O controle corporativo de riscos é exercido de modo integrado e independente. Ele preserva e valoriza o ambiente de decisões colegiadas por meio de metodologias, modelos e ferramentas de mensuração e controle. As políticas relacionadas ao tema estão alinhadas aos objetivos estratégicos da Organização, às melhores práticas nacionais e internacionais e às leis e aos regulamentos dos órgãos supervisores, sendo revisadas no mínimo anualmente pelo Conselho de Administração e disponibilizadas a todos os funcionários e empresas ligadas por meio da intranet corporativa.

O gerenciamento de riscos e capital se apoia em comitês que subsidiam o Conselho de Administração, a Presidência e a Diretoria-Executiva na tomada de decisões estratégicas. O Comitê de Gestão Integrada de Riscos e Alocação de Capital conta com subsídios do Comitê Executivo de Gerenciamento de Capital e dos Comitês Executivos de Gestão de Riscos, que compreendem tipos de riscos como de crédito, mercado e liquidez, operacional e socioambiental, Basileia, assim como o do Grupo Bradesco Seguros e da BSP Empreendimentos Imobiliários.

Essa estrutura contempla ainda o Comitê Executivo de Produtos e Serviços e os Comitês Executivos das áreas de negócios, que, entre suas atribuições, sugerem os limites de exposição a seus respectivos riscos e elaboram planos de mitigação a serem submetidos ao Comitê de Gestão Integrada de Riscos e Alocação de Capital e ao Conselho
de Administração.

Na área de Risco de Crédito, a Organização executou, no decorrer do ano de 2015, um trabalho focado na eficiência da necessidade de capital, dedicado ao aprimoramento dos processos e controles, propiciando a otimização da apuração do cálculo de capital. Para o Bradesco, a constante melhoria e qualificação dos processos tornam-se fundamentais para a ponderação e mitigação de riscos, permitindo melhores formas de avaliação da necessidade de capital, geração de valor para as operações e monitoramento da inadimplência diante de um contexto desafiador.

A Organização conta com uma ferramenta de controle de crédito organizacional para todos os seus segmentos de atuação. Ela identifica e monitora clientes adimplentes e inadimplentes e possibilita a oferta de soluções que mitiguem as necessidades deles em casos de inadimplência. A solução atua, assim, como uma primeira linha de defesa para a gestão do risco e a qualidade do modelo de crédito empreendido.

Preventivamente, o Departamento de Controle Integrado de Riscos (DCIR) também monitora as safras de crédito e reporta suas avaliações e a evolução mensal do crédito ao Conselho de Administração, que divulga quadros de melhoria e ações necessárias para toda a Corporação.

Estrutura do Departamento de Crédito


INDEPENDÊNCIA: O Crédito está segregado da estrutura comercial e possui independência na proposição das políticas e na tomada de decisão. CENTRALIZAÇÃO: O departamento de Crédito tem equipes especializadas em diferentes negócios na organização, mas com uma administração única e centralizada na sede, proporcionando objetivos alinhados e sinergias. SINERGIA DO CONHECIMENTO: As experiências, o aprendizado e os avanços obtidos são transmitidos para todas as linhas de negócio, refletindo em ganhos de eficiência no desempenho de Crédito.
Fluxograma ESTRUTURA DO
DEPARTAMENTO DE CRÉDITO. Item BANCO BRADESCO com 3 sub-itens: CORPORATE, EMPRESAS e VAREJO. Item CARTÕES. Item BRADESCO FINANCIAMENTOS. Item BRADESCO CARTÕES PROMOTORA

Essa estrutura contempla ainda o Comitê Executivo de Produtos e Serviços e os Comitês Executivos das áreas de negócios, que, entre suas atribuições, sugerem os limites de exposição a seus respectivos riscos e elaboram planos de mitigação a serem submetidos ao Comitê de Gestão Integrada de Riscos e Alocação de Capital e ao Conselho de Administração.

O Bradesco desenvolve todas as soluções tecnológicas aplicadas em suas operações, seus serviços e seus produtos. Uma delas é a análise automática de crédito que envolve 97,7% das mais de 200 mil propostas recebidas diariamente. Constantemente aperfeiçoadas, as ferramentas contam com inputs internos, como a análise do comportamento dos clientes, e inputs externos, a exemplo de dados micro e macroeconômicos, setoriais e bases de dados de negativação (como a Serasa Experian). As propostas de crédito que não são analisadas automaticamente são processadas por analistas que também utilizam informações internas e externas para a validação ou não do contrato. O modelo tem contribuído para a manutenção dos indicadores de inadimplência da Organização com baixa amplitude de variação ao longo dos últimos cinco anos e também para a gestão de riscos socioambientais.

Por meio de novos modelos de classificação de riscos e garantias, a Organização tem ampliado a qualidade da oferta de crédito e melhora na análise do perfil de seus clientes pessoas física e jurídica. A adoção de critérios mais eficazes de segurança permite manter o equilíbrio entre a ampliação da oferta de crédito e a redução da inadimplência. Nesse contexto, dois programas se destacam: o Programa de Cobrança de Vencidos (PCV) e o Programa de Recuperação de Crédito (PRC), que tornam mais rigorosos os processos de concessão e mais eficiente a cobrança diária
de valores vencidos.

Produtividade do Crédito

Volume de propostas de Crédito
Até 200 mil propostas/dia

Análise julgamental: 2,3%. Decisão
baseada em modelos estatísticos: 97,7%.
Volume do ativo
Base dez./2015 – R$ 367 bilhões

Alto varejo: 7,1%. Grandes e médias empresas: 44,4%. Varejo: 48,5%. Médias empresas migrando gradativamente para decisão por modelagem estatística.

Mapa de riscos

Dentre os principais tipos de riscos, destacam-se:

Crédito Operacional
Crédito de contraparte Estratégia
Concentração Legal ou de compliance
Mercado Imprevisibilidade legal (risco regulatório)
Liquidez Reputação
Subscrição Socioambiental

Como linha de defesa, a gestão de riscos busca antecipar eventos e situações de mercado, aperfeiçoando de forma constante suas ferramentas de controle e gestão a fim de mitigar possíveis impactos. Em 2015, a Organização promoveu as seguintes inovações:

Risco de Crédito
  • Inclusão da Bradescard México no processo de cálculo do provisionamento integrado e detalhamento dos segmentos de negócios para uso da central de risco. O trabalho incluiu avaliações e análises de melhoria da qualidade e gestão nos segmentos atendidos e também prospecção e novas oportunidades de negócios.
  • Em 2015, foi promovida a revisão de escopo do risco socioambiental, de forma que toda empresa que tenha algum fator restritivo pré-existente, como trabalho análogo ao escravo ou áreas embargadas, e cuja operação seja superior a R$ 5 milhões, deve ser analisada obrigatoriamente por uma equipe especializada.
Risco de Mercado
  • Centralização de processos e instrumentos de apreçamento para o cálculo da marcação a mercado, antes feito pelo back office e SPSS, no Departamento Integrado de Controle de Riscos (DCIR), que também coordena a Comissão de Marcação
    a Mercado.
  • Adequação de ajustes prudenciais à nova regulamentação, que torna o processo de determinação de preço de um ativo ainda mais robusto para o cálculo de marcação
    a mercado.
  • Definição de governança, limites e comitês do Seed Money – processo pelo qual o gestor inicializa um determinado patrimônio líquido de um fundo para torná-lo atrativo ao investidor. O Seed Money será operacionalizado pela BRAM Asset Management.
Risco de Liquidez
  • Adoção de novo índice de liquidez em cenários de estresse baseado no Índice de Cobertura de Liquidez (LCR, na sigla em inglês), que responde se a Organização tem disponíveis ativos altamente líquidos para fazer frente a um cenário de estresse. O índice começará a ser divulgado em abril de 2016, mas já está operando desde outubro de 2015 e sendo reportado ao órgão regulador.
Plano de Continuidade de Negócios
  • Foi estabelecida uma série de procedimentos para o Plano de Continuidade de Negócios com terceiros, em que é possível identificar se a prestação de serviços é ou não relevante. Ao se enquadrar no critério de relevância, a dependência tem de adotar procedimentos e controles determinados, como informações atualizadas relativas a mudanças de processos críticos.
Risco Integrado
  • Constituída em abril de 2015 a Comissão de Acompanhamento de Indicadores de Riscos, cuja finalidade é atuar de forma preventiva no monitoramento de situações de crises, por meio de adoção de indicadores quantitativos e qualitativos.
Risco Socioambiental
  • Formalização do tema risco socioambiental na estrutura de Governança de Riscos da Organização, bem como a deliberação do Normativo de Risco Socioambiental.
Fachada de uma agência Bradesco.
Interior de uma agência Bradesco. Fachada de uma agência Bradesco. Lixeiras de coleta seletiva.

Mudanças climáticas

G4-EC2

As mudanças climáticas representam um grande desafio nos curto e longo prazos, conferindo riscos e proporcionando oportunidades para os negócios da Organização e dos clientes. Embora não haja análise financeira que mensure o potencial de gerar mudança nas perdas ou receitas da Organização de forma abrangente, ela reconhece os potenciais impactos, sejam eles diretos – relacionados às operações e instalações –, ou indiretos, decorrentes do efeito nos diversos segmentos da economia real, e sua interferência especialmente em crédito, investimento e seguros.

Nesse sentido, a Organização mantém:

  • Nas operações: avaliação das oportunidades de melhorias na ecoeficiência, posicionando-se para ações de redução das emissões e para se antecipar na avaliação e gestão dos riscos.
  • Nos negócios: avaliação constante da demanda por produtos financeiros e de seguros que ofertem soluções adequadas aos clientes, tanto para impulsionar a economia de baixo carbono como para protegê-los dos impactos ou adaptá-los às transformações decorrentes das mudanças climáticas.
  • Risco Operacional: para evitar danos às instalações por eventos climáticos, a maior ação de precaução é a manutenção predial preventiva, revisada anualmente, e a adoção de aspectos de proteção. A mensuração e o controle do risco operacional são realizados de maneira centralizada e independente e geridos em níveis local, regional e global. Os Planos de Continuidade de Negócios (PCN) para as unidades de negócios e o Plano de Recuperação de Desastres (PRD) para a área de Tecnologia da Informação (TI) têm por objetivo mitigar a exposição a esses riscos, especialmente nas áreas consideradas críticas em termos de prestação de serviços aos clientes. O PCN é acionado nos casos em que os funcionários não conseguirem acessar o local de trabalho. Estão previstos o uso de locais alternativos e o uso do Site de Continuidade de Negócios Corporativo (SCNC), em Alphaville (SP). O Centro de Tecnologia da Informação (CTI) é dotado de infraestrutura duplicada para fornecimento de energia elétrica, ar-condicionado e nobreak/geradores, além de um ambiente de contingência próprio localizado em outra cidade, distante 16 km da matriz.
  • Risco Socioambiental: no processo de tomada de decisão para a concessão de crédito nos financiamentos para grandes projetos são respeitadas as diretrizes dos Princípios do Equador, além de serem realizados avaliação e monitoramento de projetos que apresentem riscos significativos e não se enquadrem nesse compromisso. Com a adoção da versão 2012 dos Padrões de Desempenho do International Finance Corporation (IFC) pelos Princípios do Equador e com a expectativa de emitir mais do que 25 mil toneladas de carbono por ano, são exigidos dos projetos financiados sob suas diretrizes que contabilizem suas emissões e estudem alternativas financeiramente viáveis de reduzi-las
    ou compensá-las.
Carteira de projetos em monitoramento em dezembro de 2015
Projetos Categoria de risco Quantidade de contratos Valor financiado (R$ milhões)
Enquadrados em Princípiosdo Equador A (alto) 12 3.994
B (médio) 20 1.348
C (baixo) 13 2.077
Não enquadrados em Princípios do Equador   142 7.319
Total   187 14.737
Carteira de projetos em monitoramento por setor X região em dezembro de 2015 G4-FS6
  Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Total
  Quantidade Valor
(R$ milhões)
Quantidade Valor
(R$ milhões)
Quantidade Valor
(R$ milhões)
Quantidade Valor
(R$ milhões)
Quantidade Valor
(R$ milhões)
Quantidade Valor
(R$ milhões)
Agronegócio         16 610     7 269 23 878
Energia 6 1.651 4 423 5 350 1 315 3 206 19 2.945
Imobiliário 2 122 18 592 75 5.092 8 406 4 153 107 6.366
Infraestrutura 1 20     8 2.450     1 250 10 2.720
Mineração     3 111             3  111
Óleo e Gás 1 80                 1 80
Outros 3 317 3 318 15  697 3 341     24 1.673
Total     13 2.190 28 1.444 119 9.199 12 1.062 15  878 187 14.773
  • Riscos Regulatórios: o Bradesco busca se antecipar a futuras regulamentações referentes à mitigação e à adaptação às mudanças climáticas participando permanentemente de fóruns de discussão e estudo do tema.
  • Riscos de Subscrição: nos relatórios de inspeção utilizados pela Bradesco Auto RE para avaliar os riscos patrimoniais, são analisados aspectos como incidência de vendavais, quedas de granizo, danos decorrentes de chuvas e alagamentos, entre outros eventos direta ou indiretamente relacionados às mudanças climáticas.

Algumas implicações financeiras nos aspectos diretos da operação já são observadas, por exemplo, em decorrência da escassez de água e o consequente impacto nos custos da energia. A matriz energética brasileira é proveniente, em sua maioria, de usinas hidrelétricas, mas, desde 2012, o País, além do aumento da demanda (3,5% em 2012, 3,4% em 2013 e 2,2% em 2014), também sofre com a falta de chuvas, influenciando de forma negativa a geração de energia. Somente no fim de 2015 e início de 2016 esse aspecto de chuvas melhorou substancialmente. Assim, no período de menos chuvas, o governo acionou as usinas térmicas, o que influenciou um aumento das tarifas de energia elétrica.

Nas decisões de crédito relacionadas a grandes projetos são considerados, entre outros critérios, os Princípios do Equador

Em função de medidas adotadas pelo governo para estabilização do setor elétrico com reajustes tarifários da ordem de 55%, o Bradesco teve um aumento de 50% na tarifa se comparado a 2014. Sua despesa em 2015 com energia elétrica foi de R$ 292 milhões, retratando um aumento de despesas de aproximadamente R$ 100 milhões.

Mesmo com os aumentos de tarifas e a expansão da rede/acréscimo de equipamentos, com as iniciativas promovidas pelo Departamento de Patrimônio, foi possível reduzir esse consumo em 2,5% (comparado a 2014). Dentre as iniciativas vale destacar: disponibilização do Sistema Gestão de Energia Elétrica e Água (GEA – ferramenta que possibilita o acompanhamento e a análise do consumo mensal de energia elétrica e água pelas dependências, permitindo aos usuários visualização gráfica dos gastos e das metas mensais por localidade), utilização de tecnologia LED, entre outras.

Fachada de uma agência Bradesco

Além de campanhas de consumo consciente, como o Desperdício Zero da Rede de Agências e Programa de Gestão da Ecoeficiência, foi estruturada, em 2015, para sensibilização em 2016, a Campanha Racionalize (consumo consciente de água e energia), que envolve ações de comunicação e educação para toda a Organização. Essas medidas reduziram o impacto financeiro em 4% da projeção de elevação das tarifas.

DMA Conformidade ambiental e social

Para 2016, o objetivo é reduzir mais 2,4% do consumo de energia, comparado a 2015. Em relação aos métodos utilizados para gerenciar os riscos e as oportunidades, desde 2008 o Bradesco realiza Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) com base nas diretrizes do Programa Brasileiro GHG Protocol e da NBR-­ISO 14064-1. A Organização estabelece metas para redução das emissões e tem realizado sistematicamente ações para mitigá-­las, além de compensar 100% das emissões de Escopos 1 e 2 desde 2011.

Metas e objetivos para 2015 Status Justificativa Metas e objetivos para 2016
Implementar uma nova ferramenta de automação para controle de riscos de mercado e liquidez Em andamento Foi implantada a 1ª fase – cálculo do risco de opções. As demais fases têm previsão de término até 2018. Realizar workshop de capacitação para fornecedores no CDP Supply Chain
Efetuar revisões no risco de liquidez, com base na nova regra do Comitê de Basileia Em andamento A finalização está prevista até o fim do primeiro semestre
de 2016.
Realizar o 14º Encontro Bradesco de Fornecedores