A demanda mundial por óleo manteve-se estável em relação a 2012 e o preço por barril apresentou baixa volatilidade no período. No entanto, o setor de óleo e gás caracteriza-se por um comportamento de médio e longo prazos, em que aspectos macroeconômicos de um determinado ano têm impacto apenas pontual. No Brasil, as chuvas em menor volume mais uma vez exigiram a ativação de usinas termelétricas, o que elevou a demanda interna por gás natural, impulsionando a produção do Campo de Manati. Por meio dessa participação, alcançamos receita líquida de R$ 486,1 milhões e EBITDAX de R$ 271,4 milhões. O lucro líquido atingiu R$ 192,2 milhões, bem como encerramos o ano de 2013 com saldo de caixa de R$ 1,0 bilhão, o que nos proporciona uma capacidade financeira confortável para garantir a continuidade de nossos projetos e flexibilidade para a potencial expansão do nosso portfólio.

Retomamos em 2013 a perfuração do BM-J-2. Cumprimos todas as medidas socioambientais necessárias para que nossa atividade ão gerasse impactos negativos para as comunidades e o meio ambiente respeitando o período de operação estabelecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis (Ibama). Dentre essas ações, merece destaque a implementação do Plano de Compensação da Atividade Pesqueira que foi realizada de modo inédito no contexto do licenciamento socioambiental do setor.

Notificamos à ANP uma descoberta nesse Bloco e está em análise uma proposta de plano de avaliação de descoberta pelo órgão regulador. Também iniciamos a perfuração no Campo de Atlanta, no Bloco BS-4, atingindo de modo eficiente os objetivos estabelecidos. Aplicamos, de forma inédita no Brasil, tecnologias de mercado bem-sucedidas que ainda não haviam sido combinadas; e o resultado foi um sucesso: superamos grandes desafios dessa operação em águas profundas. O avanço tecnológico de nossa empreitada foi inclusive apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) com uma linha de crédito de R$ 266 milhões.

Diversificamos nosso portfólio com a participação na 11a Rodada de Licitações da ANP e ampliamos nossa presença ao adquirir Blocos em cinco novas bacias do litoral brasileiro. Nelas, obtivemos participação em oito Blocos, dos quais em cinco atuamos como operadores. Esse movimento é muito importante para continuarmos nossa trajetória de crescimento, com ativos em diferentes níveis de maturidade, olhando o nosso horizonte de crescimento de longo prazo.

O resultado da licitação da ANP e as atividades exploratórias e de desenvolvimento dos ativos foram responsáveis ainda pelo crescimento de nossas equipes. Assim, trouxemos muitos profissionais experientes para trabalhar conosco, e esse time terá novos desafios com o desenvolvimento das operações. Continuamos com nosso modelo de troca de conhecimento entre profissionais mais experientes e jovens talentos, o que vem se mostrando uma estratégia
bem-sucedida.

Acima de tudo, conduzimos cada um desses esforços sob os mesmos princípios que nos guiam e formam nossa cultura. Buscamos contribuir para o desenvolvimento local, especialmente na região de influência do BM-J-2, gerar retorno aos nossos acionistas, mitigar os riscos do negócio e garantir a segurança das operações e de nossos colaboradores. Essa atuação responsável reforça nosso compromisso com o desenvolvimento do Brasil e nosso alinhamento aos princípios do Pacto Global, do qual somos signatários.

Como sempre, acreditamos na QGEP, e compartilhar desafios se mostra o caminho mais acertado para encontrar as melhores soluções e beneficiar a todos. Nesse aspecto, tivemos mais um destaque em 2013, que contribuirá para todo o setor ao longo dos próximos anos. Com a coordenação do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), participamos da iniciativa pioneira de troca de conhecimento primário sobre a costa brasileira visando à construção de um plano de proteção à costa, integrado e compartilhado entre os operadores do nosso setor. Isso reduzirá custos para a elaboração de estudos e obtenção de licenças e tem papel fundamental para fortalecer a parceria entre as empresas, o que contribuirá para a projeção do Brasil no cenário mundial do segmento de óleo e gás.

Mesmo ainda jovem, a QGEP já tem bem definidas as premissas para seu crescimento e o horizonte é amplo para novos desafios. O ano de 2013 foi mais um degrau que subimos com consistência, em linha com nossa estratégia. E isso só foi possível porque tivemos disciplina, planejamento, coragem e parceria. Por isso, gostaria de agradecer a todos que participaram de mais esse momento na história da QGEP e convidá-los a continuar conosco nas próximas expedições e travessias que temos à frente.

Lincoln Rumenos Guardado
Diretor-Presidente