Tema Relevante | Principais Aspectos e Impactos Ambientais
A gestão ambiental está inserida diretamente no planejamento, construção, implantação e operação de geração e transmissão de energia elétrica da Chesf e é tratada por um departamento específico de forma estratégica. A Companhia adota a Política Ambiental das Empresas Eletrobras, disponível na seção de Sustentabilidade do site (www.chesf.gov.br), que reforça o compromisso da Eletrobras com o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável do país.
Entre os princípios da Política Ambiental está desenvolver uma ação contínua de educação ambiental, conscientizando seus empregados, parceiros, empresas contratadas e representantes da sociedade civil das suas responsabilidades para com a proteção do meio ambiente. São diversas ações de redução e uso racional de energia, água, materiais, emissões e demais aspectos relacionados ao desempenho ambiental.
GRI EN26
A Chesf conta com uma área específica para a gestão ambiental. Técnicos e especialistas norteiam seu trabalho pelas diretrizes corporativas de responsabilidade socioambiental. A localização de novos empreendimentos e as rotas das linhas de transmissão são definidas de acordo com a legislação. A Companhia promove ainda diversos programas para mitigar impactos ambientais causados por suas atividades.
A Chesf, em todas as avaliações de riscos e impacto ambiental de seus empreendimentos, considera o princípio da precaução por meio do Estudo do Impacto Ambiental (EIA) durante o processo para emissão da Licença Prévia (LP) e do Relatório do Impacto Ambiental (RIMA), nos termos da Resolução CONAMA nº 001/86, de 23 de janeiro de 1986. A aplicação do EIA permite à Chesf afastar o perigo de dano ambiental ou humano em situações de incertezas quanto aos efeitos provocados por qualquer uma de suas atividades, por meio de uma atuação preventiva e não reparadora. Na fase de operação, monitora continuamente os aspectos relacionados às comunidades locais, à flora e à fauna. A segurança estrutural das barragens é monitorada constantemente, bem como o controle de cheias nos reservatórios. GRI 4.11
GRI EN30
Investimentos e gastos socioambientais (R$) | 2012 | 2011 | 2010 |
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Processos operacionais para a melhoria do meio ambiente | 8.028.483 | 5.436.000 | 7.339.420 |
Preservação e/ou recuperação de ambientes degradados | 2.733.867 | 1.524.000 | 1.272.552 |
Educação ambiental para empregados, prestadores de serviço, autônomos e administradores da entidade | 895.712 | - | - |
Educação ambiental para a comunidade | 656.219 | 927.000 | 1.009.000 |
Outros projetos ambientais | 2.231.535 | 15.929.000 | 9.391.000 |
Compensação ambiental | 3.663.891 | - | 8.037.437 |
Total | 18.211.719 | 23.818.011 | 27.049.409 |
A Chesf busca intensificar a gestão integrada e responsável dos recursos hídricos, principal insumo da produção de energia elétrica. A Chesf é responsável pelo represamento de grandes volumes de água, fonte de energia primária para a geração hidrelétrica. A água captada pelas usinas para geração da energia elétrica da Chesf é integralmente devolvida ao rio. GRI EN25
O consumo em outras atividades da Companhia é monitorado por representantes locais das usinas e acompanhado pelo Grupo de Trabalho de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica (GT-CODEE). As retiradas de água para esse fim correspondem a um percentual inexpressivo do volume médio anual dos corpos de água utilizados. Nesse contexto, não há fontes significativamente afetadas pela retirada de água pela Chesf. GRI EN9
A Chesf contribui para a revitalização hidroambiental das bacias dos rios Contas, São Francisco e Parnaíba, por meio de diversos programas desenvolvidos pela Companhia e do repasse direto dos recursos da Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para Geração de Energia para os estados e municípios onde estão situadas as usinas hidrelétricas. Entre 2001 e 2012, a Companhia desembolsou cerca de R$ 2 bilhões em compensação financeira somente na bacia do São Francisco. As cidades que mais receberam recursos dessa rubrica em 2012 foram Paulo Afonso (BA), Sento Sé e Casa Nova (BA), Canindé do São Francisco (SE) e Delmiro Gouveia (AL).
A Chesf também integra o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco desde a sua criação em 2001 e participa ativamente desse fórum de negociação e deliberação sobre o uso das águas do rio. Os representantes da Companhia nesse Comitê disseminam informações e prestam esclarecimentos sobre a operação dos reservatórios, merecendo destaque em 2012 sua contribuição para a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco.
Em 2012, a Companhia iniciou o planejamento para uma futura implantação da Norma ABNT NBR ISO 50001:2011 (Gestão de Energia), cujos requisitos irão favorecer sobremaneira a gestão da água. Ainda em 2012, a busca pelo consumo eficaz de água e mitigação de efluentes alcançou uma redução de 15% em relação ao ano de 2011. Essa redução corresponde a um volume de 39.238 m3/ano evitados, equivalente ao consumo anual de 320 residências (10m3/mês).
GRI EN8
Consumo total de água por fonte de captação (m3) | 2012 | 2011 |
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Abastecimento (rede pública) | 168.436 | 199.900 |
Captação superficial (cursos de água) | 56.741 | 64.515 |
Consumo total de água (em m3) | 225.177 | 264.415 |
Consumo de água por empregado (em m3) | 39 | 46 |
Redução de custos obtida pela redução do consumo de água | R$ 435.720,00* | ND |
* Base tarifária: Embasa (BA): R$ 13,23/m³; Compesa (PE): R$ 7,65/m³. (Todas as instalações foram consideradas comerciais).
Consumo total de água por localidade (m3) | 2012 | 2011 |
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Fortaleza (GRN) | 5.941 | 3.236 |
Paulo Afonso (GRP + APA) | 70.436 | 92.589 |
Recife (Sede + GRL) | 48.760 | 65.792 |
Salvador (GRS + ASV) | 85.594 | 88.115 |
Sobradinho (GRB) | 11.591 | 11.975 |
Teresina (GRO) | 2.855 | 2.708 |
Total | 225.177 | 264.415 |
Faz parte das medidas que serão implementadas pela Chesf a ampliação gradativa do número de medidores próprios nas instalações, sobretudo para a segmentação do suprimento e consumo de água, identificando de forma mais eficaz as diversas fontes disponíveis e os usos finais mais específicos. Atualmente, não há medição de reutilização e/ou reciclagem de água nos processos da Companhia. O programa de controle e melhoria do consumo de água identificou nas instalações um potencial de melhoria e racionalização do consumo, seguido por ações de redução de perdas, otimização de uso, reúso e captação de água de chuva.
Em 2012, a Chesf concluiu o projeto de um novo estacionamento onde está prevista a instalação de sistema de captação e reutilização de água, com um medidor específico para acompanhamento do volume de água reutilizado. Outro exemplo relevante foi a ação piloto de gestão eficaz na Usina Térmica de Camaçari (UTC), que se refletiu na redução de 55% do consumo de água em relação a 2011. GRI EN10
O monitoramento das bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Parnaíba e Contas é feito por meio de 110 postos hidrométricos, 3 estações climatológicas e 9 reservatórios. Esse processo segue as diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional de Águas (ANA), pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
A Companhia trabalha com um sistema de previsão de vazões e níveis para os reservatórios e rios e mantém modelos hidrológicos e hidráulicos para a gestão integrada dos recursos hídricos. Nos períodos úmidos, emite boletins sobre a situação hidrológica das bacias, início da estação das chuvas e ações preventivas diante da elevação de vazões. Os informes diários sobre cotas e vazões das bacias, dados de afluência, defluência e nível dos reservatórios são publicados no Portal da Chesf na internet.
Consumo de água na Chesf (2011 e 2012)
A estiagem provoca desequilíbrios hidrológicos, sociais e econômicos significativos no sertão nordestino, região que apresenta alta variabilidade climática. Em 2012, a região Nordeste viveu a mais severa seca dos últimos 30 anos. A região mais afetada foi o semiárido, principalmente no estado da Bahia, onde 230 municípios foram atingidos. Segundo números divulgados pelo Ministério da Integração Nacional em abril daquele ano, a escassez de chuva na região Nordeste deixou 525 cidades em situação de emergência, provocando a redução do nível das águas de rios, a perda de lavouras e gado e o disparo do preço de alimentos e a falta de água inclusive para beber.
Em 2012, a Chesf repassou R$ 1 milhão para implementar ações de convivência com a seca nos estados nordestinos do Ceará e de Pernambuco, visando aumentar a oferta permanente de água, amenizar o impacto da falta de chuvas e assegurar o desenvolvimento socioeconômico do semiárido nordestino. GRI EC2
A gestão do consumo de energia é feita pelo Grupo de Trabalho de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica (GT-CODEE) desde o ano 2000, para identificar oportunidades de eficiência energética, investimento em novas tecnologias e equipamentos mais eficientes. A administração dos contratos de suprimento de energia elétrica é centralizada desde 2011, com o objetivo de identificar potenciais desvios e corrigir as falhas.
Em consequência dos avanços obtidos com o controle do consumo de energia elétrica, em 2012 os maiores destaques estão associados à evolução de ferramentas para uma futura Gestão de Energia no âmbito da Norma ABNT NBR ISO 50001:2011. O objetivo é dispor de uma ferramenta de apoio à decisão na implementação de alternativas mais eficientes para economizar energia (como emprego de fontes alternativas solar fotovoltaica e térmica para refrigeração) nas instalações da Chesf.
A Chesf, em alinhamento com suas diretrizes voltadas à responsabilidade social, fomenta a elaboração de iniciativas que reduzam o consumo energético de serviços públicos prestados à sociedade, sobretudo no Nordeste brasileiro. Em 2012, merece destaque a manutenção da carteira de projetos da região submetidos à Eletrobras e executados com apoio técnico da Chesf, no âmbito do Programa Procel Reluz. No período de 2000 a 2012, foram beneficiados 12 municípios, sendo 5 capitais, e mais de 7,6 milhões de habitantes. Em 2012, as eficientizações implantadas no âmbito do Programa Reluz em parcerias da Chesf com as prefeituras de Recife (PE) e Teresina (PI) representaram uma redução de 13.966,70 GJ/ano.
Esses projetos, adicionados aos desenvolvidos internamente, representam uma economia que supera os 325.000 GJ/ano, equivalente ao consumo anual de mais de 75 mil residências (100 kWh/mês), e cujos benefícios estão diretamente ligados à redução do consumo de energia em serviços públicos e ao aumento na oferta de energia para a sociedade, contribuindo com a modicidade tarifária.
Os estudos de racionalização e eficiência energética priorizam alternativas tecnológicas em função de potencialidades, benefícios, cronograma de implantação, unidades envolvidas e disponibilidade de recursos. Em 2011, a Companhia iniciou a avaliação dos impactos dos PMEEs nas condições de confiabilidade e nível de atendimento dos sistemas, ligados à disponibilidade do sistema elétrico e aos requisitos de operação.
Em 2012, a Chesf atingiu a marca aproximada de 5,2 MW de demanda evitada acumulada no sistema, o que corresponde a mais de 74.445 GJ/ano (20.679 MWh/ano) de energia economizada, equivalente ao consumo anual de aproximadamente 17 mil residências (100 kWh/mês).
Foram economizados 10.552 GJ com a conversão e modernização de equipamentos, mudanças comportamentais e redesenho de processos. Em 2011, essa economia tinha sido de 3.858 GJ e em 2010, de 1.345 GJ.
GRI EN5
Matriz de eficiência energética (GJ) | 2012 | 2011 | 2010 |
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Conversão e retrofiting de equipamento | 4.472,39 | 3.821,69 | ND |
Mudança no comportamento dos funcionários | 6.080,08 | - | ND |
Redesenho de processo | - | 36,36 | ND |
Total de energia economizada (GJ) | 10.552,47 | 3.858,05 | 1.344,89 |
A Chesf tem planos de ampliar o acompanhamento e controle das metas de consumo de energia elétrica com o uso de redes e medidores inteligentes, além da substituição de tecnologias por alternativas mais eficientes e com maior emprego de fontes alternativas e limpas.
Entre os projetos desenvolvidos, destacam-se a implantação de um Posto de Abastecimento de Veículo Elétrico com uso da energia solar fotovoltaica, a instalação de painéis fotovoltaicos no estacionamento do prédio-sede da Chesf e o estudo de viabilidade para implantar um sistema termossolar de refrigeração na sede da Chesf. Na Semana Chesf de 2012, que promoveu o Seminário de Eficiência Energética, a Companhia divulgou informações a gestores públicos sobre as alternativas de melhorias em gestão de energia.
GRI EN3
Consumo de energia direta comprada por fonte (GJ) | |||
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Não renovável | 2012 | 2011 | 2010 |
Gasolina | 1.637,67 | 2.936,79 | 2.976,66 |
Diesel | 61.182,96 | 60.638,92 | 54.344,16 |
Querosene de aviação | 4.812,21 | 7.099,64 | 4.388,21 |
Total | 67.632,84 | 70.675,34 | 61.709,03 |
Renovável | |||
Etanol | 20.065,25 | 18.871,16 | 19.037,73 |
Total (renovável + não renovável) | 87.698,09 | 89.546,50 | 80.746,76 |
% consumo de energia não renovável | 77,12 | 78,93 | 76,42 |
GRI EN4
Consumo de energia indireta comprada por fonte (GJ) | |||
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Não renovável | 2012 | 2011 | 2010 |
Fósseis | 3.099,56 | 1.490,99 | 1.562,40 |
Renovável | |||
Hidráulica | 25.605,51 | 25.837,00 | 17.641.800,00 |
Alternativas (eólica + nuclear) | 1.116,13 | 1.007,76 | 666.091,00 |
Total | 26.721,65 | 26.844,76 | 18.307.891,00 |
Total (renovável + não renovável) | 29.821,20 | 28.335,75 | 18.309.453,40 |
% consumo de energia não renovável | 10,39380 | 5,26186 | 0,0085 |
A Chesf realiza a gestão de consumo direto de combustíveis fósseis e está continuamente promovendo melhorias e adotando procedimentos para reduzir o consumo, como a modernização de equipamentos, o uso prioritário de etanol na frota de veículos leves, a adoção de Sistemas de Posicionamento Global (GPS) para traçar rotas de deslocamento mais eficientes e o controle do nível de operação de motores dos veículos. Outra iniciativa adotada pela Companhia é o uso coletivo de veículos e a realização de videoconferências para evitar deslocamentos a serviço. GRI EN29
Iniciativas para redução de energia e resultados obtidos (GJ) | 2012 | 2011 | 2010 |
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Transportes e viagens de empregados | 1.360,80 | 1.360,80 | ND |
Viagens de negócios | 70.584,09 | 45.760,02 | 8.285 |
Total de energia reduzida (GJ) | 71.944,89 | 47.121 | 8.285 |
A Chesf iniciou o monitoramento dos materiais utilizados em 2012 como mais um passo de evolução na transparência de prestação de contas e busca por melhoria contínua de gestão. Por isso, os dados apresentados nesta seção não têm série histórica.
GRI EN1
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GRI EN2
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Uso de materiais provenientes de reciclagem, por tipo | ||
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Materiais provenientes de reciclagem, por tipo (%) | 2012 | 2011 |
Papel A4 reciclado | 61 | 63 |
Papel offset reciclado | 25 | 62 |
Envelope reciclado | 66 | 77 |
Materiais alienados, por tipo | 2012 |
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Sucatas alienadas (t) | 1.239 |
Cartuchos/toners alienados (un.) | 24.734 |
Resíduos perigosos (toneladas) | |
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Exportados | 0 |
Importados | 0 |
Transportados para dentro da Companhia | 21,15 |
Transportados para fora da Companhia | 147,73 |
Tratados | 147,73 |
A Chesf observa a legislação vigente na destinação de seus resíduos. Os resíduos Classe I (perigosos) seguem rotinas internas, enquanto os resíduos Classe II (não perigosos), recolhidos nos escritórios, são guardados em local específico até sua destinação final. Resíduos vegetais dos jardins do escritório da Regional Salvador (BA) são enviados para compostagem e a Companhia estuda ampliar esse processo a outras instalações.
Em 2012, a Chesf gerou 4.935 toneladas de resíduos sólidos, tais como lixo, dejetos, entulho etc.
Já os resíduos perigosos correspondem aos que foram transportados ao longo do ano no país, tais como: equipamentos (capacitores) contendo ascarel, que foram enviados para depósitos de guarda temporária; resíduos de ascarel, enviados para unidade de incineração; pilhas e baterias portáteis inservíveis, enviadas a pontos de coleta municipal; óleo lubrificante, encaminhado para rerrefino; baterias chumbo-ácidas, pneus e lâmpadas queimadas, enviados para reciclagem. Em 2012, a Chesf não realizou transporte internacional de resíduos. Os gastos com tratamento e destinação de resíduos tóxicos totalizaram R$ 54.939,65 no ano. GRI EN24
A água utilizada na produção de energia nas hidrelétricas é devolvida ao rio sem necessidade de tratamento. Segundo estudo do Instituto de Recursos Hídricos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é razoável considerar um fator água-esgoto da ordem de 0,8. Segundo esse fator, o volume de efluentes domésticos de 2012 foi da ordem de 180.141,60 m3.
Na Usina Térmica de Camaçari, o arrefecimento é promovido por óleo refrigerante, não demandando água no processo produtivo. Não há controle de descarte nos processos administrativos e o maior volume é considerado esgoto doméstico. Entretanto, a Companhia se encontra em fase de identificação das maiores unidades consumidoras.
A partir do levantamento das instalações com maior potencial de resultados, em 2012 tiveram início algumas medidas de eficientização e uso racional do recurso. Como volume significativo do processo produtivo, houve o descarte de 148 m3 de efluente oleoso utilizado na lavagem de equipamentos. Esse efluente não é considerado água.GRI EN21
As crescentes obrigações de relato das emissões de GEE são uma oportunidade para a Chesf elevar o nível de transparência da comunicação de suas atividades às partes interessadas e promover uma percepção de aumento de valor de sua marca no mercado. Como exemplos dessa comunicação podem ser destacados seu Relatório de Sustentabilidade, a participação em índices de sustentabilidade como ISE-Bovespa e Dow Jones Sustainability Index e a participação no Carbon Disclosure Project, no qual são evidenciadas as emissões de GEE da Companhia ano a ano.
Na Chesf, o inventário de emissões de GEE é feito em parceria com o Subcomitê de Meio Ambiente da Eletrobras e segue a metodologia do IPCC (2006) e as diretrizes do Greenhouse Gas Protocol (WRI, 2004). Em 2012, as emissões registradas somaram 8.322.493,70 tCO2e.
Balanço de emissões de GEE | |||||
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CO2 (tCO2) | CH4 (tCO2e) | N2O (tCO2e) | SF6 (tCO2e) | SUBTOTAL (tCO2e) | |
Escopo1 | |||||
Fixas | |||||
UTEs | 5.059,78 | 2,16 | 3,88 | NA | 5.065,82 |
Geradores | 62,77 | 0,06 | 0,17 | NA | 62,99 |
Outras | 10,53 | 0,01 | 0,02 | NA | 10,57 |
Subtotal fixas | 5.133,08 | 2,23 | 4,07 | NA | 5.139,39 |
Móveis | |||||
Rodoviárias | 4.351,03 | 13,25 | 73,27 | NA | 4.437,56 |
Hidroviárias | NA | NA | NA | NA | NA |
Aeroviárias | 344,08 | 0,05 | 2,98 | NA | 347,11 |
Subtotal móveis | 4.695,11 | 13,3 | 76,26 | NA | 4.784,67 |
Fugitivas | |||||
SF6 | NA | NA | NA | 47.561,00 | 47.561,00 |
Refrigeração | NA | NA | NA | NA | NA |
ETEs | NA | NA | NA | NA | NA |
Extintores | 15,55 | NA | NA | NA | 15,55 |
Subtotal fugitivas | 15,55 | NA | NA | 47.561,00 | 47.576,55 |
Subtotal Escopo 1 | 9.843,75 | 15,53 | 80,33 | 47.561,00 | 57.500,61 |
Escopo 2 | |||||
Consumo de eletricidade | 1.045,40 | NA | NA | NA | 1.045,40 |
Perdas na transmissão | 239.229,80 | NA | NA | NA | 239.229,80 |
Perdas na distribuição | NA | NA | NA | NA | NA |
Subtotal Escopo 2 | 240.275,20 | NA | NA | NA | 240.275,20 |
Escopo 3 | |||||
PIE | NA | NA | NA | NA | NA |
Viagens aéreas | 2.330,68 | 0,34 | 22,99 | NA | 2.354,00 |
Transportes de colaboradores | NA | NA | NA | NA | NA |
Logística terrestre | NA | NA | NA | NA | NA |
Subtotal Escopo 3 | 2.330,68 | 0,34 | 22,99 | NA | 2.354,00 |
TOTAL | 252.449,62 | 15,87 | 103,32 | 47.561,00 | 300.129,81 |
As iniciativas para redução das emissões de GEE incluem elaboração de metodologia para mapeamento de emissões evitadas e oportunidades no mercado de crédito de carbono. Também se destacam a avaliação do potencial de emissões evitadas com a operação futura da Central Geradora Eólica Casa Nova, o sistema de gerenciamento de consumo de combustível e o uso de gás natural como combustível principal da UTE Camaçari.
Em 2013, terá início um projeto piloto com a Eletrobras no âmbito da Gestão de Energia (ABNT NBR ISO 50001:2011) para obter avanços mais significativos na redução de consumo de energia elétrica e de emissões de GEE em um horizonte de 3 anos. Com base no consumo de energia elétrica de 15.205 MWh em 2012, foram estabelecidas metas de redução de 1% em 2013, 2% em 2014 e 3% em 2015.
Também foram estabelecidas metas para reduzir o consumo de combustíveis fósseis nas principais rotas percorridas pela frota de veículos a diesel e flex. Essas metas preveem redução de 0,5% em 2013, 1% em 2014 e 2% em 2015 em relação ao consumo do ano base de 2012, que ficou em 1.754.923 litros.
A Companhia também se prepara para aderir à Declaração de Compromisso Eletrobras sobre Mudanças Climáticas, enquanto busca novos indicadores para incrementar a redução de GEE.
Geração Chesf 2012 | |
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GWh | 50.113 |
TJ | 180.406 |
Comparando-se a geração da Chesf de 2012 com uma usina térmica equivalente, usando Gás Natural (GN) como combustível, temos os quantitativos relacionados às emissões evitadas pela matriz hidrelétrica da Chesf apresentados nas tabelas a seguir. Os dados excluem as emissões da UTE Camaçari, as potenciais emissões de reservatórios, entre outras. As emissões evitadas pela Chesf (no sistema majoritariamente hidrelétrico) são de 8 milhões de tCO2e, quando comparadas com uma usina térmica alimentada por GN com emissões da ordem de 0,17 tCO2e/MWh.
Equivalente termelétrico – GN | |
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Eficiência da planta | 33% |
Energia primária total (TJ) | 546.687,27 |
Total de emissões (tCO2e) | 8.322.493,70 |
Fator de emissão (tCO2e/MWh) | 0,1661 |
Com exceção do dióxido de carbono, a Chesf tem apenas uma fonte de emissão de substâncias destruidoras da camada de ozônio. Essa fonte está localizada no sistema de combate de incêndio que utiliza gás halon. O volume de cerca de dez toneladas desse gás está confinado em cilindros e o sistema foi desativado há quatro anos.
A Chesf não realiza o controle de emissões dos sistemas de combustão para as turbinas de geração da UTE Camaçari como atividade de rotina. No entanto, a usina integra a Rede de Monitoramento do Ar (RMA) do Polo Industrial de Camaçari, operada pela Cetrel desde 1994, na área de abrangência da Estação de Monitoramento Escola. Relatórios mensais de monitoramento demonstram que as concentrações dos poluentes convencionais na Estação Escola vêm se mantendo dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
O compromisso da Chesf com a sustentabilidade ambiental está presente em uma série de ações que visam conciliar a expansão e operação do seu sistema de geração e transmissão com a preservação da biodiversidade e o uso responsável dos recursos naturais.
Alinhada à sua Política Ambiental, a Companhia desenvolve ações de educação e saúde buscando a participação ativa da população no processo de preservação ambiental, no monitoramento dos ecossistemas aquáticos, da flora e fauna e de resíduos perigosos e em programas culturais que buscam a preservação do patrimônio sociocultural (salvamento arqueológico, preservação do patrimônio histórico) em áreas de influência da implantação dos empreendimentos.
Na implantação de empreendimentos de transmissão e construção de reservatórios onde ocorre supressão da vegetação, a Chesf realiza programas para minimizar o impacto sobre a fauna e a flora, como o replantio seletivo no entorno, o resgate de fauna e flora e o afugentamento de animais.
Para recuperação de matas ciliares e outras áreas degradadas, a Chesf mantém um viveiro florestal para produção e distribuição de mudas nativas da região. Está prevista para 2014 a conclusão de um mapeamento de áreas protegidas iniciado em 2012.GRI EN12
GRI EN13
Em 2012, foram recuperados pela Chesf processos erosivos em Áreas de Preservação Permanente em um total de 26,26 hectares, assim distribuídos: Complexo de Paulo Afonso (20,76 ha) e Boa Esperança (5,5 ha). Também foram recuperados 408,72 ha de áreas degradadas, assim distribuídos: UHE Boa Esperança (21,88 ha), UHE Sobradinho (62,64 ha), UHE Itaparica (74,95 ha), Complexo de Paulo Afonso (21,14 ha) e UHE Xingó (228,11 ha). A Chesf mantém 26.012 ha de Áreas de Reserva Legal em seus perímetros irrigados ligados à Usina de Itaparica.
A Companhia evita a implantação de torres de transmissão em Áreas de Preservação Permanentes e usa a elevação das torres como medida de prevenção do impacto ambiental.
Em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Chesf apoia as seguintes unidades de conservação como forma de reparar danos ambientais decorrentes das atividades de geração e transmissão de energia:
Parque Nacional de Ubajara | Localizado na Chapada Ibiapaba (CE), tem área de 5,63 km². É o menor parque nacional brasileiro, criado em abril de 1959 para abrigar a Gruta do Ubajara. A Chesf já realizou obras de reforma e restauração de áreas de uso administrativo e público.
Parque Nacional Serra das Confusões | O parque localizado no Piauí tem área de 502.411 ha de caatinga. Para a preservação desse ecossistema, a Chesf já realizou ações de regularização fundiária, plano de manejo, construção de instalações, construção de trilhas e estradas de serviços e aquisição de equipamentos.
Parque Nacional Sete Cidades | Com área de 62,21 km2, o parque situado no norte do Piauí reúne um conjunto de monumentos esculpidos pela natureza. Esses monumentos foram divididos em 7 agrupamentos ou 7 cidades imaginárias. A Chesf investiu na aquisição e instalação de equipamentos de uso público e veículos para monitoramento e fiscalização do parque. A Companhia também implementou ações de educação ambiental e campanhas de divulgação aos visitantes, treinamento de pessoal e produção de material de divulgação.
Parque Nacional da Serra da Capivara | O parque tem área de 1.000 km2 no sudeste do Piauí e representa um dos mais importantes patrimônios culturais do Brasil. A Chesf realiza ações de preservação ambiental, como a abertura de trilhas interpretativas (construídas com o objetivo de estimular a sensibilização e o entendimento das pessoas sobre o ambiente) e a aquisição de equipamentos para o parque.
Lençóis Maranhenses | Os Lençóis Maranhenses somam 1.550 km² de beleza de área e 70 km de praias. Estão localizados às margens do Rio das Preguiças, no Maranhão. A área é considerada o único deserto brasileiro, habitado por dunas, mangues, lagoas e restingas e uma biodiversidade rara no planeta. Entre as ações de preservação ambiental promovidas pela Chesf estão a delimitação física da área do parque e o levantamento fundiário.
GRI EN28
Recuperação de áreas degradadas | 2012 | 2011 | |
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Número de autuações e/ou multas por violação de normas ambientais. | Pagas | 2 | 1 |
Recebidas | 5 | 0 | |
Valor incorrido em autuações e/ou multas por violação de normas ambientais (R$) | Pagas | 314.837,45 | 125.930,37 |
Recebidas | 7.805.675,17 | 0 |
A instalação e operação das usinas hidrelétricas impacta o regime hídrico do Rio São Francisco e afeta a fauna aquática. Para repovoamento do rio, a Chesf mantém uma estação de piscicultura, que em 2012 realizou peixamentos nos reservatórios das usinas de Moxotó, Itaparica e Xingó, totalizando 553.111 alevinos de espécies nativas visando à recomposição das populações naturais de peixes.
Em Xingó, foi realizado o Programa de Monitoramento da Flora e da Fauna. O levantamento florístico e fitossociológico realizado na área de influência da UHE Xingó teve 2.662 indivíduos inventariados pertencentes a 47 espécies. Nos estudos, foram identificadas 18 famílias, além de outras 5 famílias não identificadas, o que aumentou o registro da diversidade florística para região.
O levantamento da fauna encontrou 9 espécies de mamíferos em comum com o EIA/RIMA da UHE Xingó. Para herpetofauna, foram encontradas 11 espécies de anfíbios a mais que o EIA/RIMA. As espécies de répteis totalizam 47. Foi registrada a existência de 92 espécies de aves em comum com o EIA. O estudo abordou também dados ecológicos e identificou espécies bioindicadoras, ameaçadas, de interesse econômico, endêmicas, dispersoras e polinizadoras.
Em relação aos ecossistemas aquáticos, em 2013 serão reiniciados os Programas de Monitoramento Limnológico e da Qualidade de Água, Monitoramento da ctiofauna, Monitoramento de Macrófitas, Monitoramento de Gases Totais Dissolvidos e Monitoramento da Cunha Salina nos reservatórios das usinas de Xingó, Complexo de Paulo Afonso, Itaparica, Sobradinho e Boa Esperança.
Conforme trabalhos de levantamento e monitoramento de flora e fauna nas áreas de influência da UHE Xingó, centrais eólicas Casa Nova II e III e Linha de Transmissão Milagres/Coremas, foram identificadas 36 espécies ameaçadas de extinção, sendo 2 em perigo, 5 em situação vulnerável e 29 quase ameaçadas.
Nos empreendimentos de geração, a Chesf desenvolve há mais de quatro anos um projeto de comunicação e educação ambiental denominado Plano de Ação Socioambiental (PAS), iniciado em 2008 no Complexo Paulo Afonso. Recentemente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) reconheceu o PAS como um plano modelo de educação ambiental para empreendimentos hidrelétricos. O PAS é referência por seguir os pressupostos legais e técnicos de educação ambiental, com participação social efetiva e sustentável.
Esse plano estimula o desenvolvimento de projetos na comunidade relacionados a cinco linhas de ação: educomunicação socioambiental; educação e saúde ambiental; conservação dos recursos naturais e recuperação de áreas degradadas; fortalecimento institucional e sustentabilidade; educação, arte, cultura e meio ambiente. Os projetos são definidos em discussões com as comissões de cada município e são resultados de uma proposição coletiva.
Educação ambiental (comunidade) | 2012 | 2011 | 2010 |
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Número de unidades de ensino fundamental e médio atendidas | 213 | 136 | 135 |
Número de alunos atendidos | 12.680 | 6.549 | 15.568 |
Número de professores capacitados | 1.141 | 1.382 | 1.420 |
Recursos aplicados (R$ mil) | 1.289 | 927 | 1.009 |
GRI EN29
A Chesf está participando do projeto Veículo Elétrico, coordenado pela Eletrobras, que busca estudar a viabilidade técnica e econômica de veículos movidos à eletricidade. A Companhia adquiriu três unidades, as quais estão sendo utilizadas para levantar informações sobre como esses veículos se comportam nas atividades de rotina da Chesf. Esse projeto está alinhado com os esforços para a implementação de soluções de mobilidade urbana mais sustentáveis, com elevado impacto na redução de consumo de combustíveis fósseis e consequentemente nas emissões de GEE. A participação da Chesf no projeto evidencia o seu compromisso com essa questão.
Tendo como foco o uso racional e eficiente da energia e a conservação do meio ambiente, o projeto busca a redução de custos de fabricação, transferência de conhecimento, desenvolvimento de pesquisa, capacitação dos profissionais, utilização em frota própria e possibilidade de consumo fora de ponta (uso de baterias).
As campanhas de combate às queimadas em plantações de cana-de-açúcar tiveram continuidade em 2012 nos estados de Pernambuco e Alagoas, envolvendo mais de 1.000 km de linhas de transmissão. Essas ações contam com parceria de instituições e empresas da região. Em Alagoas, houve uma queda de 70% de interrupções decorrentes de queimadas em relação a 2011.
A Chesf deu continuidade às Campanhas de Educomunicação, focando a questão de vandalismo em isoladores. Foram trabalhados em 2012, 400 km de linhas de transmissão das Gerências Regionais Norte e Paulo Afonso. Essa prática tem promovido significativa redução de desligamentos por ações de vandalismo.
A Chesf atua, seja no âmbito interno ou externo, em iniciativas voltadas ao uso mais racional da energia elétrica e, mais recentemente, da água, buscando mitigar os impactos ambientais em diversos setores. Entre essas ações está a parceria com municípios no âmbito do Procel, como o Programa Reluz, por meio do qual a Chesf contribuiu em 2012 com a eficientização de mais de 18 mil pontos de iluminação pública. Nas instalações da Chesf, a busca pelo consumo eficaz de água e mitigação de efluentes alcançou em 2012 uma redução de 57% em relação ao ano de 2011.
A gestão eficaz das diversas formas de consumo da Companhia representa uma contribuição significativa para mitigar os impactos ambientais. De maneira geral, a Chesf em 2012 avançou significativamente na redução de diversos de seus itens básicos de consumo, sem prejuízo para a execução dos trabalhos. Iniciou ainda o processo de preparação para uma futura implantação da Norma ABNT NBR ISO 50001:2011 (Gestão de Energia), cuja aplicação irá favorecer a mitigação de impactos ambientais.
A Companhia também participou de fóruns nacionais e internacionais debatendo as medidas mais adequadas para a mitigação de impactos ambientais por meio da eficiência energética, do uso de energias renováveis e da proteção do clima global.