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Relatório Anual de Sustentabilidade 2012

Desempenho
econômico-financeiro

R$ 462,3 milhões foi a receita líquida da Companhia no ano em razão da capacidade de produção do Campo de Manati e da demanda das usinas termoelétricas do país
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Após registrar crescimento de 7,5% do PIB em 2010, o desempenho do Brasil tem sido aquém das expectativas, caindo para 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012. A desaceleração observada em 2011 foi resultado de vários fatores negativos globais e do ciclo de retração do crédito. O Banco Central reduziu a taxa SELIC de 12,5% em 2011 para 7,25% em 2012, atingindo um patamar recorde. Apesar do lento crescimento econômico, o IPCA fechou 2012 acima da meta de 4,5% do governo, a 5,84%, comparado a 6,5% em 2011. No entanto, nesse cenário, destaca-se o crescimento de 6,1% do consumo de energia elétrica e derivados de petróleo.

No segundo semestre de 2012, a economia ganhou impulso e o ritmo de crescimento brasileiro se recuperou, chegando a aproximadamente 4,5% ao ano. Uma melhora no consumo parece estar por trás da recuperação inicial, mas a retomada do investimento em infraestrutura acabará por garantir maior sustentabilidade à perspectiva de crescimento em 2013. As pressões inflacionárias permanecem sendo motivo de preocupação. No fim de 2012, a taxa de câmbio estava em R$ 2,05/US$, comparada a R$ 1,87/US$ em 2011. O consenso no mercado é de que a taxa de câmbio será mantida entre R$ 2,00/US$ e R$ 2,10/US$ no médio prazo.

Com relação ao setor de óleo, o ano de 2012 foi marcado por incertezas que preocuparam o mercado, como a desaceleração da economia mundial que implicou sucessivas reduções das previsões de crescimento de demanda de óleo. Como resultado, o preço do óleo apresentou volatilidade. O preço do Brent fechou o ano em US$ 111, com média de US$ 112 para o período, o que representou um preço recorde para a commodity.

Informações financeiras consolidadas (R$ milhões, exceto quando indicado) 2012 2011 Variação (%)
Lucro líquido 82,50 92,10 (10,50)
Amortização e depreciação 82,90 53,60 54,70
Despesa/(Receita) financeira (82,50) (84,40) 2,20
Imposto de renda e contribuição social 40,00 29,10 37,70
EBITDA1 123,00 90,50 35,90
Baixa de poços secos ou subcomerciais 162,10 13,20 N/A
EBITDAX2 285,10 103,60 175,10
Margem EBITDA3 (%) 26,60 31,30 (15,00)
Margem EBITDAX4 (%) 61,70 35,90 72,00
Dívida líquida5 (952,30) (1.098,50) 13,30
Dívida líquida/EBITDAX (vezes) (3,34) (10,60) 68,50
1. Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social, do resultado financeiro e das despesas com amortização. O EBITDA não é uma medida financeira segundo as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil, as Normas Internacionais de Contabilidade (na sigla em inglês IFRS). Tampouco deve ser considerado isoladamente, ou como uma alternativa ao lucro líquido, como medida de desempenho operacional, ou alternativa ao fluxo de caixa operacional, como medida de liquidez. Outras empresas podem calcular o EBITDA de maneira diferente. Além disso, o EBITDA apresenta limitações que prejudicam a sua utilização como medida da nossa lucratividade, em razão de não considerar determinados custos inerentes ao negócio, que poderiam afetar, de maneira significativa, os resultados líquidos, tais como despesas financeiras, tributos e amortização. A QGEP utiliza o EBITDA como medida adicional do desempenho operacional.
2. EBITDAX = EBITDA + baixa de poços secos ou subcomerciais.
3. EBITDA dividido pela receita líquida.
4. EBITDAX dividido pela receita líquida.
5. A dívida líquida corresponde à dívida total, incluindo empréstimos e financiamentos correntes e de longo prazo e instrumentos financeiros derivativos, menos caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras. A dívida líquida não é reconhecida segundo as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil, as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) ou o US GAAP, ou ainda quaisquer outros princípios de contabilidade geralmente aceitos. Outras empresas podem calcular a dívida líquida de maneira diferente.

principais resultados

A receita líquida alcançou R$ 462,3 milhões, 60,0% acima da obtida em 2011, refletindo a capacidade integral de produção do Campo de Manati em 2012 e a forte demanda das usinas termoelétricas brasileiras. Os custos operacionais alcançaram R$ 182,8 milhões, comparados a R$ 128,7 milhões em 2011.

As despesas gerais e administrativas somaram R$ 63,3 milhões, acima dos R$ 59,5 milhões relatados em 2011. O saldo registrado em 2012 inclui R$ 54,9 milhões em despesas de pessoal, comparado a R$ 43,9 milhões relatados em 2011. Grande parte dessa variação foi decorrente do aumento do quadro de funcionários para operação do Bloco BS-4. Por outro lado, parte das despesas administrativas, R$ 13,1 milhões, foi alocada nesse mesmo projeto, do qual a QGEP retém em seu ativo 30%, sendo os 70% remanescentes relativos aos parceiros no Bloco, que reembolsam as despesas ao operador. Esse montante também inclui R$ 16,4 milhões associados aos custos com participação no resultado dos anos de 2011 e 2012 e alteração na administração. As despesas de 2011 compreenderam R$ 23,1 milhões em gratificação devido à conclusão bem-sucedida do IPO.

custos operacionais (Us$ milhões)


Os gastos exploratórios totais em 2012 foram de R$ 177,0 milhões, dos quais a maior parte se refere à baixa de R$ 125,5 milhões do Bloco BM-S-12 e R$ 36,6 milhões da devolução da descoberta de Jequitibá. O resultado financeiro líquido totalizou R$ 82,5 milhões, comparado a um resultado financeiro líquido de R$ 84,4 milhões em 2011.

A QGEP tem incentivo fiscal de redução parcial do imposto de renda devido. Um montante igual ao obtido com a economia fiscal deve ser apropriado em uma conta de reserva de lucros, no patrimônio líquido, e não pode ser distribuído como dividendos aos acionistas.

As empresas do Grupo têm ainda os benefícios fiscais da Lei do Bem e desenvolvem programas incentivados em áreas de preservação do patrimônio cultural e no apoio ao esporte. O total de incentivos fiscais recebidos pela Companhia em 2012 foi de R$ 47,0 milhões, ante R$ 25,1 em 2011. GRI EC4

Distribuição de investimentos





Destaques do balanço/fluxo de caixa

O caixa é investido em fundos exclusivos e em ativos de renda fixa, todos em reais. O rendimento médio da carteira acumulado até 31 de dezembro de 2012 foi de 101,3% do CDI, e aproximadamente 96,0% dos fundos têm liquidez diária. A distribuição dos fundos é apresentada nos gráficos acima.

O saldo de contas a receber totalizou R$ 92,8 milhões no fim do 4T12, e o saldo de contas a pagar somou R$ 32,5 milhões. No ano de 2011, os saldos de contas a receber e a pagar totalizaram R$ 76,1 milhões e R$ 292,5 milhões, respectivamente. No fim de 2011, o saldo de contas a pagar incluía R$ 243,1 milhões relativos à aquisição de 30% de participação no Bloco BS-4.

A Companhia não apresentava endividamento no fim do ano, uma vez que eliminou sua dívida durante o segundo trimestre de 2012, após quitar os empréstimos do BNDES e do BNB, contraídos para o desenvolvimento do Campo de Manati. O fluxo de caixa operacional da Companhia foi recorde em 2012, R$ 254,3 milhões, em comparação aos R$ 194,2 milhões em 2011.

Outras informações sobre o desempenho econômico-financeiro da QGEP durante o ano de 2012 podem ser obtidas por meio do site de relações com investidores no endereço ri.qgep.com.br.


Demonstração do Valor Adicionado (R$ mil)

GRI EC1

Descrição Explicação 2012 2011
Receitas Vendas líquidas mais receitas provenientes de investimentos financeiros e venda de ativos. 691.534 898.777
Valor econômico distribuído      
Custos operacionais Pagamentos para fornecedores, investimentos não estratégicos, pagamentos de facilitação. 365.257 669.472
Salários e benefícios de empregados Total da folha de pagamento para empregados. 41.377 33.478
Pagamentos ao governo Impostos brutos. 200.467 131.290
Pagamentos para provedores de capital (acionistas, por exemplo)   - -
Investimentos na comunidade Contribuições voluntárias e investimento de fundos na comunidade como um todo, incluindo doações. - 11.889
Valor econômico acumulado (valor econômico gerado menos valor econômico distribuído) Investimentos e hipotecas - -
1 – Receitas Soma dos itens 1.1 a 1.3 691.534 898.777
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços Inclui ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde à receita bruta ou ao faturamento bruto. 586.833 372.403
1.2) Provisão para devedores duvidosos – Reversão/Constituição Constituição/baixa de provisão para devedores duvidosos. -   -  
1.3) Não operacionais Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, como ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na baixa de investimentos etc. 104.702 526.374
2 – Insumos adquiridos de terceiros (inclui ICMS e IPI) Soma dos itens 2.1 a 2.4 365.257 669.472
2.1) Matérias-primas consumidas Incluídas no custo do produto vendido. -   -  
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos Não inclui gasto com pessoal próprio. 228.475 100.991
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros Relativos às aquisições e aos pagamentos a terceiros. Nos custos dos produtos vendidos, materiais, serviços, energia etc. consumidos, serão considerados ICMS e IPI incluídos no momento das compras, recuperáveis ou não. 120.597 561.300
2.4) Perda/Recuperação de valores ativos Valores relativos a valor de mercado de estoques e investimentos etc. Atenção: se o valor líquido for positivo, deverá ser somado ao item 1 e não subtraído. 16.186 7.181
3 – Valor adicionado bruto Diferença entre itens 1 e 2 (1-2) 326.276 229.305
4 – Retenções Item 4.1 82.919 53.606
4.1) Depreciação, amortização e exaustão Despesa contabilizada no período. 82.919 53.606
5 –Valor adicionado líquido produzido pela entidade Diferença entre itens 3 e 4 (3-4) 243.357 175.699
6 – Valor adicionado recebido em transferência Soma dos itens 6.1 e 6.2 110.721 153.276
6.1) Resultado de equivalência patrimonial Inclui os valores recebidos como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo. O resultado de equivalência poderá representar receita ou despesa. Se despesa, deverá ser informado entre parênteses. -   -  
6.2) Receitas financeiras Incluir todas as receitas financeiras, independente de sua origem. 110.721 153.276
7 – Valor adicionado total a distribuir Soma dos itens 5 e 6 (5+6) 354.079 328.975
8 – Distribuição do valor adicionado Soma dos itens 8.1 a 8.5 354.079 328.975
8.1) Pessoal e encargos Deverão ser incluídos os encargos com férias, 13º salário, FGTS, alimentação, transporte etc., apropriados ao custo do produto ou resultado do período (não incluir encargos com o INSS). 41.377 33.478
8.2) Impostos, taxas e contribuições Além das contribuições devidas ao INSS, imposto de renda e contribuição social, todos os demais impostos, taxas e contribuições deverão ser incluídos neste item. Os valores relativos ao ICMS e IPI deverão ser considerados como os valores devidos ou já recolhidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item 2 – insumos adquiridos de terceiros. 200.467 131.290
8.3) Juros e aluguéis Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos com as instituições financeiras, empresas do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo-se as despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros. 29.767 72.070
8.4) Juros sobre capital próprio e dividendos Valores pagos ou creditados aos acionistas. Os juros sobre capital próprio contabilizados como reserva devem constar no item 8.5. -   -  
8.5) Lucros retidos/prejuízo do exercício Devem ser incluídos os lucros do período destinados às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação específica. 82.468 92.137

As principais variações na DVA são decorrentes do aumento do número de colaboradores para as futuras operações do Bloco BS-4 e dos efeitos das atividades do Campo de Manati. Com essa operação, as receitas sofreram incremento, impactando o montante pago em forma de impostos.

Mercado de capitais

Representando um valor de mercado de R$ 3,5 bilhões, a ação da QGEP (ticker: QGEP3) fechou o ano de 2012 cotada a R$ 13,12, uma desvalorização de 20,5% em relação à cotação de 31 de dezembro de 2011. Não obstante, a QGEP foi a melhor ação do setor de óleo e gás listada na BM&FBovespa com base no desempenho de preço no segundo semestre de 2012, com volume financeiro médio de R$ 9,3 milhões e um volume diário médio de aproximadamente 1.700 negociações.

Em janeiro de 2012, a Companhia também foi selecionada para inclusão no Índice Brasil (IBrX), que lista as 100 companhias mais negociadas na BM&FBovespa. Durante o ano, a cobertura das ações da Companhia foi reforçada pela adição de mais um analista de investimentos, totalizando 16 analistas cobrindo a QGEP, representando bancos e corretoras nacionais e estrangeiros. No fim de 2012, 13 desses analistas recomendavam compra e apenas 3 recomendavam manutenção, com preço-alvo médio para as ações da Companhia de R$ 17,40.

No primeiro semestre, a perfuração do poço Ilha do Macuco (BM-S-12) não identificou zonas potencialmente produtoras, alterando o portfólio de ativos da QGEP. Essa mudança refletiu-se no desempenho das ações no período. Já na segunda metade do período, a descoberta de Carcará (BM-S-8) e o desempenho no Campo de Manati impulsionaram a recuperação no preço das ações em ritmo mais acelerado do que os principais comparáveis.

A distribuição de dividendos aos acionistas é assegurada pelo Estatuto Social da QGEP e pelas disposições da Lei das Sociedades por Ações, após a formação de reserva financeira que deve atingir 20% do capital social da Companhia, a fim de garantir sua sustentabilidade econômico-financeira. Por estar em fase de investimentos, a maior parte do lucro é reinvestida no negócio, minimizando a parcela destinada aos dividendos. A administração da Companhia propôs a destinação de R$ 783,45 a título de dividendos obrigatórios, o que representa 0,001% do lucro líquido ajustado após a destinação relativa à Reserva Legal, correspondendo a R$ 0,000003 por ação ordinária.

Análise da Evolução dos Preços: QGEP e Peers no ano de 2012