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RELATÓRIO ANUAL 2012

Para 2013, a estimativa de crescimento do PIB é de 3,3% e incorpora a perspectiva de baixo crescimento da economia global por um tempo prolongado, principalmente na zona do euro, bem como recuperação do ritmo de atividade em importantes economias emergentes, como os países da América Latina e Ásia. Nesse cenário, a estimativa de crescimento para o PIB da construção civil passa a ser de 3,8% para 2013, segundo o Banco Central (BACEN).

A indústria da construção civil tem importância estratégica para o crescimento econômico e para a geração de empregos e renda no país. Por isso, o governo federal tem ampliado de forma expressiva seus investimentos em habitação, saneamento básico e infraestrutura, pois investir na construção civil significa incentivar um setor que muito contribui para o desenvolvimento da economia brasileira.

O setor de materiais de construção, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), projeta um crescimento de 4,5% nas vendas para o ano de 2013, demonstrando otimismo para o setor além de expectativas de melhoria nos segmentos de infraestrutura e imobiliário em relação a 2012. Segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o Brasil tem aproximadamente 57,8 milhões de moradias permanentes e 77% desses lares precisam de algum tipo de reforma ou expansão.

Atualmente, as moradias são um dos grandes reflexos da desigualdade social, além de influenciar negativamente a saúde, o aprendizado, a produtividade e o bem-estar dos moradores, quando em condições precárias. O déficit habitacional, estimado em 5,5 milhões, é composto por famílias que ocupam moradias precárias, que são oneradas excessivamente com aluguel, que apresentam adensamento excessivo de moradores em domicílios alugados e habitações que abrigam mais de um núcleo familiar com intenção de cada núcleo obter uma moradia própria. Essas necessidades somadas a outras do setor, como reformas e ampliações, concentram a construção autogerida, pois 90,2% do déficit está concentrado em famílias com até 3 salários mínimos, área na qual não há atuação expressiva das construtoras.

O objetivo da Eternit a longo prazo é alcançar 50% de seu faturamento ligado à diversificação.


Somente com a geração de empregos e distribuição de renda em função das obras citadas acima, com os estímulos para aquisição de materiais de construção e os investimentos em infraestrutura e saneamento básico, além das unidades habitacionais a serem construídas para o programa Minha Casa, Minha Vida, o problema das moradias será solucionado, o que terá impacto positivo nos negócios da Eternit, gerando aumento da demanda por produtos destinados, principalmente, à construção autogerida.

Para atender a construção autogerida, bancos comerciais privados e públicos criaram ações para as linhas de financiamento para facilitar a compra de material de construção, com taxas reduzidas e maiores prazos. A Companhia considera relevante a disponibilidade de crédito para financiamento da compra de materiais de construção, uma vez que os produtos de fibrocimento, devido ao seu excelente custo benefício, são fortemente demandados pela população de baixa renda.

A Eternit procura desenvolver produtos e soluções voltados às necessidades das construtoras, o que poderá representar grande oportunidade de crescimento à Companhia. A maior parte de seu faturamento é proveniente da distribuição via revendas com seus mais de 16 mil pontos de revenda espalhados pelo país.

Em linha com o Programa Estruturado de Expansão e Diversificação, a Companhia inicia um novo ciclo e se prepara para ser a mais diversificada indústria de materiais de construção do Brasil, tendo a longo prazo cerca de 50% de seu faturamento ligado à diversificação. A primeira fase do programa consolidou a Eternit como a maior e mais diversificada indústria de coberturas do país, que encerrou 2012 com aproximadamente 15% do seu faturamento ligado à diversificação.

Apesar do cenário favorável ao setor de construção, a Administração considera relevantes os seguintes desafios do setor: as condições de competitividade da indústria nacional frente aos gargalos de infraestrutura e valorização do câmbio; o combate à inflação; a disponibilidade e capacitação de mão de obra; o aumento da produtividade da cadeia de construção; e a questão da habitação no que se refere ao custo dos terrenos que podem sofrer valorização excessiva e inibir investimentos.

Em relação aos desafios da Companhia, o principal deles é a questão jurídica acerca do uso do mineral crisotila, a qual aguarda decisão do STF. Independentemente da decisão da Suprema Corte, a demanda por produtos sem amianto pode aumentar nos próximos anos e a Eternit trabalha para oferecer as duas alternativas e ser autossuficiente na matéria-prima. Vale ressaltar que o Brasil ainda está longe de ter uma solução técnica e economicamente viável em substituição ao amianto. Uma proibição abrupta da utilização desse mineral no país impactaria de imediato a construção autogerida, por conta da elevação nos custos, podendo implicar até na paralisação do segmento de coberturas em função da indisponibilidade de fibras sintéticas no mercado mundial para abastecer não só a demanda brasileira, como também a dos países para os quais a SAMA exporta o mineral.

Se a decisão da sociedade brasileira for pela manutenção da atividade do crisotila, a Companhia atingirá o seu objetivo de ser a mais diversificada indústria de materiais de construção dentro de um processo natural.

A Eternit está confiante na recuperação da economia brasileira e, sobretudo, no setor em que está inserida. Com uma estrutura de capital adequada, baixo endividamento e investimentos consistentes com seu Plano de Expansão e Diversificação, a Companhia está bem posicionada para maximizar as oportunidades do setor.