A análise dos riscos empresariais compreende sua identificação e classificação quanto à probabilidade de ocorrência, à significância em termos de impacto financeiro e de imagem e ao grau de controle. A partir dessa avaliação, são desenvolvidos planos de ação para cada risco e identificadas as eventuais oportunidades associadas. Dessa forma, a análise de riscos vai além do atendimento às demandas do acionista controlador ou do mercado, compondo uma eficiente ferramenta de planejamento estratégico. Diversos objetivos empresariais, acompanhados ao longo do ano, são originados nos planos de ação resultantes dessa análise. Após serem aprovados pela Diretoria, tais objetivos geram metas para os empregados de carreira gerencial, de modo a vincular sua remuneração variável ao grau de alcance dessas metas. Os riscos e oportunidades identificados caracterizam-se por possíveis variações em relação ao Planejamento Financeiro de Médio Prazo (PMT) da Companhia. Variações negativas em relação ao PMT determinam os riscos, e as positivas, as oportunidades. GRI G4-14

Os principais riscos avaliados são:

Em relação às mudanças climáticas, riscos e oportunidades para as atividades da Tractebel Energia são identificados na operação das usinas já existentes e também no desenvolvimento de novos projetos. Assim, a Companhia investe em fontes renováveis convencionais e não convencionais, a fim de reduzir o impacto de suas operações, e também em fontes não renováveis, como forma de proporcionar ao Sistema Interligado Nacional (SIN) reserva estratégica em situações de baixa hidrologia inesperada. GRI G4-EC2

OS OBJETIVOS EMPRESARIAIS GERAM METAS PARA OS EMPREGADOS DE CARREIRA GERENCIAL

Riscos e oportunidades em decorrência de mudanças climáticas GRI G4-EC2 G4-DMA (Desempenho econômico)
Risco (mudanças climáticas) Fator impulsionador: físico, regulatório ou de outra natureza Impactos Forma de gestão*
Evolução adversa da regulação ambiental e da atuação dos movimentos sociais Regulatório e social
  • Incremento de despesas e investimentos adicionais
  • Multas e penalidades
  • Inviabilização de empreendimentos
  • Pressões de caráter social (manifestações, imprensa, comunidades lindeiras, entre outros)
  • Estabelecimento de metas de redução ou taxas pela emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE)
  • Limitação da geração para minimizar impactos ambientais
  • Inviabilidade de continuidade de operação das usinas
  • Manutenção e renovação das certificações NBR ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001 (Segurança e Saúde Ocupacional) das 14 usinas certificadas
  • Fortalecimento da imagem da Companhia por meio de programas socioambientais
  • Conscientização de empregados, fornecedores e parceiros sobre a importância da sustentabilidade
  • Atuação do Comitê de Sustentabilidade
  • Postura proativa e meta permanente de ampliar a inserção da Companhia nas regiões das usinas e da sede, além do acompanhamento das demandas das comunidades onde a Tractebel Energia atua
  • Participação ativa em entidades representativas
  • Acompanhamento das alterações legislativas e regulatórias
  • Adoção do Código de Ética e do Código de Meio Ambiente da Tractebel Energia, da Cartilha Social da ENGIE, da Política Tractebel Energia de Gestão Sustentável e da Política Tractebel Energia sobre Mudanças Climáticas
Acidentes e desastres de grandes proporções por causas naturais e humanas, envolvendo a implantação de projetos, a operação das usinas e a administração da Companhia Desastres naturais
  • Perda de vidas humanas
  • Interrupção parcial ou total das atividades da usina atingida
  • Perda de receita por indisponibilidade de energia
  • Exposição da Companhia ao mercado de energia de curto prazo, cujos preços tendem a ser elevados
  • Despesas com recuperação de unidades e áreas, indenizações, penalidades de caráter social ou ambiental
  • Queda no valor de mercado da Companhia
  • Prejuízos à imagem da Companhia
  • Maior prevenção, integrando a previsão, o alerta e a restauração na gestão de acidentes naturais
  • Aprofundamento das avaliações de novos empreendimentos na fase do due diligence (notadamente aspectos construtivos)
  • Monitoramento climatológico e hidrometeorológico
  • Monitoramento das estruturas civis, mecânicas e elétricas
  • Treinamento e desenvolvimento do quadro funcional
  • Preparação dos Planos de Atendimento à Emergência contemplados no Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Meio Ambiente (SIG) de cada usina, incluindo realização de simulações periódicas dos cenários de emergência previamente identificados
  • Seguro para responsabilidade civil relacionado a danos a terceiros e ao meio ambiente
  • Contratação de seguros dos ativos, lucros cessantes e déficit energético
* Além dos itens listados, a ENGIE e a Tractebel Energia possuem empreendimentos classificados como Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) da ONU.


POR MEIO DE SUA GESTÃO DE RISCOS E OPORTUNIDADES EMPRESARIAIS, A TRACTEBEL ENERGIA PROMOVE O FORTALECIMENTO DE SUA IMAGEM INSTITUCIONAL

Segurança de barragens GRI G4-DMA (Planejamento e resposta a desastres/emergências – antigo EU21)

Na elaboração dos projetos, a Tractebel Energia segue regulamentos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e, em casos específicos ou não supridos por esses preceitos, adota regulamentos e padrões técnicos de organizações internacionais. No caso das barragens, os projetos possuem fator de segurança conservador, sendo que todas as barragens operadas pela Tractebel Energia estão classificadas como de baixo risco na matriz de risco regulamentada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A Tractebel Energia adota as melhores práticas de Engenharia Civil em seus projetos hidrelétricos, desde a construção até a operação e manutenção das plantas, incluindo ações para a segurança das barragens. A Companhia considera as boas técnicas e os critérios de qualidade técnica, segurança e custo desenvolvidos e recomendados pelas organizações citadas, além de outras nacionais e estrangeiras, como a Eletrobras, o U.S. Bureau of Reclamation (USBR – departamento de reclamações dos Estados Unidos, responsável pela construção de barragens no oeste e segundo produtor de energia hidrelétrica daquele país) e o U.S. Army Corps of Engineers (USACE – Corpo de Engenheiros do Exército Americano, responsável por investigar, desenvolver e manter a água e os recursos ambientais relacionados).

A Companhia mantém ainda Planos de Segurança de Barragens, cuja metodologia está em consonância com os princípios do Comitê Internacional de Grandes Barragens e do Comitê Brasileiro de Grandes Barragens, assim como com as determinações da Lei nº 12.334, da Política Nacional de Segurança de Barragem, aprovada em 2010 e em fase de regulamentação pela Aneel. Os planos consideram todas as barragens e estruturas civis a elas associadas e compreendem:

  • Monitoramento da barragem por instrumentação e inspeções mensais de rotina por técnicos especialistas;
  • Inspeções anuais das barragens e das estruturas civis por equipe multidisciplinar de engenharia com análise dos dados e elaboração de relatórios de inspeção e comportamento das barragens e estruturas civis associadas às usinas hidrelétricas;
  • Realização das manutenções anuais previstas durante as inspeções;
  • Plano de Ação de Emergência (PAE) para cada usina, que engloba treinamentos periódicos com simulações dos procedimentos a serem aplicados em caso de acidente com a barragem ou outra estrutura que cause impacto à jusante e/ou à montante da usina hidrelétrica; e
  • Plano de Monitoramento de Hidrologia do Reservatório, associado ao Plano de Segurança de Barragem e ao PAE, de forma integrada aos demais reservatórios do mesmo rio e às regras de operação das estruturas dos vertedouros.

Todas as usinas hidrelétricas da Companhia são certificadas segundo as normas NBR ISO 9001 e 14001 e a NBR OHSAS 18001, sendo submetidas a auditorias internas e externas (pelo Bureau Veritas Certification).

Importante destacar também que especialistas da Tractebel Energia participam do Comitê de Segurança de Barragens, da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), e de fóruns periódicos de debate no Comitê Brasileiro de Grandes Barragens.

Além disso, a ENGIE faz parte do Conselho Deliberativo da International Hydropower Association (IHA), que tem como missão o progresso da energia hidrelétrica sustentável, por meio da construção e do compartilhamento do conhecimento sobre seu papel nos sistemas de energia renováveis, da gestão responsável de água e de soluções para a mudança do clima (website: www.hydropower.org).

Cenários e perspectivas

A Tractebel Energia e sua controladora têm visão de longo prazo. Apesar do  momento de instabilidade política e econômica, com reflexo direto no setor elétrico e também na demanda de energia, a expectativa é de que em médio prazo o País volte a demonstrar sua capacidade de desenvolvimento. Nesse contexto há boas perspectivas no Brasil para a ENGIE, que está atenta à transição energética e às possíveis sinergias entre diferentes áreas de atuação, ampliando a proximidade com o cliente final.

Expansão da matriz energética brasileira GRI G4-EU10 G4-DMA (Disponibilidade e confiabilidade)

Segundo dados da Aneel, em 2015, entraram em operação comercial 6.428 MW de potência instalada, sendo 2.655 MW provenientes de fontes eólicas; 2.299 MW, de Usinas Hidrelétricas; 1.356 MW, de termelétricas; e 117 MW, de Pequenas Centrais Hidrelétricas. Assim, ao fim do exercício, foi atingida a capacidade instalada total de 140.857 MW.

Capacidade instalada (até 31 de dezembro de 2015)
Tipo Quantidade Potência (kW) %
Central Geradora Hidrelétrica (CGH) 542 397.551 0,28
Central Eólica (EOL) 316 7.632.732 5,42
Pequena Central Hidrelétrica (PCH) 479 4.886.168 3,47
Central Fotovoltaica 34 21.339 0,02
Usina Hidrelétrica (UHE) 198 86.366.478 61,31
Usina Termelétrica (UTE) 2.896 39.563.472 28,09
Termonuclear (UTN) 2 1.990.000 1,41
Total 4.467 140.857.740 100


O gráfico ao lado apresenta a matriz de expansão, excluídas as usinas vendidas em leilão que ainda não possuem outorga de autorização.

Matriz de expansão da energia elétrica brasileira

Fonte: Aneel


Para atender à crescente demanda energética do País, a Tractebel Energia tem ampliado de forma significativa sua capacidade de geração nos últimos anos, conforme relatado no item Expansão responsável do parque gerador.

Sustentabilidade do setor elétrico

Como nos últimos anos, em 2015 o setor elétrico nacional sofreu grande influência da baixa hidrologia. O potencial hidrológico do País é indiscutível: em 2015, as usinas hidrelétricas representaram 65% da capacidade instalada. Associados a esse potencial estão o baixo custo de geração e o nível reduzido de emissões atmosféricas da geração hidrelétrica quando comparada à geração termelétrica convencional.

Entretanto, eventos climáticos extremos, frequentes nos últimos anos, apontam para a necessidade de mudanças no planejamento e na operação do setor elétrico brasileiro. A alteração que se observa no regime de chuvas demonstra que não é possível manter apenas a fonte hidráulica na base do sistema, sendo importante prever a inserção de termelétricas movidas, por exemplo, a gás natural – fonte que dispõe de tecnologias eficientes e pouco poluidoras. Tais mudanças são importantes para evitar o colapso no suprimento energético nacional, situação que não se agravou em 2015 em função da baixa atividade econômica, a qual resultou na queda do consumo energético.

O governo federal tem se mostrado atento à questão ao incentivar projetos que utilizem outras fontes primárias. O principal destaque tem sido a geração eólica, que, somente em 2015, cresceu 56,9%. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), foram inauguradas mais de 100 usinas desse tipo ao longo do ano, representando um investimento da ordem de R$ 19,2 bilhões. Destaca-se no ano também o crescimento da geração solar fotovoltaica no País. No 2º Leilão de Reserva, realizado em novembro, por exemplo, foram negociados 33 projetos baseados nessa tecnologia – um deles da Tractebel Energia: o projeto Assú V.

De acordo com o Instituto Acende Brasil (www.acendebrasil.com.br), dedicado ao desenvolvimento de ações e projetos para aumentar o grau de transparência e sustentabilidade do setor elétrico brasileiro, os principais desafios para a geração nacional, considerando sustentabilidade e segurança do sistema, são:

  • Reconsiderar a construção de hidrelétricas com reservatórios;
  • Manter as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) em níveis baixos;
  • Discutir a autorização para a participação privada na geração nuclear; e
  • Avaliar o uso da fonte termelétrica para garantir a segurança de fornecimento.

No cenário global, o destaque foi a 21ª Conferência das Partes (COP21), ocorrida em dezembro, na França. A Conferência do Clima reuniu representantes de 195 países e a ENGIE esteve presente. Como analisa o Instituto Acende Brasil, o acordo relativo às medidas para reduzir as mudanças climáticas decorrentes das emissões de GEE contempla a geração e utilização da energia. Nesse contexto, empreendimentos hidrelétricos em implantação na Amazônia – entre eles, Jirau – são classificados como Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) da ONU.

Em relação aos compromissos brasileiros, o País apresentou uma meta absoluta de redução, até 2030, de 43% em relação às registradas em 2005. Para atingi-la, foram priorizados três setores: energia, florestas e agricultura. A meta nacional é alcançar em sua matriz energética (eletricidade, petróleo e demais componentes) uma participação de 45% de energias renováveis – atualmente, essa participação é de 39,4% –, por meio do incremento do uso de biocombustíveis e do aumento da participação das fontes hidráulica, eólica, biomassa e solar para produzir eletricidade. Em complemento, o crescimento previsto para a geração distribuída também figura como um fator importante para a redução das emissões.

Outro desafio para o Brasil é ampliar os índices de eficiência energética. A meta, estabelecida pelo governo, é alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030. Avanços tecnológicos e gerenciamento pelo lado da demanda são tendências promissoras nesse sentido. Porém, representam propostas complexas e dependem não apenas de investimentos, mas também de mudanças no padrão de consumo.

Programa Fotovoltaico Tractebel

Atenta à necessidade de diversificação das fontes de geração de energia e à tendência de crescimento da geração distribuída, a Companhia lançou, em junho de 2015, o Programa Fotovoltaico Tractebel. Com o objetivo de oferecer aos empregados a possibilidade de contar com sistemas fotovoltaicos residenciais de geração de energia, o programa inclui o financiamento do sistema em até 120 meses. Esse tipo de instalação pode ser enquadrado no Sistema de Compensação de Energia Elétrica, definido pela Aneel como um mecanismo no qual a energia fornecida pelo sistema instalado pode ser cedida à distribuidora local e posteriormente abatida do consumo da energia adquirida da distribuidora pela unidade consumidora ou por outra de mesma titularidade.

Objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS)

Em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou oficialmente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Tendo como horizonte o ano de 2030, os 17 ODS envolvem temáticas diversificadas, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança e meios de implementação. Os objetivos foram estabelecidos a partir de um amplo debate organizado pela ONU, com a participação de organizações governamentais e não governamentais, sociedade civil e empresas, para ampliar e aprofundar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que tinham o ano de 2015 como prazo final. A Tractebel Energia realiza diversas ações compatíveis com os ODS e tem entre suas metas empresariais de sustentabilidade para 2016 avançar seu alinhamento a esses objetivos.

A COMPANHIA VISA PLENO ALINHAMENTO AOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL AO REALIZAR DIVERSAS AÇÕES COMPATÍVEIS COM O PRECONIZADO PELA ONU