactos negativos
Para garantir o monitoramento e a gestão dos impactos, são realizadas análises diárias na Lagoa de Araruama (RJ) – que, com aproximadamente 220 km2 de espelho d’água, é o maior ecossistema lagunar hipersalino em estado permanente do mundo – e no Rio Una (SP). Ambos foram identificados como habitats afetados por descartes de água da Empresa e são considerados áreas protegidas. As outras unidades contam com trabalho de monitoramento dos cursos d’água que recebem a água descartada. Além disso, a Aegea conta com iniciativas específicas para mitigar os impactos ambientais. GRI G4-EN26
No que se refere à fauna, estima-se que existam 39 espécies de peixes na lagoa de Araruama, 31 na lagoa de Saquarema, 89 na bacia do Rio São João, 48 na bacia do Rio Una e 46 na bacia do Rio das Ostras. Somente no Rio São João vivem 32% de todas as espécies provenientes de águas interiores do Estado do Rio de Janeiro. Em 2015, foram registrados impactos a espécies da ictiofauna, avifauna, mastofauna e herpetofauna associadas a ambientes ribeirinhos. GRI G4-EN26 | G4-EN12
Para minimizar o tamanho das áreas diretamente afetadas e preservar a biodiversidade, a Empresa investe na introdução de novas tecnologias – utilização de ETEs, tratamento e disposição de resíduos, entre outras –, bem como em outras iniciativas e em educação e treinamento ambientais. GRI G4-EN12
Extensão da mitigação de impactos ambientais de produtos e serviços GRI G4-EN27
Tema
Todos os impactos causados por produtos e serviços ambientais existentes
Iniciativas específicas implementadas no período para mitigar os impactos ambientais
Uso da água
Retirada de água (captação)
Programa de redução de perdas, reúso
Emissões
Consumo de energia
Programa de Eficiência Energética
Utilização de combustível fóssil
Nas unidades Águas de Matão e Mirante, o
abastecimento da frota foi realizado com etanol (95%)
Efluentes
Coleta e tratamento de esgoto
Crescimento de índice de cobertura de coleta e tratamento
No ano, foram gastos mais de R$ 3 milhões em tratamento e disposição de resíduos e investidos R$ 2,85 milhões em prevenção ambiental, que envolve projetos de educação e serviços externos de gestão.
Investimentos e gastos com proteção ambiental GRI G4-EN31
Custos de disposição de resíduos, tratamento de emissões e de remediação (R$)
Tratamento e disposição de resíduos
3.709.005
Gastos com equipamentos, manutenção e materiais e serviços
operacionais, além de despesas com pessoal para esse fim
1.912.888
Total
5.621.893
Prevenção e Gestão Ambiental (R$)
Educação e treinamento ambiental
2.845.782
Serviços externos de gestão ambiental
7.200
Total
2.852.982
Multas e sanções
No ano, foram registradas 26 multas de não conformidade com leis e regulamentos ambientais, em um total de R$ 5.367.250. No mesmo período, as sanções não monetárias corresponderam a 27. Todos os processos estão em fase de discussão administrativa, e os fatos que os originaram as estão em compliance. GRI G4-EN29 | G4-DMA Conformidade
Com alto desempenho operacional, a Aegea busca se tornar a melhor companhia na concretização e gestão de negócios de saneamento no Brasil. Para isso, atua de modo a garantir ética e transparência nas atividades, por meio de Políticas de Segurança do Trabalho, Saúde e Meio Ambiente.
Além disso, 100% dos contratos incluem cláusulas relacionadas aos direitos humanos e são submetidos a análise e avaliação, a fim de garantir melhores condições de trabalho e desenvolvimento da cadeia. Os contratos preveem proibição de prostituição infantil e trabalho análogo ao escravo e abordam itens anticorrupção, podendo ser rompidos em caso de não conformidade. GRI G4-HR1 | G4-HR9
A atuação ética e transparente da Companhia é pautada por Políticas de Segurança do Trabalho, Saúde e Meio Ambiente
Regional Norte
Águas de Timon
Primeira concessão da Aegea na Região Nordeste, a Águas de Timon, conquistada em 2015, é responsável pelos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto no município de Timon (MA). A Empresa tem como meta universalizar o abastecimento de água entre a população da zona urbana do município em até um ano. Para isso, estima investimento de aproximadamente R$ 180 milhões ao longo dos 30 anos do contrato.
A concessionária conta com laboratório de análises físico-químicas e centro de controle operacional, o que possibilita o controle de equipamentos a distância e confere mais qualidade aos procedimentos.
População atendida: 165 mil habitantes Percentual de cobertura de água: 100% Perdas na distribuição: 78,24% Distribuição de índices de eficiência energética: 0,40 kWh/m3 Inadimplência: 21,74% Data da concessão: 2015 Período de contrato: 30 anos
Águas de São Francisco
Concessionária responsável pelos serviços de água e tratamento de esgoto do município de Barcarena (PA) desde 2014. Com período de contrato de 30 anos, a Aegea pretende universalizar os serviços de água e esgoto para toda a área urbana do município.
População atendida: 116 mil habitantes Percentual de cobertura: 43% de água e 25% de esgoto Extensão da rede: 117 km de água e 40 km de esgoto Distribuição de índices de eficiência energética: 0,55 kWh/m3 Inadimplência: 14,98% Data da concessão: 2013 Período de contrato: 30 anos
Regional Leste
Prolagos
A Prolagos é responsável pelos serviços de saneamento básico dos municípios de Cabo Frio, Búzios, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia e pelo abastecimento de água de Arraial do Cabo, todos na região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro.
A concessão foi resultado de concurso público internacional, com início em 1998 e prazo de duração de 25 anos. Em 2011, esse prazo foi estendido por mais 18 anos (até 2041). Com essa ampliação, as metas de atendimento na área urbana, originalmente de 90% (fornecimento de água) e 70% (tratamento de esgoto), passaram para 98% e 90%, respectivamente.
Desde o início de suas atividades, a Prolagos triplicou o fornecimento de água potável (de 30% para 96,53%) e passou de 0% para 77,09% o índice de atendimento em esgotamento sanitário na região. Esses resultados refletem o investimento superior a R$ 609 milhões, direcionados à construção de cinco estações de tratamento de esgoto e mais de 147 quilômetros de rede coletora para tratar 70 milhões de litros de esgoto/dia. Também foram construídas duas estações de tratamento de água, 278 quilômetros de adutoras e mais de 2.239 quilômetros de rede de distribuição de água.
Cabo Frio, Armação dos Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Arraial do Cabo (RJ)
Municípios atendidos
População atendida: 391 mil habitantes Percentual de cobertura: 96,5% de água e 77,1% de esgoto Extensão da rede: 2.469 km de água e 149 km de esgoto Perdas na distribuição: 30,2% Distribuição de índices de eficiência energética: 1,20 kWh/m3 de água e 0,37 kWh/m3 de esgoto Inadimplência: 8,40% Assinatura de contrato: 1998 Data da concessão: 2007 Período de contrato: 43 anos (25 anos + 18 anos, extensão obtida em 2011)
Águas de Meriti
Primeiro consórcio privado da Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, a Águas de Meriti é formada por duas empresas especializadas – Aegea e Conasa – e já iniciou as atividades em 2015 com a meta de coletar e tratar 90% do esgoto de São João de Meriti (RJ) em até oito anos.
O município conta com 461 mil habitantes, e sua rede, construída há mais de 50 anos, apresenta uma série de problemas, como erros nos projetos de assoreamento e vazamentos nas tubulações – causa da maioria das reclamações de usuários. Além disso, muitos trechos da rede coletora não estão conectados ao sistema de esgotamento.
Além de melhoria da qualidade de vida da população, a Empresa pretende contribuir com o desenvolvimento local: já contratou 80 colaboradores e planeja aumentar esse número para 180 até 2017, sem contar a contratação de operários para as obras de manutenção e ampliação do sistema de esgotamento sanitário. No ano, a Aegea não registrou as métricas operacionais da concessionária.
Empresa constituída em 2012 por meio de parceria público-privada para operar todo o sistema de esgotamento sanitário do município de Piracicaba (SP). Com período de contrato de 30 anos, a Águas do Mirante tem como meta elevar o índice de tratamento de esgoto do município a 100%. Para isso, conta com investimento de mais de R$ 330 milhões, assim distribuídos:
Ampliação da rede de esgoto (253 km)
Troca de rede coletora (170,5 km)
Implantação de ramais de esgoto (33.500 unidades)
Recuperação e melhorias dos sistemas existentes
Substituição de hidrômetros
Construção e ampliação de estação de tratamento de esgoto
Construção de 11 estações elevatórias
Para o controle de perdas e eficiência da operação, a Empresa também instalou um Centro de Controle Operacional, por meio do qual é possível manter sob controle o funcionamento das estações de tratamento de esgoto e estações elevatórias e promover a segurança patrimonial das instalações.
População atendida: 391 mil habitantes Percentual de cobertura: 100% de esgoto Extensão da rede: 1.360 km de esgoto Distribuição de índices de eficiência energética: 0,36 kWh/m3 de esgoto Data da concessão: 2012 Período de contrato: 30 anos
A meta da Aegea para atender a região de Piracicaba é elevar o nível de tratamento de esgoto do município a 100%
Águas de Matão
Concessionária responsável pela gestão plena dos serviços de saneamento básico de Matão (SP) desde 2014. O principal desafio no início das atividades foi eliminar a frequente incidência de falta d’água e reduzir o índice de perdas, que atualmente é de 50%.
O contrato de concessão tem duração de 30 anos e as metas para esse período incluem construção de quatro reservatórios e uma estação elevatória de esgoto, perfuração de dois poços, implantação de quatro elevatórias de água, expansão da rede de distribuição de água em 22,5 quilômetros, substituição de 52 quilômetros de rede de distribuição de água e implantação de 33,5 quilômetros de rede de esgoto.
No início de 2015 entrou em operação a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de São Lourenço do Turvo, que, em apenas três meses, já alcançou mais de 90% de eficiência.
População atendida: 81 mil habitantes Percentual de cobertura: 100% de água e esgoto Extensão da rede: 372 km de água e 366 km de esgoto Perdas na distribuição: 40,9% Distribuição de índices de eficiência energética: 1,10 kWh/m3 de água e 4,06 kWh/m3 de esgoto Inadimplência: 6,4% Data da concessão: 2013 Período de contrato: 30 anos
Águas de Holambra
Concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto em Holambra (SP), atendendo 13 mil habitantes. No ano, a Aegea não registrou as métricas operacionais da concessionária.
Desde 2000, a Águas Guariroba gere os serviços de captação, adução, produção, tratamento e distribuição de água potável e de coleta, afastamento, tratamento e disposição final dos esgotos em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
População atendida: 854 mil habitantes Percentual de cobertura: 99,9% de água e 81,5% de esgoto Extensão da rede: 3.663 km de água e 1.848 km de esgoto Perdas na distribuição: 17% Distribuição de índices de eficiência energética: 1,01 kWh/m3 de água e 0,16 kWh/m3 de esgoto Inadimplência: 4,8% Assinatura do contrato: 2000 Aquisição pela Aegea: 2005 Período de contrato: 60 anos (30 anos + 30 anos com a renovação em 2012)
Regional Oeste
Nascentes do Xingu
Criada em 2012, a Nascentes do Xingu é uma holding formada por Aegea e Grupo Dias, empresa mato-grossense que atua nos setores de energia, mineração, saneamento e empreendimentos imobiliários. A unidade é responsável pela gestão de 24 concessões em Mato Grosso, uma concessão no Pará e três concessões em Rondônia.
Em 2015, a holding conquistou concessões em Paranatinga (MT), Buritis (RO), Pimenta Bueno (RO) e Rolim de Moura (RO), passando a atender 827 mil habitantes em 28 municípios.
Com sede em Campo Verde (MT), conta também com escritório em Cuiabá (MT), onde estão instaladas a presidência e as assessorias jurídica e de comunicação e duas regionais – a Norte, em Sorriso (MT), e a Sul, em Primavera do Leste (MT) –, o que facilita a gestão estratégica, tendo em vista a distância geográfica entre todas as localidades em que opera.
Para os próximos anos, a meta é atender 100% da população com distribuição de água tratada.
Campo Verde, Carlinda, Claudia, Jangada, Jauru, Marcelândia, Nortelândia, Pedra Preta, Peixoto de Azevedo, Poconé, Primavera do Leste, Santa Carmen, São José do Rio Claro, Sorriso, União do Sul, Vera, Porto Esperidião, Barra do Garça, Confresa, Guarantã do Norte, Matupá, Diamantino, Sinop e Paranatinga (MT), Novo Progresso (PA), Buritis, Pimenta Bueno e Rolim de Moura (RO)
Municípios atendidos
População atendida: 827 mil habitantes Percentual de cobertura: 99% de água e 16% de esgoto Extensão da rede: 0,72 kWh/m3 de água e 0,37 kWh/m3 de esgoto Perdas na distribuição: 17% Inadimplência: 6,1% Data da concessão: 2012 Período de contrato: 30 anos
Regional Sul
Águas de São Francisco do Sul
Conquistada em 2015, a Águas de São Francisco do Sul é responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de São Francisco do Sul (SC) e representa a primeira operação da Aegea em Santa Catarina. O contrato tem duração de 35 anos e a meta inicial é instalar rede, coletar e tratar 52% do esgoto até 2022, avançando gradativamente nos anos posteriores.
População atendida: 49 mil habitantes Percentual de cobertura: 88% de água Extensão da rede: 416 km Perdas na distribuição: 41% Distribuição de índices de eficiência energética: 0,52 kWh/m3 de água Inadimplência: 4,2% Data da concessão: 2014 Período de contrato: 35 anos
Águas de Penha
Formada pela Serrana Engenharia e pela Aegea, a concessionária é responsável pelo abastecimento de água e pelo esgotamento sanitário na cidade de Penha (SC), que tem 29 mil habitantes. O contrato foi assinado em 2015 e tem duração de 35 anos. A meta para o período é implantar a solução para o tratamento de água no curto prazo e o sistema de coleta e tratamento de esgoto a partir do quarto ano de contrato. As métricas operacionais das novas concessões tiveram início em 2016.
A Aegea prevê a implantação de uma solução para o tratamento de água no curto prazo na cidade de Penha
Águas de Camboriú
Concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto de Camboriú (SC), devendo atender seus 74 mil habitantes. No ano, a Aegea não registrou as métricas operacionais da concessionária.