Os valores de realização estimados de ativos e passivos financeiros da Companhia foram determinados por meio de informações disponíveis no mercado, estimativas e metodologias apropriadas. Entretanto, foram aplicados julgamentos e interpretações para produzir o valor de realização mais adequado. Os montantes estimados a partir dessa metodologia não necessariamente podem ser realizados no mercado de troca corrente. A administração e acompanhamento desses instrumentos são realizados através de monitoramento sistemático, visando assegurar liquidez, rentabilidade e segurança. A política de controles consiste na comparação permanente das taxas contratadas
versus as vigentes no mercado.
Os instrumentos financeiros da Companhia são os seguintes:
a) Aplicações financeiras – Classificadas como ativos financeiros e mensuradas ao seu valor justo através do resultado. As taxas de juros que remuneram os equivalentes de caixa da Companhia, no encerramento do exercício, se aproximam das taxas de mercado para operações de natureza, prazo e risco semelhantes, de forma que os saldos contábeis dos equivalentes de caixa são similares aos de mercado.
b) Empréstimos e financiamentos – Classificados como passivos financeiros não mensurados a valor justo através do resultado e estão contabilizados pelo seu custo amortizado. As taxas de juros de empréstimos contratados se aproximam das taxas de mercado para instrumentos de natureza, prazo e riscos semelhantes e, portanto, o valor contábil dos empréstimos é similar ao mercado, exceto para o empréstimo obtido junto ao BRB (Nota Explicativa nº
15).
c) Instrumentos Financeiros – Derivativos – Classificados como ativos e passivos financeiros mensurados ao valor justo através do resultado, têm como objetivo a proteção contra as oscilações das moedas estrangeiras. A única modalidade de instrumentos financeiros derivativos contratada pela Companhia é o
swap. As operações de
swap em aberto foram contratadas simultaneamente às operações de empréstimo em moeda estrangeira, contemplando prazos, taxas e valores equivalentes, trocando exposição cambial dos empréstimos pela exposição ao CDI, não sendo, no entanto, caracterizados como
hedge accounting. Os ganhos e perdas gerados pela apropriação de juros e ajustes para a marcação a mercado estão registrados no resultado. Os
swaps estão reconhecidos pelo seu valor justo. Em todos os
swaps contratados, a Companhia receberá a variação cambial acrescida de taxa pré-fixada (Ponta Ativa) e, em contrapartida, pagará a variação de um percentual do CDI (Ponta Passiva). O valor justo da Ponta Ativa é calculado da seguinte forma: o valor em dólares na data de vencimento da operação é descontado a valor presente pelo fator
pro rata temporis do cupom cambial em dólares correspondente à data de vencimento na data de cálculo. O valor justo da Ponta Ativa é igual ao valor presente em dólar multiplicado pelo Dólar Ptax de fechamento da database. O valor justo da Ponta Passiva é calculado da seguinte forma: é calculado o valor em reais na data de cálculo através da apropriação diária do fator do percentual do CDI de cada contrato. A partir desse valor é calculado o montante estimado na data de vencimento através da multiplicação da taxa pré-fixada brasileira de mercado pelo valor percentual do CDI contratado. O valor justo da Ponta Passiva é igual ao montante estimado na data de vencimento descontado a valor presente pelo fator
pro rata temporis da taxa pré-fixada brasileira. O valor a ser liquidado no vencimento será a diferença entre a Ponta Ativa e a Ponta Passiva. Os valores do cupom cambial em dólares e da taxa pré-fixada são obtidos através de fontes de mercado independentes como a BM&FBovespa e provedores de informações financeiras enquanto a cotação dólar Ptax é obtida no BACEN.
As operações de
swap utilizadas para proteção de empréstimos estão resumidas a seguir:
|
Valor de referência (nacional) |
Valor Justo |
Ganho/Perda – Swap |
Descrição |
31/12/2009 |
31/12/2008 |
31/12/2009 |
31/12/2008 |
Valor a pagar |
Contratos de swaps |
|
|
|
|
|
Posição ativa |
|
|
|
|
|
Moeda Estrangeira |
|
|
|
|
|
Indexador: dólar norte-americano + 7,3414 % ao ano |
|
|
|
|
|
Vencimento: 06/2009 |
- |
804 |
- |
1.153 |
- |
Vencimento: 12/2009 |
- |
4.100 |
- |
5.906 |
- |
Vencimento: 06/2010 |
3.857 |
3.857 |
4.456 |
5.592 |
4.456 |
Vencimento: 12/2010 |
3.644 |
3.644 |
4.285 |
5.306 |
4.285 |
Vencimento: 06/2011 |
3.427 |
3.427 |
4.079 |
4.974 |
4.079 |
Vencimento: 12/2011 |
3.237 |
3.237 |
3.888 |
4.690 |
3.888 |
Vencimento: 06/2012 |
3.048 |
3.048 |
3.685 |
4.384 |
3.685 |
Vencimento: 12/2012 |
2.872 |
2.872 |
3.488 |
4.081 |
3.488 |
Total Posição Ativa |
20.085 |
24.989 |
23.880 |
36.086 |
23.880 |
|
Valor de referência (nacional) |
Valor Justo |
Ganho/Perda – Swap |
Descrição |
31/12/2009 |
31/12/2008 |
31/12/2009 |
31/12/2008 |
Valor a pagar |
Posição passiva |
|
|
|
|
|
Indexador: 112,3% CDI |
|
|
|
|
|
Vencimento: 06/2009 |
- |
(804) |
- |
(924) |
- |
Vencimento: 12/2009 |
- |
(4.100) |
- |
(4.744) |
- |
Vencimento: 06/2010 |
(3.857) |
(3.857) |
(4.919) |
(4.493) |
(4.919) |
Vencimento: 12/2010 |
(3.644) |
(3.644) |
(4.679) |
(4.276) |
(4.679) |
Vencimento: 06/2011 |
(3.427) |
(3.427) |
(4.432) |
(4.049) |
(4.432) |
Vencimento: 12/2011 |
(3.237) |
(3.237) |
(4.220) |
(3.853) |
(4.220) |
Vencimento: 06/2012 |
(3.048) |
(3.048) |
(4.005) |
(3.656) |
(4.005) |
Vencimento: 12/2012 |
(2.872) |
(2.872) |
(3.804) |
(3.472) |
(3.804) |
Total Posição Passiva |
(20.085) |
(24.989) |
(26.059) |
(29.467) |
(26.059) |
Perdas em Operações
com Derivativos |
|
|
|
|
(2.179) |
As políticas de vendas e concessão de crédito da
Companhia estão sob rigorosas diretrizes de crédito da Administração, e consistem no constante monitoramento dos saldos e operações dos clientes, considerando a pontualidade de pagamento e pulverização de risco, buscando minimizar eventuais prejuízos decorrentes da inadimplência. A Companhia registrou provisão para devedores duvidosos, cujo saldo em 31 de dezembro de 2009 é R$ 8.757 (R$ 4.581 em 31 de dezembro de 2008), para cobrir possíveis riscos de crédito, conforme descrito na Nota Explicativa nº
6.
Esse risco deriva do impacto das oscilações nas taxas de juros não só sobre a despesa financeira associada aos empréstimos e financiamentos, como também sobre as receitas financeiras oriundas de suas aplicações financeiras. Esse risco surge da possibilidade de existirem flutuações relevantes do CDI. A Companhia tem como indexador financeiro de suas operações a variação do CDI. Em 31 de dezembro de 2009, a dívida bruta indexada ao CDI era de R$ 135.087 (R$ 187.702 em 2008). A Companhia considera a taxa CDI um fator de risco de mercado relevante. No cenário provável, considerada a expectativa de mercado, conforme dados do BACEN publicados em 29 de janeiro de 2010 que indicavam uma taxa efetiva média estimada em 11,25% para o ano de 2010 frente à taxa efetiva de 9,88% em 2009. Adicionalmente, em testes de sensibilidade para cenários mais rigorosos, consideramos aumentos na taxa média do CDI da ordem de 25% e 50%, 14,06% e 16,88%, respectivamente. Segue abaixo quadro com a análise de sensibilidade nos três cenários propostos considerando o impacto no resultado gerado pela dívida líquida indexada ao CDI em aberto em 31 de dezembro de 2009:
Descrição |
Cenário Provável |
Cenário I |
Cenário II |
CDI |
|
|
|
Taxa anual estimada do CDI |
11,25% |
14,06% |
16,88% |
Risco de aumento do CDI |
|
|
|
Empréstimos e Financiamentos |
5.619 |
12.008 |
18.396 |
Ponta passiva swap |
357 |
1.090 |
1.823 |
Total |
5.976 |
13.098 |
20.219 |
Buscando reduzir os custos de suas captações de recursos, a Companhia tem contratadas operações em moeda estrangeira, vinculada às operações de
swap e registrada na Cetip (Central de Custódia e Liquidação). Nessas operações, a Companhia receberá variação cambial acrescido de taxa de juros e em contrapartida, pagará um percentual do CDI na data de vencimento. As operações foram contratadas junto ao Banco Citibank e não possuem cláusulas contratuais de chamada de margem. A Companhia tem a intenção de liquidar tais contratos sempre simultaneamente com os respectivos empréstimos. Considerando que a exposição da Companhia ao risco de oscilações nas taxas de câmbio é integralmente mitigada pelas operações de
swap, contratado com o objetivo de proteção e, portanto, simultaneamente com o respectivo empréstimo, as oscilações do real em relação as respectivas moedas, não produziu ou produzirá efeitos nas demonstrações financeiras da Companhia. Conforme demonstrado abaixo, em nenhum dos cenários, considerando o risco da oscilação do dólar, a Companhia incorreria em perda contábil, vide a seguir quadro demonstrativo:
Análise de sensibilidade
Risco de Depreciação do Dólar – Operação |
Risco |
Cenário Provável |
Cenário I – 25% |
Cenário II – 50% |
Dólar |
Redução |
1,7430 |
1,3073 |
0,8715 |
Swap (Ponta ativa em moeda estrangeira) |
(redução US$) |
23.881 |
17.911 |
11.941 |
Vencimento: 06/2010 |
(redução US$) |
4.456 |
3.342 |
2.228 |
Vencimento: 12/2010 |
(redução US$) |
4.285 |
3.214 |
2.143 |
Vencimento: 06/2011 |
(redução US$) |
4.079 |
3.059 |
2.040 |
Vencimento: 12/2011 |
(redução US$) |
3.888 |
2.916 |
1.944 |
Vencimento: 06/2012 |
(redução US$) |
3.685 |
2.764 |
1.843 |
Vencimento: 12/2012 |
(redução US$) |
3.488 |
2.616 |
1.744 |
Empréstimo em moeda estrangeira |
(redução US$) |
(22.592) |
(16.944) |
(11.296) |
Vencimento: 06/2010 |
(redução US$) |
(4.339) |
(3.254) |
(2.169) |
Vencimento: 12/2010 |
(redução US$) |
(4.099) |
(3.074) |
(2.049) |
Vencimento: 06/2011 |
(redução US$) |
(3.854) |
(2.891) |
(1.927) |
Vencimento: 12/2011 |
(redução US$) |
(3.641) |
(2.730) |
(1.820) |
Vencimento: 06/2012 |
(redução US$) |
(3.428) |
(2.571) |
(1.714) |
Vencimento: 12/2012 |
(redução US$) |
(3.231) |
(2.423) |
(1.616) |
|
Efeito líquido |
1.289 |
967 |
645 |
Risco de Apreciação do Dólar – Operação |
Risco |
Cenário Provável |
Cenário I – 25% |
Cenário II – 50% |
Dólar |
Aumento |
1,7430 |
2,1788 |
2,6145 |
Swap (Ponta ativa em moeda estrangeira) |
(aumento US$) |
23.881 |
29.851 |
35.822 |
Vencimento: 06/2010 |
(aumento US$) |
4.456 |
5.570 |
6.684 |
Vencimento: 12/2010 |
(aumento US$) |
4.285 |
5.356 |
6.428 |
Vencimento: 06/2011 |
(aumento US$) |
4.079 |
5.099 |
6.119 |
Vencimento: 12/2011 |
(aumento US$) |
3.888 |
4.860 |
5.832 |
Vencimento: 06/2012 |
(aumento US$) |
3.685 |
4.606 |
5.528 |
Vencimento: 12/2012 |
(aumento US$) |
3.488 |
4.360 |
5.232 |
Empréstimo em moeda estrangeira |
(aumento US$) |
(22.592) |
(28.239) |
(33.887) |
Vencimento: 06/2010 |
(aumento US$) |
(4.339) |
(5.423) |
(6.508) |
Vencimento: 12/2010 |
(aumento US$) |
(4.099) |
(5.123) |
(6.148) |
Vencimento: 06/2011 |
(aumento US$) |
(3.854) |
(4.818) |
(5.781) |
Vencimento: 12/2011 |
(aumento US$) |
(3.641) |
(4.551) |
(5.461) |
Vencimento: 06/2012 |
(aumento US$) |
(3.428) |
(4.285) |
(5.142) |
Vencimento: 12/2012 |
(aumento US$) |
(3.231) |
(4.039) |
(4.847) |
|
Efeito líquido |
1.289 |
1.612 |
1.934 |
Análise de sensibilidade à variação do Dólar – A Companhia considera exposição à variação do dólar um risco de mercado relevante, e para mitigar esse risco contratou junto ao Banco Citibank operações de
swap observando as mesmas datas, vencimentos e valores nocionais de suas exposições passivas contratadas com a mesma instituição em moeda estrangeira, de forma a anular o risco cambial, substituindo-o pela variação percentual do CDI. A Companhia calculou as variações nos valores contabilizados dos instrumentos financeiros com risco cambial em três cenários distintos, considerando a possível variação do dólar Ptax. A Companhia acredita que o cenário provável para o dólar se aproxima do cenário atual e, nesse caso, utilizou o dólar Ptax de fechamento de 31 de dezembro de 2009. Os
swaps não possuem custo inicial. A operação de
swap está casada com as captações em moeda estrangeira em termos de valor nocional, prazo e taxa de juros, sendo nulo seu efeito no vencimento. A Ponta Ativa de
swap em dólar está registrada no Ativo em Aplicações Financeiras a valor de mercado e a Ponta Passiva de
swap pelo CDI está registrada no Passivo na conta de Empréstimos e Financiamentos pelo curto prazo. A Companhia tem por política liquidar contratos de longo prazo somente no vencimento. O efeito líquido demonstrado no quadro de análise de sensibilidade em 31 de dezembro de 2009 é gerado pela diferença na forma de mensuração dos instrumentos financeiros indexados à variação cambial. Enquanto os empréstimos são reconhecidos pelo seu custo amortizado, os
swaps se encontram reconhecidos pelo seu valor justo conforme Deliberações 566 e 603 da CVM. Nas datas de vencimento dos empréstimos, o seu custo amortizado será igual ao seu valor justo anulando completamente o efeito de variações cambiais no caixa da Companhia. A Companhia não efetua operações envolvendo instrumentos financeiros de risco ou que tenham caráter especulativo.