2011Relatório de
Sustentabilidade
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GRI 1.2; 2.2; 2.3; 2.9; IO7; IO8; SO8; PR9

Empresa-Rede

A Algar Agro adota a política do Sistema Integrado de Gestão (SIG) com o propósito de atuar na cadeia da soja no mercado global, comprometida com a melhoria da eficácia dos sistemas de gestão da qualidade, meio ambiente, saúde e segurança e buscando continuamente atender tanto as necessidades específicas de seus clientes como as expectativas de seus fornecedores, associados e acionistas.

Base para a tomada de decisões da Diretoria Executiva, a integração de todos os dados e processos da Organização é conduzida por um modelo de gestão próprio, chamado de Empresa-Rede, que é também utilizado pelas demais empresas do Grupo Algar.

Neste modelo, a Companhia é estruturada em pequenas unidades internas conhecidas como Centros de Resultado. Com suas metas e orçamentos, cada um desses Centros contribui para o desenvolvimento do plano estratégico da Companhia. A Diretoria Executiva, por sua vez, administra estrategicamente os Centros de Resultado, alinhando-os às metas estabelecidas, em concordância com o Conselho de Administração

Para que o conceito de Empresa-Rede funcione é necessária a promoção de uma cultura corporativa democrática, na qual todos estão preparados para dar sugestões, ouvir críticas e, sobretudo, aprender. Isso porque a principal característica do modelo é a gestão participativa – em todas as esferas, o processo estimula o comprometimento e a autonomia com responsabilidade, permitindo a cada associado, independentemente do nível hierárquico, acompanhar e ter participação significativa nas decisões que afetam o futuro sustentável da Companhia.

Segmentos de Negócios

Originação, esmagamento, refino e distribuição de soja

A Algar Agro se consolidou como um player de larga escala no mercado de soja, cuja estratégia vertical de negócio abrange as etapas de originação de soja, esmagamento, refino e envase de óleo, produção de farelo de soja e comercialização da soja e produtos derivados.

A originação de grãos é feita por meio da aquisição direta com diferentes produtores. O jeito de ser do Grupo Algar, que cultiva o relacionamento bastante próximo com os seus mais diferentes públicos, desempenha uma função estratégica nesta etapa do processo. Uma das vantagens competitivas em termos de originação é a baixa rotatividade entre os agentes de campo, que são os responsáveis pelo atendimento dos produtores de quem a Companhia adquire a soja. Isso permite à Algar Agro permanecer ao lado do produtor por longo tempo, conhecendo-o, participando ativamente de todo o processo e acompanhando as diferentes etapas da safra.

Estrategicamente distribuídos nas principais regiões de originação da soja (Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará), os compradores de soja da Algar Agro estão sempre prontos para assessorar o produtor em todas as suas necessidades. O apoio pode incluir ações como a busca de orientação técnica para o plantio ou até mesmo o levantamento de certidões e outros documentos exigidos para o financiamento da produção. Em outras palavras, a Algar Agro é uma gestora de soluções e faz tudo o que for preciso para que o produtor possa se dedicar de fato ao seu core business, que é o cultivo da soja.

Outro diferencial bastante valorizado pelos produtores, e que contribui para estreitar o relacionamento, é o fato de a Algar Agro ser uma empresa brasileira, também produtora agrícola, com solidez financeira reconhecida e destacada eficácia operacional. Tais atributos ajudaram a Companhia a originar mais de 1,3 milhão de toneladas de soja em 2011, o que representa aumento de 14% em relação ao ano anterior. Desde total, 50% foi destinado ao mercado externo, especialmente países da Europa e Ásia, em forma de farelo e grão.

Para armazenar o volume de soja originado a cada safra, a Algar Agro conta atualmente com 28 armazéns espalhados pelos Estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e na região do MAPITOPA, com capacidade total de armazenamento de 1 milhão de tonelada de grãos.

O processamento da soja é feito por duas unidades estrategicamente localizadas. Com área de 406 mil m², a Unidade Uberlândia/MG é um dos mais avançados complexos industriais de esmagamento e refino de soja do País. Possui capacidade de armazenar 180 mil toneladas de grãos e esmagar 1,8 mil tonelada de soja por dia – em 2011, o volume total somou 545 mil toneladas. Igualmente equipada com tecnologia de ponta, a Unidade de Porto Franco, no Maranhão, ocupa área de 200 mil m² e sua capacidade atual é de 60 mil toneladas para armazenamento e 1,6 mil tonelada por dia para esmagamento. No último ano, o volume total de esmagamento na unidade maranhense foi de 188 mil toneladas.

Farelo de Soja RaçaFort

Componente para mistura de rações para os mais diversos animais (peixes, caprinos, ovinos, bovinos, equinos, suínos, aves e outros), o Farelo de Soja RaçaFort tem como principal cliente as empresas de produção de proteína animal do Brasil. É vendido em sacas de 60 quilos e a granel. Internacionalmente, o produto detém a certificação PDV: GMP+ B2, em conformidade com os padrões do organismo GMP+ Internacional, que determina um modelo padrão de condutas e procedimentos para resguardar a qualidade e segurança dos componentes da ração animal e, por consequência, do próprio alimento.

Em 2011, a Algar Agro vendeu 574 mil toneladas de farelo de soja, sendo 424 mil toneladas na Unidade Uberlândia e o restante na de Porto Franco. Do total, 150 mil toneladas foram destinadas ao mercado externo, especialmente países da Europa, como Portugal, Holanda e Espanha, e para a América Latina, o que gerou negócios no valor total de cerca de US$ 57 milhões.

Linha de produtos alimentícios ABC de Minas

Produzido desde 1989, o óleo de soja da Algar Agro tem se destacado pela liderança de mercado no estado de Minas Gerais nos últimos cinco anos. No último ano, a produção somou 6,5 milhões de caixas e o market share em Minas Gerais, região a qual se destina cerca de 80% da produção, finalizou o ano de 2011 em 28%. O restante da produção é distribuído no Sudeste, em cidades de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro que ficam próximas ao estado mineiro, além de dez cidades do Nordeste.

Originalmente lançada no mercado como ABC, a marca do óleo de soja da Companhia passou por um estudo em 2008, no qual se constatou que, além da qualidade equivalente a dos grandes players do mercado, o produto atraía o consumidor final por ser um produto mineiro. Com o propósito de reforçar essa identificação, a Algar Agro reformulou a marca, que passou a se chamar ABC de Minas, e colocou no mercado outros quatro produtos fabricados por parceiros externos. Atualmente, além do óleo de soja, a linha de produtos alimentícios ABC de Minas reúne azeite extravirgem, óleo composto, molho e extrato de tomate.

Agricultura e pecuária

Algar Agro se consolidou como um player de larga escala no mercado de soja, cuja estratégia vertical de negócio abrange as etapas de originação de soja

A Algar Agro possui mais de 9.800 hectares de plantação, sendo que quase 80% do total de área plantada, o que equivale a 7.500 hectares, destina-se ao cultivo da soja em fazendas localizadas na região do Triângulo Mineiro. A área irrigada, alvo de projetos de ampliação nos próximos anos, corresponde a 7%.

A produção de soja em grãos é absorvida quase que na sua totalidade pela planta de processamento Uberlândia. Uma pequena parcela, em torno de 5%, é destinada a uma unidade de beneficiamento de sementes localizada também em Uberlândia. O plantio de milho, cuja venda destina-se ao mercado doméstico regional, ocupa os 20% restantes de área plantada.

Nas fazendas do Triângulo Mineiro também estão cerca de 1.200 cabeças de gado leiteiro, que produziram em 2011 quase 2,5 milhões de litros no ano. As atividades de pecuária de corte da Algar Agro estão concentradas em uma fazenda localizada em Paranaíba, no Estado de Mato Grosso do Sul. São 6.500 hectares de pastagens que, ao final de 2011, reunia 10,6 mil cabeças de gado. As atividades de cria, recria e engorda são voltadas para o mercado doméstico.

Estratégias de crescimento


Área de Atuação



A localização dos ativos físicos da Algar Agro é um dos pilares da estratégia de crescimento da Companhia. A Unidade Uberlândia oferece acesso facilitado às principais áreas de produção de soja dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás e contribui para uma logística competitiva aos mercados de exportação, por meio dos portos de Tubarão (ES) e de Santos (SP), graças à existência de um terminal ferroviário. Além disso, a região do Triângulo Mineiro oferece mão de obra qualificada e fácil acesso aos principais centros consumidores, já que está próxima ao centro geográfico do Brasil é local de entroncamento de diferentes rodovias, e está localizada no coração do Sudeste, contando com fácil acesso à toda essa região que concentra 56% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Da mesma forma, a Unidade Porto Franco, no Maranhão, está próxima dos produtores de soja do MAPITOPA e facilita o escoamento da produção para o mercado internacional, via Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA). Os armazéns também estão estrategicamente localizados, montados próximos às principais regiões produtoras, nas imediações das unidades beneficiadoras e dos produtores.

A logística também tem impacto significativo nas rotas de distribuição e, consequentemente, no preço final dos produtos derivados da soja – onde o custo do transporte é representativo. No caso do óleo de soja ABC de Minas, em que a qualidade dos produtos dos concorrentes é grande e a decisão do consumidor em geral é tomada no momento da compra de acordo com o preço final nas prateleiras, ter economia nos processos faz toda a diferença.

Em 2012, a inauguração de uma nova planta de refino e envase na Unidade Porto Franco no Maranhão possibilitará ampliar o mercado consumidor do óleo de soja da Companhia, com a maior penetração nas regiões Norte e Nordeste do País. Atualmente, a região recebe cerca de 10% da produção que sai de Minas Gerais. Com a inauguração da refinaria, prevista para o primeiro semestre de 2012, a Companhia terá potencial para colocar no mercado mais 5 milhões de caixas de óleo de soja por ano.

Paralelamente à construção da planta de refino e envase, que demandará investimentos totais na ordem de R$ 50 milhões (R$ 23 milhões já investidos em 2011 e o restante em 2012), a área de marketing da Companhia desenhou uma estratégia de vendas que priorizará, na primeira etapa, dez estados da Região Norte e Nordeste.  Assim como faz no Triângulo Mineiro e regiões adjacentes, o plano da Algar Agro para avançar com a linha ABC de Minas no Norte e Nordeste do Brasil está apoiado no modelo de gestão da cultura comercial do Grupo Algar, que visa a parceria com clientes e fornecedores, e na busca da identidade do consumidor. Em outras palavras, trata-se de um produto da mais alta qualidade, que tem preço competitivo e, apesar de carregar a marca ABC de Minas, é produzido na região, com mão de obra e serviços locais.

Outro pilar da estratégia de vendas é que, ao invés de lidar com as grandes redes varejistas, cujo arrojado poder de compra poderia afetar sua margem, a Algar Agro adota como ponto de venda ideal, pequenos e médios estabelecimentos, com os quais seus consultores cultivam relacionamento bastante próximo.  

Gestão de Riscos

Alinhada com as melhores práticas de governança corporativa, a Algar Agro conta com o Comitê de Auditoria e Gestão de Riscos do Grupo Algar, órgão vinculado ao Conselho de Administraão, para assessorar o processo que envolve identificar, avaliar e classificar os diferentes riscos intrínsecos às áreas de atuação da Companhia, além de acompanhar os planos de ação para mitigá-los.

Em 2011, as atividades de gestão de risco da Algar Agro estiveram concentradas no mapeamento e monitoramento dos riscos estratégicos, operacionais e financeiros, desde a produção agrícola até a comercialização dos seus produtos. Além dos riscos diretamente ligados ao negócio, foram observados aqueles ligados à entidade Algar Agro e Grupo Algar, tal como o risco de imagem. A análise resultou no apontamento de quinze riscos que já vinham sendo controlados dentro do negócio. Para 2012 o foco da gestão de riscos estará voltado para o aprimoramento dos controles que mitigam os riscos identificados.

Todo o modelo empregado está apoiado na metodologia Enterprise Risk Management (ERM) ou, em português, Gerenciamento do Risco Corporativo adotado pelo Committee of Sponsoring Organizations (COSO), organização internacional dedicada ao estabelecimento e disseminação de melhores práticas em gestão de riscos, controles internos e detecção de fraudes. topo