Integrante do Sistema Eletrobras, a Chesf administra 14 usinas hidrelétricas, 1 termelétrica, 110 subestações e 18.974 km de linhas de transmissão. Com esses ativos, leva energia e desenvolvimento para o país, em especial ao Nordeste brasileiro
O sistema elétrico brasileiro segue o modelo instituído pelas Leis nº 10.847 e no 10.848 e pelo Decreto nº 5.163 de 2004. É formado por empresas públicas e privadas que atuam na geração, transmissão, comercialização e distribuição de energia por meio de concessões, permissões ou autorizações do Governo Federal. No Brasil, 89% da eletricidade é gerada por fontes renováveis, sendo a principal delas a hidrelétrica, que responde por 74% da oferta interna de energia segundo dados do Balanço Energético Nacional 2012 (ano base 2011).
A energia é transportada para todo o país pelas empresas de transmissão, responsáveis por operar mais de 103 mil km de linhas de alta tensão. A rede de geração e transmissão de energia das diferentes regiões está conectada por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN), que atende a 97% do consumo de eletricidade brasileiro. Essa energia é entregue aos consumidores finais por meio das empresas de distribuição.
A operação segura, eficiente e confiável do sistema é coordenada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que controla os estoques de água das usinas hidrelétricas, aciona as fontes de geração térmica, nuclear ou eólica e opera a rede de transmissão. A operação do setor elétrico é regulamentada e fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A concessão de operação de unidades de geração, transmissão e distribuição de energia é ofertada ao mercado por meio de leilões públicos, com base no planejamento de longo prazo do setor energético, subsidiado pelos estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A energia elétrica produzida pelos agentes de geração é comercializada no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), do qual participam agentes de geração e de distribuição de energia, e no Ambiente de Contratação Livre (ACL), do qual participam geradores, comercializadores, importadores e exportadores de energia e consumidores livres. Os contratos são administrados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
GRI EU10
Em 2012, o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 3,5%, totalizando 448.293 GWh, segundo a EPE. Essa expansão foi liderada pelos segmentos de comércio e serviços (que registrou crescimento de 7,9%) e residencial (5,0%). Já o consumo industrial manteve-se inalterado em relação a 2011, totalizando 183,5 mil GWh. Na região Nordeste, foram consumidos 75.294 GWh (6,5% mais que em 2011), dos quais 65% foram provenientes da Chesf. Os subsistemas Norte e Sudeste contribuíram com outros 16%, e as outras geradoras (hidrelétrica, térmica e eólica), com 19%.
Para explicar a ampliação do consumo na classe comercial e principalmente no varejo, a EPE citou, além do aumento do volume de vendas no varejo até novembro (8,4%), o crescimento de mais de 8% na área bruta locável dos shopping centers, a abertura de novos postos de trabalho no setor de serviços e o crescimento da movimentação turística. Já o maior consumo residencial é explicado pela incorporação de 1,8 milhão de novas unidades – devido ao crescimento do mercado imobiliário e às iniciativas de extensão do serviço de eletricidade –, pelo mercado de trabalho aquecido, pelo aumento real da renda e pela expansão do crédito (a venda de eletrodomésticos e mobiliário cresceu 12,7% até novembro, segundo o IBGE).
Em seu Plano Decenal de Expansão 2020, a EPE projeta o crescimento de 56% da capacidade instalada do parque gerador de energia elétrica até 2020, com aumento de 6 mil MW anuais, e do SIN, alcançando 142 mil km de linhas de transmissão. A EPE prevê crescimento anual da ordem de 4,8% na oferta interna de eletricidade entre 2011 e 2020. Com relação ao consumo de energia, o crescimento anual projetado é da ordem de 4,4% para o mesmo período.
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) é uma companhia do Sistema Eletrobras, maior conglomerado de energia elétrica da América Latina, administrado pela holding Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras, empresa de capital aberto controlada pelo Governo Federal. A Eletrobras atua nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica por meio de 7 empresas de geração e transmissão, incluindo 50% da Itaipu Binacional, 6 empresas de distribuição, 1 centro de pesquisa e 1 empresa de participações. Suas companhias geradoras respondem por 35% da capacidade total de geração do país.
GRI 2.1
A Chesf tem como principais atividades a geração e transmissão de energia elétrica. Criada pelo Decreto-Lei nº 8.031/1945, foi instituída oficialmente em 1948, ano em que tiveram início as obras da construção da usina hidrelétrica Paulo Afonso I, que entrou em operação em 1954. Trata-se de uma companhia de capital aberto e economia mista, que atua em estrita consonância com a legislação vigente e os atos de regulação da Aneel e integra o SIN.
Com sede em Recife (PE), a Companhia mantém Gerências e Administrações Regionais nas cidades de Recife (PE), Paulo Afonso, Salvador e Sobradinho (BA), Fortaleza (CE) e Teresina (PI), e escritórios em Brasília (DF) e São Paulo (SP). A Companhia não tem escritório de representação no exterior. A quase totalidade de seus ativos está localizada na região Nordeste, onde atende diretamente aos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. GRI 2.5 | 2.6
Composição acionária da Chesf em 31/12/2012 | ||||||
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Acionista | Ações ordinárias | Ações preferenciais | Total | |||
Quantidade | % | Quantidade | % | Quantidade | % | |
Eletrobras | 54.151.081 | 100,00 | 1.517.927 | 86,55 | 55.669.008 | 99,58 |
Outros | 0 | 0 | 235.887 | 13,45 | 235.887 | 0,42 |
Total | 54.151.081 | 100 | 1.753.814 | 100,00 | 55.904.895 | 100,00 |
Em 2012, a Chesf aumentou o seu capital social em R$ 1,29 bilhão mediante a conversão de recursos do Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (AFAC), concedidos pela Eletrobras. O capital social foi elevado para R$ 9,75 bilhões. A Companhia gerou 50.113 GWh de energia no ano e comercializou 49.089 GWh nos Ambientes de Contratação Regulada (ACR) e de Contratação Livre (ACL). A receita operacional bruta do período somou R$ 6,64 bilhões, que corresponderam a uma ampliação de 17,8% do resultado de 2011 (R$ 5,64 bilhões).
Durante o período, a Chesf atendeu a 21 consumidores industriais e 84 distribuidoras, produtores independentes de energia, comercializadoras e concessionárias de serviços públicos de geração. A região Nordeste foi responsável pela compra de 30,92% do total de energia comercializado no ano. Em dezembro de 2012, a Chesf contava com 5.631 empregados diretos, sendo 4.464 homens e 1.167 mulheres. GRI 2.8
O parque gerador da Chesf é composto por 14 usinas hidrelétricas, responsáveis por 97% da produção total da Companhia. As usinas são abastecidas por 9 reservatórios com capacidade para armazenar 56,8 bilhões de m3 de água. As 14 usinas mais a usina termelétrica bicombustível de Camaçari somam capacidade instalada de 10.615 MW, que correspondem a 8,8% da capacidade nacional.
GRI EU1
A Chesf possui um dos maiores sistemas de transmissão do Brasil, formado por 18.973,8 km de linhas de transmissão em operação. Integram esse sistema 110 subestações e 510 transformadores em níveis de tensão superiores a 69 kV, totalizando capacidade de transformação de 45.744 MVA, além de 6.210 km de cabos de fibra óptica.
Com os 350,9 km de linhas de transmissão em operação em empreendimentos nos quais tem participação por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), a Chesf totaliza 19.324,7 km de linhas de alta tensão, que correspondem a 18,3% do parque transmissor do Brasil.
GRI EU4
Extensão das linhas de transmissão da Chesf por nível de tensão
Subestações da Chesf por tensão e localização | Tensão | ||||
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69 kV | 138 kV | 230 kV | 500 kV | Total | |
Sistema de transmissão (abaixadoras) | 7 | 5 | 63 | 20 | 95 |
Usinas (elevadoras) | 4 | 1 | 6 | 4 | 15 |
Total | 11 | 6 | 69 | 24 | 110* |
Subestações da Chesf por Gerência Regional | |
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Gerência Regional Oeste | 9 |
Gerência Regional Sul | 22 |
Gerência Regional Sobradinho | 9 |
Gerência Regional Leste | 31 |
Gerência Regional Norte | 17 |
Gerência Regional Paulo Afonso | 22 |
Total | 110 |
A Chesf tem participações em empreendimentos por meio das Sociedades de Propósito Específico (SPEs). Em geração, a capacidade instalada total dos empreendimentos é de 2.597,4 MW, sendo 63,9 MW dos que estão em operação e 2.533,5 MW dos que estão em construção. Já nas linhas de transmissão, a capacidade total é de 1.600,4 km, da mesma forma sendo 350,9 km em operação e 1.249,5 km em construção.
Em 2012, a Chesf deu continuidade ao processo de implantação do Sistema de Gestão da Qualidade no segmento da Manutenção, que conta atualmente com 14 certificações na NBR ISO 9001:2008, sendo 11 Serviços Regionais de Manutenção e 3 Centros (Centro de Ensaios, Centro de Reparo e Centro de Análise e Manutenção de Óleo).
Sistema de Gestão da Qualidade – certificações de 2012 | |
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ISO 9001:2008 (qualidade) | Departamento de Manutenção de Subestações – DMS Serviço de Manutenção de Linhas de Transmissão de Sobradinho – SBML Serviço de Manutenção de Funil – SSMF Serviço de Manutenção de Angelim – SLMA Centro de Análise e Manutenção de Óleo – COAM Centro de Ensaios e Instrumentação do Sistema de Transmissão – COES Centro de Reparo de Equipamentos de Subestações – CORE Serviço de Manutenção de Subestações do Recife – SLSR Serviço de Manutenção de Rio Largo – SLML Serviço de Manutenção de Subestações de Paulo Afonso – SPMS Serviço de Manutenção de Aracaju – SSMA Serviço de Manutenção de Subestações de Sobradinho – SBMS Serviço de Manutenção de Subestações de Fortaleza – SNSF |
ISO 14000:2004 (ambiental) | Serviço de Manutenção de Subestações de Paulo Afonso – SPMS |
GRI 2.10
Em 2012, a Chesf recebeu os seguintes prêmios e reconhecimentos: