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RELATÓRIO ANUAL 2012

Os dados descritos neste capítulo devem ser lidos em conjunto com as demonstrações financeiras auditadas e respectivas notas explicativas, disponíveis em www.eternit.com.br/ri ou www.cvm.gov.br.

Desde 2007, a Eternit adota, pioneiramente, o International Financial Reporting Standard (IFRS) para a medição de seus resultados operacionais e financeiros, que é um conjunto de normas internacionais de contabilidade que se tornou obrigatório às companhias abertas somente em 2010. Não há, portanto, impactos relevantes para as informações de 2012.

Receita líquida consolidada

No ano de 2012, a receita líquida consolidada da Eternit atingiu R$ 906,3 milhões, um crescimento de 10,5% quando comparado a 2011, em função de um bom desempenho das vendas do mercado externo, que totalizaram R$ 170,9 milhões – aumento de 70,2% frente ao ano anterior, decorrente de maior volume, aumento de preço e valorização do dólar frente ao real.

No mesmo período, as vendas para o mercado interno somaram R$ 735,4 milhões, 2,2% superior em relação ao mesmo período do ano anterior, devido ao reposicionamento de preços em todo o portfólio que neutralizou a redução do volume vendido no mercado interno por conta da demanda por materiais de construção.

A receita proveniente do mineral crisotila totalizou R$ 294,4 milhões, crescimento de 39,1% na comparação com 2011 em função de aumentos de preço e valorização cambial. No mesmo período comparativo, o segmento de fibrocimento ficou praticamente estável, totalizando R$ 460,1 milhões, e o de telhas de concreto, incluindo a linha de acessórios para telhados, apresentou retração de 2,9% e totalizou R$ 86,9 milhões, devido à desaceleração do setor compensada por aumento de preços no decorrer do ano. A linha de outros produtos também apresentou aumento de 6,6%, pelos mesmos motivos, e totalizou R$ 64,9 milhões, com destaque para louças sanitárias, responsáveis por 4,6% da receita líquida consolidada.

composição da
receita líquida de 2012 (%)
 
receita líquida consolidada (R$ milhões)
     
 

1 Telhas metálicas, caixa d'água de polietileno, assentos sanitários, filtros para tubulação de água, metais, componentes para sistemas construtivos e mármore sintético.

Custos dos produtos vendidos

No ano de 2012, o custo dos produtos vendidos consolidado totalizou R$ 509,5 milhões, evolução de 2,6% em relação a 2011. A margem bruta evoluiu 4 pontos percentuais em relação a 2011 e encerrou 2012 com 43% em função de maior controle nos custos de extração e produção associado aos volumes produzidos, ao aumento de preço e ao câmbio favorável. A estrutura de custos do fibrocimento, das telhas de concreto e da mineração não apresentaram grandes variações em relação a 2011.

custo dos produtos vendidos –
Telhas de Concreto1 (%)
 
custo dos produtos vendidos –
mineral Crisotila1 (%)
 
custo dos produtos vendidos –
fibrocimento1 (%)
         
     
   
         
1 Percentuais arredondados.
2 Cimento, areia e outros.
  1 Percentuais arredondados.
2 Combustíveis, explosivos, embalagens e outros.
  1 Percentuais arredondados.
2 Cimento, mineral crisotila e outros.

 

Resultado financeiro líquido

O resultado financeiro líquido em 2012 foi positivo em R$ 2,2 milhões, 83,7% menor em relação ao ano de 2011, principalmente em função dos efeitos de variação cambial referente às operações da mineradora SAMA e de ganhos tributários com a recuperação de créditos do PIS/COFINS por conta da declaração de inconstitucionalidade da majoração de alíquota no período de 2001 a 2004, registrados em 2011.

R$ mil 2012 2011 Variação
(%)
Despesas financeiras (36.757) (29.820) 23,3
Receitas financeiras 39.006 43.659 (10,7)
Resultado financeiro líquido 2.249 13.839 (83,7)
 
O resultado financeiro líquido foi impactado, Principalmente, pelos efeitos
da variação cambial



Ebitda (Lajida)

EBITDA (R$ milhões)
 
LuCRO LíquIDO (R$ milhões)
     
 

O Ebitda consolidado (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) totalizou R$ 184,3 milhões em 2012, 31,6% superior ao registrado no ano de 2011. Isso se deve, principalmente, ao reposicionamento de preços em todo o portfólio da Companhia e a uma variação cambial maior, resultado da apreciação do dólar frente ao real, que impactou positivamente as exportações da mineradora SAMA. Como consequência, a margem Ebitda evoluiu 3 pontos percentuais, quando comparado a 2011, e encerrou 2012 com 20%.

O cálculo do Ebitda está em linha com a Instrução n° 527 da Comissão de Valores Mobiliários de 4 de outubro de 2012.

Lucro líquido

A Eternit registrou lucro líquido de R$ 113,0 milhões em 2012, um crescimento de 16,3% em relação a 2011, em função dos aspectos comentados no Ebitda que foram compensados, parcialmente, por um resultado financeiro menor das primeiras despesas da Companhia Sulamericana de Cerâmica, joint venture entre Eternit e Organizações Corona. Como resultado, a margem líquida permaneceu estável, em relação a 2011, e encerrou 2012 em 12%.

Fluxo de caixa consolidado

A Eternit é uma forte geradora de caixa e, em função dos investimentos realizados e de uma aplicação financeira a curto prazo realizados em 2012, encerrou o ano com R$ 16,7 milhões, uma retração de 60,7% em relação a 2011. Cabe ressaltar que essa aplicação financeira a curto prazo não é considerada como caixa e equivalente de caixas, devido suas características. Em 31 de dezembro de 2012, o saldo dessa aplicação era de R$ 78,9 milhões, valor que foi subtraído do fluxo de caixa de investimentos.

R$ mil 2012 2011 Variação (%)
Saldo inicial 42.333 39.751 6,5
Fluxo de caixa operacional 126.145 88.852 42,0
Fluxo de caixa de investimentos (115.063) (28.354) 305,8
Fluxo de caixa de financiamentos (36.759) (57.916) (36,5)
Saldo final 16.656 42.333 (60,7)

 

asas

 

 

 

 

 

 

 

 


Custo do capital total

A Diretoria entende que a atual estrutura de capital é compatível com seus níveis de endividamento, e a Companhia alavanca suas operações substancialmente por meio de recursos não onerosos e com capital próprio, havendo margem para alavancar suas operações com capital oneroso sempre que os estudos de viabilidade econômica dos negócios se mostrarem positivos. Nos últimos dois anos, o ativo da Companhia era financiado da seguinte forma:

  2012 2011
  R$ mil % R$ mil %
Capital próprio 479.534 59,2 438.106 63,3
Capital de terceiros 330.586 40,8 253.829 36,7
  810.120 100,0 691.935 100,0

Na comparação com o ano anterior, o capital próprio da Companhia aumentou R$ 41.428 mil, correspondendo à constituição de reservas de lucros no valor de R$ 40.575 mil, já inclusa a constituição de reserva para investimento no valor de R$ 29.275 mil.

Já o capital de terceiros, composto por 62,9% com liquidação a curto prazo e 37,1% a longo prazo, apresentou aumento de R$ 76.757 mil na comparação do mesmo período, com destaques para empréstimos e financiamentos de R$ 31.502 mil e provisões no valor de R$ 20.487 mil.

Endividamento oneroso

A Companhia encerrou o ano de 2012 com uma dívida líquida negativa de R$ 15,6 milhões.

O endividamento com instituições financeiras (capital oneroso) aumentou de R$ 48.444 mil em 2011 para R$ 79.946 mil em 31 de dezembro de 2012, em função da captação de recursos por meio da linha de créditos Financiamento à Importação (FINIMP), pela Eternit, da captação junto ao BNDES/FINAME para a aquisição de caminhões, máquinas e equipamentos e do Adiantamento de Contrato de Câmbio para alavancar o capital de giro da controlada SAMA. Em 2012, apenas 9,8% do ativo total da Companhia estava financiado por instituições financeiras.

O caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras de curto prazo totalizavam R$ 95,6 milhões, sendo que as aplicações financeiras remuneradas com taxas médias de 103% da variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Faz-se necessário ressaltar que a Companhia não tem operações alavancadas com derivativos de qualquer espécie que possam significar posições especulativas.

Endividamento oneroso (R$ mil) 2012 2011 Variação (%)
Dívida bruta 79.946 48.444 65,0
Caixa e equivalentes de caixa (16.656) (42.333) (60,7)
Aplicações financeiras
a curto prazo
(78.930) (26.588) 196,9
Dívida líquida (15.640) (20.477) (23,6)

 

Investimentos

Em 2012, os investimentos totalizaram R$ 69,4 milhões, sendo R$ 21 milhões para aquisição de máquinas, equipamentos e caminhões da mineradora, R$ 33,2 milhões principalmente para manutenção e modernização do parque industrial, R$ 13,6 milhões referente ao aporte de capital na Companhia Sulamericana de Cerâmica (CSC) para construção da fábrica de louças sanitárias e R$ 1,6 milhão na aquisição de licenças e migração para a nova versão do SAP.

As louças sanitárias se destacam no portfólio da Eternit, que se prepara para iniciar a operação de uma nova fábrica no estado do Ceará.


Em linha com as iniciativas de diversificação e crescimento, o foco dos investimentos da Companhia continua em produtividade e na construção da primeira planta de louças sanitárias, na unidade multiprodutos, que será instalada no Porto de Pecém, no estado do Ceará. A previsão para o término das obras é dezembro de 2013, com investimento na ordem de R$ 100 milhões. A Companhia Sulamericana de Cerâmica utilizará cerca de 60% de recursos de bancos públicos e cerca de 40% de recursos próprios, na proporção societária de 60% (Eternit) e 40% (Grupo Corona).


DISTRIBUIÇÃO DE
INVESTIMENTO 2012
 
INVESTIMENTOS REALIZADOS E PREVISTOS
     
 
     
     

A previsão de investimentos para o ano de 2013 é de cerca de R$ 94 milhões, sendo R$ 46,4 milhões para a manutenção e atualização do parque industrial; R$ 16 milhões referentes a aportes à fábrica de louças sanitárias e R$ 31,6 milhões para novos negócios.

Cabe ressaltar que os recursos oriundos de bancos públicos que serão destinados à fábrica de louças sanitárias não foram computados na previsão de capex para 2013, por se tratar de uma joint venture.

 

 

 

 

 

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

EC1

O valor adicionado do ano totalizou R$ 528,6 milhões, crescimento de 14,4% em relação a 2011. Desse montante, destacamos um equilíbrio na distribuição dos valores aos colaboradores e aos governos federal, estadual e municipal na forma de impostos e contribuições. Para os acionistas foram destinados 21,4% do valor adicionado gerado.


Demonstrativo do Valor Adicionado (DVA) consolidado (R$ mil) 2012 2011 2010 2009 2008
RECEITAS 1.207.617 1.080.020 1.010.679 759.675 705.922
Vendas de mercadorias, produtos e serviços 1.159.627 1.071.780 991.302 743.393 697.548
Outras receitas 48.955 6.454 8.442 8.502 10.407
Provisão para perda por redução ao valor recuperável   2.195 13.188 8.843 -  
Provisão para créditos de liquidação duvidosa – reversão/(constituição) (965) (409) (2.253) (1.063) (2.033)
INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (696.248) (635.379) (595.454) (442.151) (412.337)
Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos (523.053) (465.104) (389.845) (236.156) (181.171)
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (161.998) (159.859) (192.097) (200.007) (228.453)
Perda/recuperação de valores ativos (7.271) (9.363) (7.736) (5.319) (186)
Outras doações (3.926) (1.053) (5.776) (669) (2.527)
VALOR ADICIONADO BRUTO (1 - 2) 511.369 444.641 415.225 317.524 293.585
DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO (28.773) (22.806) (18.154) (17.991) (17.357)
VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3 - 4) 482.596 421.835 397.071 299.533 276.228
VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 46.023 40.301 33.617 23.245 69.423
Resultado da equivalência patrimonial (531) 0  - -   -  
Receitas financeiras 39.006 43.059 32.400 18.364 67.026
Outras 7.548 (3.358) 1.217 4.881 2.397
VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5 + 6) 528.619 462.136 430.688 322.778 345.651
DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 528.619 462.136 430.688 322.778 345.651
Pessoal 175.636 158.710 150.208 105.644 99.071
Remuneração direta 112.991 105.313 94.054 67.272 68.831
Benefícios 53.571 44.490 49.539 33.147 25.953
F.G.T.S. 9.074 8.907 6.615 5.225 4.287
Impostos, taxas e contribuições 172.130 170.303 151.060 116.937 99.572
Federais 123.215 122.919 110.047 91.751 84.481
Estaduais 47.603 46.129 39.878 23.987 13.945
Municipais 1.312 1.255 1.135 1.199 1.146
Remuneração de capital de terceiros 67.849 35.930 27.335 27.078 65.704
Juros 36.016 28.300 22.524 24.605 63.626
Aluguéis 31.833 7.630 4.811 2.473 1.499
Outras   -   -   -   579
Remuneração de capitais próprios 113.004 97.193 102.085 73.119 81.304
Juros sobre o capital próprio 24.068 23.620 22.367 15.118 14.456
Dividendos 47.509 47.956 58.155  40.203 54.167
Lucros retidos 41.427 25.617 21.562 17.793 12.680
Participação dos não controladores nos lucros retidos   - 1 5 1

EC9
Impactos econômicos indiretos significativos, incluindo a extensão dos impactos – 2012 (em R$)
Unidades do Grupo Eternit Estado Arrecadação de ICMS Valor do Fundo de
Participação
dos Municípios (FPM)
Fáb. Goiânia Goiás 24.970.172                 145.426.297
Fáb. Anápolis Goiás              10.424.262                   85.272.001
Fáb. Simões Filho Bahia              15.263.239                   17.660.348
Fáb. Rio de Janeiro Rio de Janeiro              17.643.529                 141.386.677
Fáb. Colombo Paraná              16.516.917                   39.871.439
Fáb. Tégula Atibaia São Paulo                4.432.803                   28.292.442
Fáb. Tégula Içara Santa Catarina                1.250.080                   12.675.699
Fáb. Tégula Camaçari Bahia                  315.301                   41.002.444
Fáb. Tégula Frederico Westphalen Rio Grande do Sul                  434.218                    5.002.786
Fáb Tégula São José do Rio Preto São Paulo                  222.812                   36.902.390
Fáb. Tégula Anápolis Goiás                  658.564                   85.272.001
Minaçu Goiás              16.483.280 11.942.134


Participação na arrecadação do município (%)
Fáb. Goiânia  17,2
Fáb. Anápolis  12,2
Fáb. Simões Filho  86,4
Fáb. Rio de Janeiro 12,5
Fáb. Colombo 41,4
Fáb. Tégula Atibaia 15,7
Fáb. Tégula Içara 9,9
Fáb. Tégula Camaçari 0,8
Fáb. Tégula Frederico Westphalen 8,7
Fáb Tégula São José do Rio Preto 0,6
Fáb. Tégula Anápolis 0,8
Minaçu 138,0

Impactos econômicos indiretos

O Grupo Eternit tem forte atuação no desenvolvimento dos municípios.

No ano, a influência econômica do Grupo contribuiu, assim, para o desenvolvimento sustentável das comunidades de entorno de suas operações e para a economia de cada região onde tem fábrica instalada, por meio de arrecadação de ICMS.

EC9

Em contrapartida, nos investimentos realizados nas fábricas da Eternit, Tégula e SAMA em 2012 a Companhia recebeu incentivos fiscais no valor de R$ 16.668.172 contra R$ 14.068.101 em 2011.

EC4
Ajuda financeira significativa recebida do governo – R$ 2012 2011
Eternit 12.979.188 12.771.725
Sama 2.564.872 Não houve
Tégula
1.124.112
1.296.376
Total
16.668.172
14.068.101