O padrão internacional de normas de contabilidade International Financial Reporting Stardards (IFRS) é adotado pela Eternit desde 2007. Os dados apresentados neste capítulo devem ser lidos em conjunto com as Demonstrações Financeiras auditadas e respectivas notas explicativas, disponíveis em www.eternit.com.br/ri ou www.cvm.gov.br.
A receita líquida consolidada atingiu R$ 957,3 milhões, 5,6% maior que em 2012. As vendas no mercado interno chegaram a R$ 810,3 milhões em 2013, acréscimo de 10,2% na comparação com 2012, devido ao aumento da demanda por fibrocimento e mineral crisotila e à política comercial adequada. No mercado externo as vendas somaram R$ 147,0 milhões, retração de 14,0% em relação a 2012, em razão, principalmente, do volume vendido e não embarcado de crisotila, parcialmente compensado com aumentos de preços e valorização de 10,3% do dólar perante ao real (comparação entre ptax médio do período).
Composição da receita líquida consolidada (%) |
Receita líquida consolidada (R$ milhões) |
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(*) Outros: telhas metálicas, caixas d’água de polietileno,
assentos e metais sanitários, filtros para tubulações de água e soluções construtivas. |
No ano de 2013, o custo dos produtos vendidos consolidado totalizou R$ 575,9 milhões, 13,0% maior que o valor registrado em 2012, em virtude da elevação nos custos de mineração e produção. Como consequência, a margem bruta retraiu 4 pontos percentuais e encerrou o período em 40%. A estrutura de custos do fibrocimento, das telhas de concreto e da mineração não apresentou grandes variações em relação a 2012.
Mineração (%) |
Telhas de concreto (%) |
Fibrocimento (%) |
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No acumulado de 2013, o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 1,0 milhão (em 2012 foi positivo em R$ 2,2 milhões), com destaque para a tabela abaixo:
Despesas financeiras: variação positiva de 32,1% decorrente de maiores despesas com variação cambial e da realização do ajuste a valor presente de fornecedores e correção monetária sobre as provisões contingenciais.
Receitas financeiras: superior em 21,9% em razão de maiores ganhos com variação cambial, realização do ajuste a valor presente da carteira de clientes, que neutralizou parcialmente os ganhos com aplicações financeiras decorrente da redução do nível de caixa.
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O EBITDA consolidado (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) totalizou R$ 178,0 milhões em 2013, redução de 3,4%, com margem de 19%, retração de um ponto percentual em relação a 2012, decorrente, principalmente, dos menores volumes de venda do mineral crisotila e de telhas de concreto, além do aumento do custo dos produtos comercializados, maior que o da receita líquida consolidada.
O cálculo do EBITDA está em linha com a instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) n° 527, de 4 de outubro de 2012.
A Eternit registrou lucro líquido de R$ 102,3 milhões em 2013, redução de 9,5% em relação a 2012, em virtude dos aspectos comentados no EBITDA. Como consequência, a margem líquida apresentou redução de um ponto percentual, encerrando 2013 em 11%.
A dívida líquida da Companhia ficou em R$ 33,7 milhões no fim do período. A dívida bruta da Eternit e de suas controladas somou R$ 82,7 milhões, em razão, principalmente: (i) das Antecipações dos Contratos de Exportações (ACE) para capital de giro e (ii) do financiamento de caminhões, máquinas e equipamentos destinados às operações pelo Finimp (Financiamento de Importação) e Finame (Financiamento de longo prazo para aquisição e produção de máquinas e equipamentos novos).
O caixa e os equivalentes de caixa mais aplicações financeiras de curto prazo totalizavam R$ 49,0 milhões, sendo que as aplicações financeiras são remuneradas com taxas médias de 103% da variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
A Eternit não tem operações alavancadas com derivativos de qualquer espécie que possam significar posições especulativas.
Endividamento (R$ mil) | 2011 | 2012 | 2013 |
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Dívida bruta – curto prazo | 40.553 | 55.839 | 56.881 |
Dívida bruta – longo prazo | 7.891 | 24.107 | 25.799 |
Caixa e equivalentes de caixa | (42.333) | (16.656) | (13.295) |
Aplicações financeiras de curto prazo | (26.588) | (78.930) | (35.661) |
Dívida líquida | (20.477) | (15.640) | 33.724 |
EBITDA | 140.107 | 184.326 | 178.036 |
Dívida líquida/EBITDA x | (0,15) | (0,08) | 0,19 |
Dívida líquida/PL (%) | - | - | 6,7 |
Origem da dívida (%) |
Fluxo de amortização (R$ milhões) |
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De acordo com o Plano Estruturado de Expansão e Diversificação, o foco dos investimentos da Companhia em 2013 se manteve na produtividade, na construção da unidade de louças sanitárias e na instalação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção na cidade de Manaus (AM).
Em 2013 os investimentos somaram R$ 93,6 milhões, crescimento de 34,9% sobre o ano anterior, sendo: (i) R$ 29,2 milhões para a construção da fábrica de louças sanitárias; (ii) R$ 12,7 milhões para a instalação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção na cidade de Manaus (AM) e (iii) R$ 51,7 milhões para a manutenção e atualização do parque industrial.
Em 2014, a previsão de investimentos da Companhia é de cerca de R$ 109,9 milhões, sendo R$ 57,5 milhões para manutenção e atualização do parque industrial, R$ 40,0 milhões para a instalação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção na cidade de Manaus (AM) e R$ 12,4 milhões de aportes para a fábrica de louças sanitárias.
O valor adicionado do ano totalizou R$ 531,7 milhões, praticamente estável em relação ao ano de 2012.
Desse montante, 34,7% foram destinados aos colaboradores e 32,6% aos governos federal, estaduais
e municipais na forma de impostos e contribuições.
Para os acionistas foram destinados 19,2% do valor adicionado gerado; outros 13,5% cobriram a
remuneração de capital de terceiros.
Demonstrativo do Valor Adicionado (R$ mil) | Consolidado | ||||
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2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | |
Receitas | 1.265.854 | 1.207.617 | 1.080.020 | 1.010.679 | 759.675 |
Vendas de mercadorias, produtos e serviços | 1.219.671 | 1.159.627 | 1.071.780 | 991.302 | 743.393 |
Outras receitas | 47.128 | 48.955 | 6.454 | 8.442 | 8.502 |
Receitas relativas à construção de ativos próprios | - | - | 2.195 | 13.188 | 8.843 |
Provisão para créditos de liquidação duvidosa – reversão/(Constituição) |
(945) | (965) | (409) | (2.253) | (1.063) |
Insumos adquiridos de terceiros | (752.811) | (696.248) | (635.379) | (595.454) | (442.151) |
Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos |
(545.593) | (523.053) | (465.104) | (389.845) | (236.156) |
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros | (194.915) | (161.998) | (159.859) | (192.097) | (200.007) |
Perda/Recuperação de valores ativos | (7.541) | (7.271) | (9.363) | (7.736) | (5.319) |
Outras doações | (4.762) | (3.926) | (1.053) | (5.776) | (669) |
Valor adicionado bruto | 513.043 | 511.369 | 444.641 | 415.225 | 317.524 |
Depreciação, amortização e exaustão | (34.789) | (28.773) | (22.806) | (18.154) | (17.991) |
Valor adicionado líquido produzido pela entidade | 478.254 | 482.596 | 421.835 | 397.071 | 299.533 |
Valor adicionado recebido em transferência | 53.476 | 46.023 | 40.301 | 33.617 | 23.245 |
Resultado da equivalência patrimonial | (6.223) | (531) | - | - | - |
Receitas financeiras | 47.535 | 39.006 | 43.659 | 32.400 | 18.364 |
Outras | 12.164 | 7.548 | (3.358) | 1.217 | 4.881 |
Valor adicionado total a distribuir | 531.730 | 528.619 | 462.136 | 430.688 | 322.778 |
Distribuição do valor adicionado | 531.730 | 528.619 | 462.136 | 430.688 | 322.778 |
Pessoal | 184.431 | 175.636 | 158.710 | 150.208 | 105.644 |
Remuneração direta | 115.990 | 112.991 | 105.313 | 94.054 | 67.272 |
Benefícios | 57.793 | 53.571 | 44.490 | 49.539 | 33.147 |
FGTS | 10.648 | 9.074 | 8.907 | 6.615 | 5.225 |
Impostos, taxas e contribuições | 173.547 | 172.130 | 170.303 | 151.060 | 116.937 |
Federais | 125.006 | 123.215 | 122.919 | 110.047 | 91.751 |
Estaduais | 46.460 | 47.603 | 46.129 | 39.878 | 23.987 |
Municipais | 2.081 | 1.312 | 1.255 | 1.135 | 1.199 |
Remuneração de capital de terceiros | 71.498 | 67.849 | 35.930 | 27.335 | 27.078 |
Juros | 51.314 | 36.016 | 28.300 | 22.524 | 24.605 |
Aluguéis | 20.184 | 31.833 | 7.630 | 4.811 | 2.473 |
Remuneração de capitais próprios | 102.254 | 113.004 | 97.193 | 102.085 | 73.119 |
Juros sobre o capital próprio | 22.726 | 24.068 | 23.620 | 22.367 | 40.203 |
Dividendos | 48.851 | 47.509 | 47.956 | 58.155 | 15.118 |
Lucros retidos | 30.677 | 41.427 | 25.617 | 21.562 | 17.793 |
Participação dos não controladores nos lucros retidos | - | - | - | 1 | 5 |
As empresas do Grupo Eternit incentivam o desenvolvimento sustentável das regiões onde estão presentes e contribuem economicamente com elas por meio de arrecadação de ICMS. Em contrapartida, recebem incentivos fiscais em razão dos investimentos feitos nas unidades de produção.
A Companhia concentrará esforços na consolidação dos investimentos de Fortaleza e da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção em Manaus para 2014Impactos econômicos indiretos significativos, incluindo a extensão dos impactos – 2013 (R$) | ||||
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Unidades do Grupo Eternit | Estado | Arrecadação de ICMS | Valor do Fundo de Participação dos Municípios ( FPM) |
Participação na arrecadação do município (%) |
Fáb. Goiânia | Goiás | 20.493.940 | 145.426.297 | 14,1 |
Fáb. Anápolis | Goiás | 9.127.654 | 40.352.141 | 22,6 |
Fáb. Simões Filho | Bahia | 14.398.336 | 17.660.348 | 81,5 |
Fáb. Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | 20.887.458 | 141.386.677 | 14,8 |
Fáb. Colombo | Paraná | 19.195.743 | 39.871.439 | 48,1 |
Fáb. Tégula Atibaia | São Paulo | 3.590.810 | 28.233.671 | 12,7 |
Fáb. Tégula Içara | Santa Catarina | 864.712 | 14.846.515 | 5,8 |
Fáb. Tégula Camaçari | Bahia | 375.925 | 57.875.095 | 0,6 |
Fáb. Tégula Frederico Westphalen | Rio Grande do Sul | 532.713 | 11.072.744 | 4,8 |
Fáb. Tégula São José do Rio Preto | São Paulo | 521.076 | 41.513.180 | 1,3 |
Fáb. Tégula Anápolis | Goiás | 827.026 | 46.156.122 | 1,8 |
CD Tégula Londrina | Paraná | 37.184 | 47.320.272 | 0,1 |
SAMA | Goiás | 19.644.622 | 12.773.019 | 153,8 |
Ajuda financeira significativa recebida do governo (R$) | 2013 | 2012 | 2011 |
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Eternit + Precon | 17.137.787 | 12.979.188 | 12.771.725 |
SAMA | 6.242.967 | 2.564.872 | Não houve |
Tégula | 647.442 | 1.124.112 | 1.296.376 |
Total | 24.028.196 | 16.668.172 | 14.068.101 |
O Banco Central aponta para ritmo moderado de crescimento econômico em 2014: a estimativa é de 2,3% de elevação do PIB. O setor de construção civil é um dos impulsionadores do desenvolvimento do País e o governo federal tem ampliado os investimentos em habitação, saneamento básico e infraestrutura. Esse cenário deverá se estender nos próximos anos e, para 2014, a projeção de crescimento do PIB da construção civil é de 2,6%, segundo o Banco Central.
Para o setor de materiais de construção, a ABRAMAT tem expectativa de crescimento de 4,5% nas vendas da indústria, na comparação com 2013, a partir da continuidade dos estímulos do governo federal ao setor da construção civil, da manutenção da renda e do emprego, além da oferta de crédito no mercado.
O Brasil tem um grande déficit de moradias, estimado em 6,9 milhões pela Fundação João Pinheiro, dos quais 70% são compostos por famílias que ocupam moradias precárias, que são oneradas excessivamente com aluguel e pela coabitação familiar. Segundo estudos efetuados pela empresa americana de consultoria Booz Allen Hamilton para o setor, 77% das unidades habitacionais produzidas no Brasil são em regime de autogestão, uma vez que 72% do déficit concentra-se em famílias com renda de até três salários mínimos, para as quais não há atuação expressiva das construtoras.
A geração de emprego, a melhora na distribuição de renda, o aumento dos financiamentos, dos investimentos em infraestrutura e das unidades habitacionais a serem construídas para o Programa Minha Casa, Minha Vida ajudarão a resolver o problema das moradias, impactando positivamente os negócios da Companhia, pois haverá aumento da demanda por produtos destinados, principalmente, à construção autogerida.
Com base no Programa Estruturado de Expansão e Diversificação, a Eternit se prepara para ser a mais diversificada indústria de materiais de construção do País. A primeira fase desse programa a consolidou como a maior e mais diversificada indústria de coberturas em 2010, e sua capacidade de inovar e desenvolver diferenciais permitiu a ela dobrar o faturamento. A Companhia inicia então um novo ciclo, amparada pela força de sua marca e pela capilaridade de sua rede, a começar pela inauguração da fábrica de louças sanitárias.
Esses aspectos, aliados ao incremento da capacidade aquisitiva da população, apontam crescimento de demanda pelos produtos comercializados pela Eternit em 2014. Com estrutura de capital adequada, baixo endividamento e investimentos consistentes, a Companhia concentrará esforços na consolidação dos investimentos de Fortaleza e da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção em Manaus. Em razão da evolução do cenário econômico, poderá atuar na diretriz do crescimento orgânico, para aumentar a capacidade de produção da linha de fibrocimento e na busca de oportunidades de aquisição de empresas de materiais de construção.
Nesse contexto, no entanto, deve ser considerado o atual quadro da economia brasileira, como o baixo crescimento do PIB; as condições de competitividade da indústria nacional perante os gargalos de infraestrutura e valorização do câmbio; e novos desafios que podem impactar os projetos de investimentos no País, além da geração de empregos e distribuição de renda, como: novas manifestações de rua, Copa do Mundo e eleições para presidente e governadores. Independentemente dos desafios, a Eternit acredita no crescimento econômico do País e, principalmente, do setor em que está inserida.