Mudanças climáticas
As mudanças climáticas representam um grande desafio nos curto e longo prazos, conferindo riscos e proporcionando oportunidades para os negócios da Organização e dos clientes. Embora não haja análise financeira que mensure o potencial de gerar mudança nas perdas ou receitas da Organização de forma abrangente, ela reconhece os potenciais impactos, sejam eles diretos – relacionados às operações e instalações –, ou indiretos, decorrentes do efeito nos diversos segmentos da economia real, e sua interferência especialmente em crédito, investimento e seguros.
Nesse sentido, a Organização mantém:
- Nas operações: avaliação das oportunidades de melhorias na ecoeficiência, posicionando-se para ações de redução das emissões e para se antecipar na avaliação e gestão dos riscos.
- Nos negócios: avaliação constante da demanda por produtos financeiros e de seguros que ofertem soluções adequadas aos clientes, tanto para impulsionar a economia de baixo carbono como para protegê-los dos impactos ou adaptá-los às transformações decorrentes das mudanças climáticas.
- Risco Operacional: para evitar danos às instalações por eventos climáticos, a maior ação de precaução é a manutenção predial preventiva, revisada anualmente, e a adoção de aspectos de proteção. A mensuração e o controle do risco operacional são realizados de maneira centralizada e independente e geridos em níveis local, regional e global. Os Planos de Continuidade de Negócios (PCN) para as unidades de negócios e o Plano de Recuperação de Desastres (PRD) para a área de Tecnologia da Informação (TI) têm por objetivo mitigar a exposição a esses riscos, especialmente nas áreas consideradas críticas em termos de prestação de serviços aos clientes. O PCN é acionado nos casos em que os funcionários não conseguirem acessar o local de trabalho. Estão previstos o uso de locais alternativos e o uso do Site de Continuidade de Negócios Corporativo (SCNC), em Alphaville (SP). O Centro de Tecnologia da Informação (CTI) é dotado de infraestrutura duplicada para fornecimento de energia elétrica, ar-condicionado e nobreak/geradores, além de um ambiente de contingência próprio localizado em outra cidade, distante 16 km da matriz.
- Risco Socioambiental: no processo de tomada de decisão para a concessão de crédito nos financiamentos para grandes projetos são respeitadas as diretrizes dos Princípios do Equador, além de serem realizados avaliação e monitoramento de projetos que apresentem riscos significativos e não se enquadrem nesse compromisso. Com a adoção da versão 2012 dos Padrões de Desempenho do International Finance Corporation (IFC) pelos Princípios do Equador e com a expectativa de emitir mais do que 25 mil toneladas de carbono por ano, são exigidos dos projetos financiados sob suas diretrizes que contabilizem suas emissões e estudem alternativas financeiramente viáveis de reduzi-las
ou compensá-las.
Carteira de projetos em monitoramento em dezembro de 2015
Projetos | Categoria de risco | Quantidade de contratos | Valor financiado (R$ milhões) |
---|---|---|---|
Enquadrados em Princípiosdo Equador | A (alto) | 12 | 3.994 |
B (médio) | 20 | 1.348 | |
C (baixo) | 13 | 2.077 | |
Não enquadrados em Princípios do Equador | 142 | 7.319 | |
Total | 187 | 14.737 |
Carteira de projetos em monitoramento por setor X região em dezembro de 2015 G4-FS6
Norte | Nordeste | Sudeste | Sul | Centro-Oeste | Total | |||||||
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Quantidade | Valor (R$ milhões) |
Quantidade | Valor (R$ milhões) |
Quantidade | Valor (R$ milhões) |
Quantidade | Valor (R$ milhões) |
Quantidade | Valor (R$ milhões) |
Quantidade | Valor (R$ milhões) |
|
Agronegócio | 16 | 610 | 7 | 269 | 23 | 878 | ||||||
Energia | 6 | 1.651 | 4 | 423 | 5 | 350 | 1 | 315 | 3 | 206 | 19 | 2.945 |
Imobiliário | 2 | 122 | 18 | 592 | 75 | 5.092 | 8 | 406 | 4 | 153 | 107 | 6.366 |
Infraestrutura | 1 | 20 | 8 | 2.450 | 1 | 250 | 10 | 2.720 | ||||
Mineração | 3 | 111 | 3 | 111 | ||||||||
Óleo e Gás | 1 | 80 | 1 | 80 | ||||||||
Outros | 3 | 317 | 3 | 318 | 15 | 697 | 3 | 341 | 24 | 1.673 | ||
Total | 13 | 2.190 | 28 | 1.444 | 119 | 9.199 | 12 | 1.062 | 15 | 878 | 187 | 14.773 |
- Riscos Regulatórios: o Bradesco busca se antecipar a futuras regulamentações referentes à mitigação e à adaptação às mudanças climáticas participando permanentemente de fóruns de discussão e estudo do tema.
- Riscos de Subscrição: nos relatórios de inspeção utilizados pela Bradesco Auto RE para avaliar os riscos patrimoniais, são analisados aspectos como incidência de vendavais, quedas de granizo, danos decorrentes de chuvas e alagamentos, entre outros eventos direta ou indiretamente relacionados às mudanças climáticas.
Algumas implicações financeiras nos aspectos diretos da operação já são observadas, por exemplo, em decorrência da escassez de água e o consequente impacto nos custos da energia. A matriz energética brasileira é proveniente, em sua maioria, de usinas hidrelétricas, mas, desde 2012, o País, além do aumento da demanda (3,5% em 2012, 3,4% em 2013 e 2,2% em 2014), também sofre com a falta de chuvas, influenciando de forma negativa a geração de energia. Somente no fim de 2015 e início de 2016 esse aspecto de chuvas melhorou substancialmente. Assim, no período de menos chuvas, o governo acionou as usinas térmicas, o que influenciou um aumento das tarifas de energia elétrica.
Em função de medidas adotadas pelo governo para estabilização do setor elétrico com reajustes tarifários da ordem de 55%, o Bradesco teve um aumento de 50% na tarifa se comparado a 2014. Sua despesa em 2015 com energia elétrica foi de R$ 292 milhões, retratando um aumento de despesas de aproximadamente R$ 100 milhões.
Mesmo com os aumentos de tarifas e a expansão da rede/acréscimo de equipamentos, com as iniciativas promovidas pelo Departamento de Patrimônio, foi possível reduzir esse consumo em 2,5% (comparado a 2014). Dentre as iniciativas vale destacar: disponibilização do Sistema Gestão de Energia Elétrica e Água (GEA – ferramenta que possibilita o acompanhamento e a análise do consumo mensal de energia elétrica e água pelas dependências, permitindo aos usuários visualização gráfica dos gastos e das metas mensais por localidade), utilização de tecnologia LED, entre outras.

Além de campanhas de consumo consciente, como o Desperdício Zero da Rede de Agências e Programa de Gestão da Ecoeficiência, foi estruturada, em 2015, para sensibilização em 2016, a Campanha Racionalize (consumo consciente de água e energia), que envolve ações de comunicação e educação para toda a Organização. Essas medidas reduziram o impacto financeiro em 4% da projeção de elevação das tarifas.
Para 2016, o objetivo é reduzir mais 2,4% do consumo de energia, comparado a 2015. Em relação aos métodos utilizados para gerenciar os riscos e as oportunidades, desde 2008 o Bradesco realiza Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) com base nas diretrizes do Programa Brasileiro GHG Protocol e da NBR-ISO 14064-1. A Organização estabelece metas para redução das emissões e tem realizado sistematicamente ações para mitigá-las, além de compensar 100% das emissões de Escopos 1 e 2 desde 2011.

Leia mais sobre as implicações financeiras e outros riscos e oportunidades em decorrência de mudanças climáticas no Relatório CDP (em especial capítulos 5 e 6) em
http://goo.gl/Td4V63Metas e objetivos para 2015 | Status | Justificativa | Metas e objetivos para 2016 |
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Implementar uma nova ferramenta de automação para controle de riscos de mercado e liquidez | Em andamento | Foi implantada a 1ª fase – cálculo do risco de opções. As demais fases têm previsão de término até 2018. | Realizar workshop de capacitação para fornecedores no CDP Supply Chain |
Efetuar revisões no risco de liquidez, com base na nova regra do Comitê de Basileia | Em andamento | A finalização está prevista
até o fim do primeiro semestre de 2016. |
Realizar o 14º Encontro Bradesco de Fornecedores |