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BRASIL, NOSSO LAR
TRACTEBEL ENERGIA RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2014 DOWNLOAD

GRIG4-1

Em 2014, ano marcado por uma severa estiagem, a Tractebel Energia manteve sua trajetória de resultados consistentes. Seu lucro líquido foi de R$ 1,4 bilhão, da mesma ordem de grandeza do alcançado em 2013, ainda que um pouco inferior a este, em 3,7%, a despeito da considerável elevação dos custos para repor a energia elétrica que não foi possível gerar.

A diversidade de suas fontes, aliada à gestão coordenada do planejamento e controle da oferta, do portfólio de contratos e da manutenção das usinas, permitiu à Companhia melhor enfrentar os desafios decorrentes da escassez de chuvas, confirmando a resiliência apontada pelo mercado como um dos seus principais diferenciais. Também contribuíram para o resultado esforços bem-sucedidos nas áreas tributária, regulatória e legal, que propiciaram ganhos não recorrentes, sem os quais o lucro líquido teria sido 17,7% menor que o de 2013.

Ainda em janeiro de 2014, as ações da Tractebel Energia voltaram ao Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro. Já em dezembro, como acontece desde 2012, a Companhia encerrou o exercício como a de maior valor de mercado entre as empresas do setor elétrico brasileiro: R$ 22,1 bilhões.

Como certificado da solidez e credibilidade da Companhia, seus ratings permaneceram em BBB na escala internacional e AAA na nacional, e sua gestão com foco no desenvolvimento sustentável a manteve pelo décimo ano consecutivo no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa (ISE), do qual faz parte desde 2005, quando foi criado – mérito compartilhado com apenas dez outras empresas.

Maior geradora privada do Brasil, a Tractebel Energia é controlada pela GDF SUEZ, líder mundial como produtora independente de energia – que, por meio de seu presidente, Gérard Mestrallet, declarou em 2014 sua intenção de alcançar, em três anos, essa mesma posição de liderança na América Latina. Alinhada a esse objetivo, mesmo em um cenário de baixo desempenho industrial vivenciado pelo Brasil, a Companhia ratificou sua estratégia de crescimento, compatível com as necessidades energéticas do País. No leilão de energia nova para entrega a partir de 2019, ocorrido em 28 de novembro, a Companhia vendeu 386,9 MW médios. Essa oferta será viabilizada com a expansão da Usina Termelétrica Ferrari, a biomassa, em São Paulo, correspondente a 9,8 MW médios, e a implantação de duas novas plantas: o Complexo Eólico Campo Largo, na Bahia, que contribuirá com 82,6 MW médios, e a Usina Termelétrica Pampa Sul, no Rio Grande do Sul, com 294,5 MW médios.

A implantação de uma nova usina a carvão representa uma oportunidade de contribuir para a ampliação da reserva estratégica do Brasil em períodos de baixa hidrologia, como o que se prolonga desde o final de 2012. Vale ressaltar que a matriz energética brasileira é majoritariamente renovável e o parque gerador da Tractebel Energia acompanha essa característica. Em 31 de dezembro de 2014, 84,1% da sua capacidade instalada própria de 7.027,2 MW eram provenientes de fontes renováveis, principalmente de hidrelétricas, que totalizavam 5.629,8 MW, complementados por 278,4 MW de fontes como a eólica e a biomassa.

Ações previstas para os próximos anos, como o desligamento planejado e escalonado de unidades geradoras a combustível fóssil com longo tempo de operação, e a continuidade da expansão do parque gerador principalmente por meio de fontes renováveis apontam para uma proporção futura ainda maior dessas fontes em relação às não renováveis na matriz da Companhia.

Seguindo essa mesma orientação, ainda em 2014, foram iniciadas não só as obras da expansão de Ferrari, mas também as de implantação do Complexo Eólico Santa Mônica, no Ceará, de 97,2 MW de capacidade. Além disso, entraram em operação comercial as centrais eólicas Fleixeiras I e Mundaú, cada uma com 30 MW. Ambas fazem parte do Complexo Eólico Trairi, também no Ceará – que, com esse acréscimo de 60 MW, passou a totalizar 115,4 MW integrados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Foi também em 2014 que começou a operar comercialmente a maior usina solar do Brasil. Êxito de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desenvolvido pela Tractebel Energia em parceria com outras empresas e a Universidade Federal de Santa Catarina, a Usina Solar Fotovoltaica Cidade Azul tem capacidade de pico de 3 MW e foi a primeira desse tipo a ser conectada ao SIN.

No que se refere às plantas em operação, novos investimentos foram realizados na modernização e no aumento da eficiência das usinas hidrelétricas Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, Salto Santiago, no Paraná, e Ponte de Pedra, no Mato Grosso do Sul. A melhoria contínua do parque gerador contribui para elevados níveis de disponibilidade; em 2014, descontadas as paradas programadas, esse índice foi de 96,5%, representativo principalmente quando considerada a demanda adicional das usinas termelétricas.


A diversidade das suas fontes, aliada à gestão coordenada do planejamento e controle da oferta, do portfólio de contratos e da manutenção das usinas, permitiu à Tractebel Energia enfrentar os desafios decorrentes da escassez de chuvas


A Companhia também segue atenta às comunidades vizinhas aos seus empreendimentos. Em abril de 2014, em Quedas do Iguaçu (PR), foi inaugurado o quarto Centro de Cultura apoiado pela Tractebel Energia. Como os demais que o precederam, sua gestão é autônoma, realizada por uma associação local previamente capacitada em administração de projetos culturais. Além disso, em outubro, foi comemorado o primeiro ano de funcionamento do Parque Ambiental Tractebel, em Capivari de Baixo (SC), que já recebeu cerca de 200 mil visitantes.

Como nos anos anteriores, a Companhia obteve relevantes reconhecimentos. Da parte de quem constrói sua história, uma pesquisa de clima organizacional respondida por 76% dos empregados apontou um índice de 74% de satisfação, sendo que 82% dos participantes manifestaram orgulho em trabalhar na Tractebel Energia. Já a consulta realizada com clientes apontou um índice de favorabilidade de 94,8%. A gestão do meio ambiente conquistou o Prêmio Brasil Ambiental da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro em duas categorias: Responsabilidade Socioambiental e Emissões Atmosféricas.

No campo da postura empresarial, o Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios premiou-a como a instituição de destaque no Ranking das Empresas Mais Éticas do Brasil; suas demonstrações contábeis, pela quinta vez, conquistaram o Troféu Transparência da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac); e gestores de recursos consultados pela Revista Institutional Investor consideraram o programa de relacionamento com investidores da Tractebel Energia o melhor da América Latina.

Muitos desafios estão reservados ao setor elétrico em 2015, em especial encontrar maneiras de compensar a escassez de água. Maior clareza e estabilidade na regulamentação podem contribuir para aprimorar a gestão e segurança do setor. Em 2014, uma boa sinalização do Governo Federal nesse sentido foi o estabelecimento de preços-teto mais realistas nos leilões realizados, o que serviu para atrair empreendedores com efetiva capacidade de arcar com os compromissos assumidos.

Da parte da Companhia e sua controladora GDF SUEZ, a crença nas potencialidades do Brasil permanece. Como parte da expansão futura, dois novos projetos reforçam a representatividade da fonte eólica no parque gerador da Tractebel Energia. Além de Campo Largo, que ao final de 2018 deverá atingir uma capacidade instalada de 326,7 MW e possui um potencial adicional de aproximadamente 300 MW, a Companhia adquiriu o Complexo Santo Agostinho, situado no Rio Grande do Norte, com um potencial de 600 MW.  O plano de negócios inclui ainda a avaliação de novos projetos de energia solar, tanto para interligação ao SIN quanto para geração distribuída.

Outra parcela importante do crescimento da Companhia a ocorrer nos próximos anos será a transferência da participação de 40% da GDF SUEZ na Usina Hidrelétrica Jirau, em Rondônia. Dos 3.750 MW de capacidade instalada do empreendimento, 1.500 MW serão agregados à capacidade própria da Tractebel Energia, o que significa ampliar ainda mais a participação de fontes renováveis no seu parque gerador. Enquadrado como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo pela ONU, Jirau encerrou o ano de 2014 com 22 das 50 unidades geradoras em operação, cada uma com 75 MW de potência. A transferência desse ativo poderá ser iniciada em 2015, devendo ser efetivada em 2016, em um processo a ser conduzido com a necessária transparência, principalmente por meio da participação do Comitê Especial Independente para Transações com Partes Relacionadas.

Novas possibilidades de ampliação da oferta energética ao País poderão surgir a partir da flexibilização legal e regulatória sobre o grau de participação da iniciativa privada em setores como o gás natural e a energia nuclear, nos quais a GDF SUEZ possui comprovada experiência.

Encerramos esta mensagem compartilhando a alegria de nossas conquistas com aqueles sem os quais nenhuma seria possível. Nosso sincero agradecimento aos empregados, clientes, acionistas, prestadores de serviços, fornecedores e parceiros da Tractebel Energia, bem como às organizações governamentais e não governamentais com as quais convivemos e dividimos esforços para construir um setor de energia cada vez mais adequado às necessidades do Brasil.

Maurício Stolle Bähr

Presidente do Conselho de Administração

Manoel Arlindo Zaroni Torres

Diretor-Presidente